O primeiro teste de crise financeira para o BTCTodos aqui devem saber, e se não sabem ficarão sabendo agora, por dias de crise no setor financeiro e bancário nos Estados Unidos e agora na Europa, e essa crise foi um ótimo teste para os ativos decentralizados que nunca passaram por essa situação antes.
A última crise financeira que tivemos foi em 2008, com a crise imobiliária nos EUA, onde vimos a quebra de diversos bancos, que no fim foram salvos pelo contágio e exposição, mas particularmente um foi deixado quebrar, o Lehman Brothers. A exposição do banco era suficientemente grande para causar um colapso no sistema financeiro, mas as autoridades monetárias selecionaram os bancos com maior capilaridade e que poderiam trazer mais danos para serem salvos, e no caso o Lehman foi deixado de lado para dar o exmeplo.
Pouco tempo depois, em 3 de janeiro de 2009 o primeiro Bitcoin foi minerado, dando origem ao mercado e a circulação de Bitcoins no sistema financeiro, justamente com a ideia de retirar totalmente a exposição do dinheiro a empresas SA que usam seu dinheiro para um negócio altamente alavancado (bancos).
Nessa semana, quase 14 anos após a crise das hipotecas, tivemos uma nova crise no setor financeiro, começando com o Silicon Valley Bank (SVB) que perdeu grande parcela dos seus negócios com o "inverno startup", trazendo ainda mais desconfiança sobre sua saúde financeira após anunciar que iria vender ações para se capitalizar e poder cumprir com saques de clientes, o que naturalmente levou mais pessoas ainda solicitarem saques no banco. O dinheiro do banco estava alocado em títulos de tesouro longo, eram 90bi pré-fixados em uma taxa inferior a 2%. O mercado de títulos hoje está operando na faixa de 3,8~4,5%, e a liquidação dessa operação trouxe ainda mais prejuízo ao banco. Resumo, o banco central precisou garantir os saques para evitar contágio em pequenas empresas, e um choque em cadeia nas techs e fornecedores.
Hoje mesmo vimos algo parecido no Credit Suisse, um dos maiores bancos do mundo e muito mais alavancado que o SVB. Enquanto o SVB foi uma crise local, nos EUA, o Credit Suisse provocaria contágio global, trazendo muita preocupação aos mercados. O Credit por sua vez, há anos mal das pernas, pediu uma reunião com seus credores para levantar mais capital, além de estar postergando a dias o relatório que empresas em bolsa precisam entregar a SEC. Essas ações geraram desconfiança no mercado, mas tudo veio a tona quando o maior credor (exposto em cerca de 10% do banco) falou que não iria aportar mais dinheiro no banco por questões estatutárias. Resumo, Credit chegou a cair 30% hoje. E sim, a autoridade Suiça anunciou a pouco que vai salvar.
O ponto da ideia é observar como o Bitcoin reagiu a essa história, pela primeira vez frente a uma crise financeira, a cripto disparou mas de 20% em dois dias, mostrando que há busca por diversificação na exposição, e manutenção de valor, a prova que, sim o Bitcoin foi percebido como ponto de fuga nesses momentos, provando que a hipótese do Satoshi está alinhada com o pensamento dos investidores.
Os próximos passos são entender se com a resolução do caso a criptomoedas vai devolver o premio, ou se o preço sustentará nessa região, já operando na faixa de 20~30mil pela primeira vez em mais de 270 dias.
SVB
O USD fica pendurado na balança: Caos Bancário vs. InflaçãoO USD fica pendurado na balança: Caos Bancário vs. Inflação
A Reserva Federal dos EUA está prestes a iniciar sua reunião de política de dois dias e anunciará sua última decisão de taxa de juros 48 horas mais tarde. Durante a reunião, as autoridades pesarão a possibilidade de aumentar as taxas de juros devido à inflação, que ainda é considerada alta, ou se a atual turbulência nos mercados financeiros deve ter mais peso. Infelizmente, o período de blackout antes da reunião proíbe os funcionários de comentarem a situação.
As ações do UBS, que haviam caído mais de 14%, conseguiram se recuperar fechando 1,2% mais alto depois que o banco forneceu um pacote de resgate emergencial de 3 bilhões de francos suíços (US$ 3,2 bilhões) para seu rival doméstico problemático, o Credit Suisse. O grande tamanho do balanço do Credit Suisse, que é de aproximadamente 530 bilhões de francos suíços no final de 2022, é uma preocupação para o sistema bancário global, pois é o dobro do tamanho do Lehman Brothers quando este entrou em colapso em 2008.
A Reserva Federal, em resposta à crise do Credit Suisse e às falhas de alguns bancos regionais dos EUA, começou a oferecer diariamente swaps de moeda para bancos centrais no Canadá, Grã-Bretanha, Japão, Suíça e zona do euro, a fim de aliviar o estresse do financiamento nos mercados globais.
Com tudo isso acontecendo, os comerciantes não têm certeza se a Reserva Federal aumentará sua taxa de referência na quarta-feira (horário dos EUA). O índice do dólar caiu abaixo de 103,5 na segunda-feira pela terceira sessão consecutiva, já que os investidores antecipam que o Federal Reserve poderá não aumentar as taxas tanto quanto anteriormente esperado devido à crise bancária.
Os futuros fundos federais refletem uma probabilidade de 70% de um aumento da taxa de um quarto de ponto percentual, com uma probabilidade de 30% de nenhuma mudança. Uma queda significativa nas expectativas de inflação a curto prazo também está contribuindo para a expectativa de que o Fed pausará seus aumentos de taxas, já que a expectativa para a inflação a curto prazo atingiu quase um mínimo de dois anos no mês passado.
Em outras notícias, os preços do petróleo caíram para seu ponto mais baixo em 15 meses na segunda-feira devido à preocupação de que os riscos no setor bancário global possam levar a uma recessão. Os preços do ouro, que haviam subido 6,4% na semana anterior, caíram para $1.980 a onça na segunda-feira, mas permaneceram perto da alta de um ano de $2.009 atingida no início da sessão.
Os aumentos de taxas nos EUA estão em risco? Os aumentos de taxas nos EUA estão em risco?
Nos últimos dias, vimos o segundo e terceiro maiores fracassos bancários da história dos EUA. Resta saber se vimos o último desses fracassos e que outros efeitos de ondulação poderiam ocorrer.
Nos mercados cambiais, o índice do dólar caiu abaixo de 104, atingindo um mínimo de três semanas pela terceira sessão consecutiva. A assinatura e o fracasso do Banco do Vale do Silício geraram especulações de que a Reserva Federal dos EUA poderia adotar uma abordagem menos agressiva de aperto político em sua próxima reunião, com o Goldman Sachs até mesmo sugerindo uma pausa. Os mercados financeiros agora indicam uma probabilidade de mais de 70% de uma subida de 25 pontos-base na próxima semana, uma inversão brusca em relação à semana anterior. Entretanto, um relatório de empregos melhor do que o previsto publicado na sexta-feira nos EUA apóia o argumento de novos aumentos de taxas. Os investidores estão antecipando dados importantes sobre a inflação nos EUA na terça-feira, que fornecerão uma visão da trajetória do banco central em relação à taxa de inflação.
Alguns dos melhores desempenhos diante da queda do dólar americano têm sido moedas sensíveis ao risco, como o dólar australiano (+1,40%) e o da Nova Zelândia (+1,45%). A libra esterlina também está no quadro de líderes, apreciando +1,3%. Talvez sugerindo um voto de desconfiança nos bancos tradicionais, Bitcoin experimentou um aumento de 18% nas últimas 24 horas, ultrapassando $24.200, seu ganho diário mais significativo em quase um mês. Em outros lugares, o ouro aumentou +2,4% para US$1.911, seu nível mais alto em mais de um mês.