ÓTIMO LIXO A VENDA! Se for um desses investidores de mercado que adora pesquisar sobre o FIM DO MUNDO em algum setor para entrar vendido enquanto a ''manada'' (termo bastante desgastado e brega no mundo dos investimentos) entra comprando, esta postagem não lhe interessa. Será perda de tempo ler ela. Por outro lado, se você tem experiências em negócios e fica entusiasmado quando percebe um lixo tóxico a sua frente e que ninguém quer encostar, talvez, isso te interesse...
Sendo um pouco mais pragmático do que de costume, os governos e banqueiros já tiveram tempo suficiente para entender que não se pode simplesmente tolerar a quebra de uma grande instituição financeira como o Credit Suisse. Uma instituição financeira (como do porte do Credit) não é apenas um lugar em que se permeia quantidades vultosas de dinheiro, mas sim um PONTO VITAL por onde percorrem fluxos de capital que são direcionados para projetos de grande impacto para negócios dentro e fora da Suíça. O que significa ser um elemento vital para que negociações de alto impacto aconteçam. Com ALTO IMPACTO quero dizer aqueles projetos que estão planeados a gerar muitos empregos (o que diminui, de certa forma, a criminalidade e aumenta a predisposição das famílias para gerar filhos, influenciando assim, o crescimento demográfico), aumentar a base tributária da Suiça (e de outros países), agregar valor a uma ou mais regiões, permitir que porções da população tenham mais recursos para circular em forma de gastos nas economias etc. Por que você acha que o Presidente Suiço, Alain Berset, anuncia em parlamento que uma eventual falência do banco suiço teria consequências desastrosas? Não só o setor privado será prejudicado como também o setor público será atingido em cheio (e não é só, mais uma vez, o Estado Suiço que sofrerá). Seguindo esta linha de pensamento, é possível postular que apenas um punhado de pessoas desatentas quanto aos efeitos admite ''tranquilamente'' a falência deste banco. Deixe isso para os anarquistas.
Agora, analisando o perfil dos ''urubus'' que estão sobrevoando o banco putrefato, vemos o banco árabe comprando participação no Credit. Não sei se notou, mas os árabes não são ''tontos'' que esbanjam dinheiro ao acaso. Eles tem como costume aplicar recursos em empreendimentos dos quais eles estão convictos de ter grande potencial não só para si mas para os outros. A riqueza não é, como você aprendeu em algum motivacional ou frase de efeito, o resultado final dos seus desejos, mas sim, para os árabes, uma responsabilidade para viver em segurança para todos. O dinheiro é só uma ferramenta para que todos possam viver bem, se bem aplicado, obviamente. Além disso, muito se fala sobre a ascendência da China como potencia econômica global, mas os Árabes, de pouco em pouco, estão jogando ferozmente na sua expansão pelo globo. Eles não são mais apenas os ''players do petróleo''. Então, neste momento de expansão, por que não ter participação num banco Suiço onde as maiores transações de negócios de impacto acontece no globo? E melhor... Por que não ter participação AGORA para no longo prazo estabelecer clausulas contratuais de que o Banco Suiço deverá pagar um certo percentual de lucro de negociações astronômicas, e ainda, permitir uma maior afinidade com as empresas de nível multinacional para avaliar possíveis negócios futuros? Fora isso, o UBS não aceitou entrar no negócio apenas como ''medida emergencial'', isso fica bonito para expor na mídia, mas quem já se sentou numa mesa de negociação sabe que, em casos assim, ''de resgate'', sempre existem alguns acordos a mais sendo estabelecidos visando o futuro.
Assim, em minha opinião, vejo como uma oportunidade fantástica comprar as ações do Credit agora enquanto o ''desespero'' se expressa com uma notícia pior do que a outra desde o final do ano passado junto aos constantes pedidos de retirada. O que o CREDIT está enfrentando é uma má fase. Acontece que, devido a sua magnitude, a má fase faz mais barulho do que uma empresa de porte menor. Além disso, a credibilidade do Governo Suiço também está em cheque no caso de uma possível falência do banco, afinal, a Suiça é considerada o ''paraíso financeiro'' do mundo, e o Governo não vai abrir mão desse título por conta de ''alguns prejuízos bilionários'' do banco. Há muito mais em jogo do que apenas um grande banco.