Dólar pós COPOM AgostoMercado de dólar estressou recentemente com a última decisão do COPOM devolvendo toda a queda de Julho em 3 dias. O dólar é um ativo que tem essa característica de cair vagarosamente e subir rápido por sermos emergentes e termos alguns riscos importantes na conta do Gestor.
Acho que o mais importante de se ressaltar é que, o ciclo de corte começou e de forma agressiva, com sinalização do presidente do BC, Campos Neto, seguindo o voto do Galípolo em cortar 50 basis da taxa e sequencialmente contratando um novo corte de 50bp.
O corte sem dúvida é um marco que muitos estavam esperando e é positivo para a economia, a ideia é que o ciclo de corte reduza o custo do capital no Brasil, e isso fomente a economia uma vez que a inflação está consideravelmente baixa, no momento. Mas a pergunta principal é, até quanto o BC cortará os juros?
Bom essa é a pergunta que vale muito, alguns gestores acham que ele deverá parar em 10 outros em 9 e outros projetando até abaixo de 7,75. É muito difícil projetar para frente o tamanho da queda, mas com certeza as apostas estão ficando ainda maiores, considerando cortes mais agressivos com o passar do tempo mostrando que, o RCN foi vencido.
E é exatamente isso que o mercado precifica agora, o RCN cedeu, onde para a taxa? Quando vem o corte de 75bp? Quão rápido o diferencial de juro real vai deteriorar?
Esses questionamentos aumentam o risco imbutido no carry e consequentemente espanta um pouco o fluxo gringo da nossa bolsa, esse é um dos motivos do estresse na moeda e os DIs longos, 27+ mostram bem isso:
Os DIs longos descolam e ganham força frente a precificação nos juros para os DIs curtos, onde o DI JAN 24 tem espaço para precificação, enquanto o DI JAN 25 ainda deve entrar em trajetória de queda, com projeções próximo 9% ou ainda menos. Se o COPOM cortar todas as reuniões ano que vem 50bp, teremos um juro de 7,5% em 2025.
Acho que o risco se da pelo fato de que ano que vem acaba o madato do Roberto o que abre espaço para um nomeação enviesada para o controle dos juros do jeitinho que o Executivo quer, isso trás insegurança no longo prazo.
O dolão buscou região de referência importante, o 4900. O mercado se revela de tal forma que uma região de liquidez se forma entre o 900 e o 700, podendo ser o range de negociação.
Acima o preço ainda se estende para 5100, mostrando que há espaço na memória, mas acho que isso é um pouco improvável dado que temos uma série de aprovações em andamento no congresso e um cenário positivo pela frente.
Dos riscos que podem estressar a moeda são basicamente preço de commodities e a nomeação e estratégia de guidance do BC para ano que vem.
Seguimos acompanhando.