Inflação, Selic, Desemprego e DeflaçãoO cenário Brasileiro está mais parecido com o dos EUA do que nunca, pois seguimos tentando desacelerar a economia para frear a inflação, e ainda assim vemos uma taxa de desemprego boa. Veja a linha amarela, onde após o break do corona vírus, o índice de desemprego alcançou 14% e agora recua abaixo dos níveis pré-pandemia, criando sinal de aceleração econômica. As vezes até parece que o que o PG fala é real.
Corroborando com isso, a inflação nos Imóveis segue em trajetória de queda, talvez causada pela baixa demanda? Estamos no nível pré-pandemia e com tendência de desaceleração maior, com inflação de imóveis próximo de 0, o que isso quer dizer?
Olhando para o copo meio cheio, é ótimo a inflação de imóveis estar recuando, mais dinheiro no bolso do cidadão e melhores negócios para o setor.
Olhando para o copo meio vazio, mais dinheiro na economia, mais consumo, mais inflação. Ainda não sei ler o impacto do IGP-M negativo no mercado imobiliário, mas suponho que uma falta de demanda pode ser o resultado da deflação.
Mas, nem tudo é um mar de rosas, hoje tivemos os dados de IPCA e ao abrir o dado podemos ver mais uma vez que os ativos ainda continuam pressionados, mas que a discrepância dos preços de transportes continuam causando a impressão de deflação. Na imagem abaixo podemos ver quando forte é o peso em pontos que o transporte faz no índice (-72p.p.). Isso não quer dizer que o BC não está no caminho certo, ou que não está vencendo a batalha, mas ainda não vemos desaceleração substancial de alimentos, bens de consumo, saúde e educação, por isso as médias dos núcleos acelera a 0,66% no IPCA de agosto.
Fala finalizar, a SELIC ainda pode ser alterada em setembro, após fala do RCN no evento do Valor, dizendo que há espaço para aumento residual de 0,25% na taxa. O brasil ainda tem uma das inflações mais altas do mundo, empatado com México e Irlanda (8,7% CPI YoY). RCN ainda ressalta que além da eleição, o futuro do Fiscal do país é incerto independentemente de quem assumir a cadeira da presidência.
Ainda assim nossa bolsa sustenta altas, porque?
Apesar da inflação alta, o diferencial de juros segue atrativo no Brasil. Além dos juros, o mundo vê inflação causada por commodities, e nossa bolsa deita e rola quando as commodities performam bem, afinal, somos um exímio produtor. As perguntas que ficam são:
Até quando as commodities vão pressionar?
A recessão é o resultado de uma aceleração da indústria e do consumo de commodities, então o quão longe a recessão está?
O quanto o Brasil sofrerá com a política de juros Americana e Europeia?
Seria esse o início da recessão?
Sumário
- Inflação: QUANDL:BCB/13522
- Taxa de Desemprego: QUANDL:BCB/24369
- IGP-M: QUANDL:BCB/189
- Taxa Selic: QUANDL:BCB/432
Uma abraço e bom final de semana!
Desemprego
A importância do subsídio de desemprego para a economiaNuma altura em que democratas e republicanos estiveram em conflito durante o fim de semana sobre o novo pacote de estímulos à economia, importa abordar aqui o tema principal que tem estado em discussão – a extensão dos subsídios de desemprego que expiraram na sexta-feira passada.
Benefícios e limitações desta medida (aplicada aos Estados Unidos)
A grande vantagem do subsídio de desemprego tem que ver essencialmente com o efeito do benefício na procura agregada uma vez que apoia o aumento do consumo e, portanto, a atividade económica global. Esta medida tem diversos benefícios macroeconómicos que ajudam a limitar a gravidade de uma recessão apoiando também empregos e rendimentos de milhões de trabalhadores e empresas que não receberam diretamente quaisquer benefícios. Nesta crise em específico, o subsídio de desemprego representou 6,4% do rendimento pessoal disponível no mês de maio, superando largamente o seu pico pré-epidémico de 1,5%. O efeito multiplicador (impacto da medida em variáveis endógenas) é muito alto, uma vez que dá dinheiro às pessoas quando os seus rendimentos são temporariamente baixos, ajudando-as a suavizar o seu consumo e, assim, impulsionando o consumo total.
A existência deste estabilizador automático (que entra em vigor quase de forma mecânica quando uma pessoa se torna desempregada) protege e tem protegido efetivamente a maioria dos trabalhadores de grandes perdas de rendimento. Na sua ausência, o agregado familiar que tenha experienciado ter uma pessoa desempregada tipicamente reduz o gasto em alimentos em 22% em vez da queda de 7% geralmente observada (Gruber 1997). Ganong e Noel (2019) referem também que a propensão marginal para consumir serviços e bens não duradouros é de 0,27 na ausência do subsídio e de 0,83 na presença do mesmo.
O lado da oferta da economia também é afetado através da mão de obra existente, com efeitos ambos positivos e negativos.
O subsídio de desemprego pode ajudar a oferta de mão de obra uma vez que mantém as pessoas ligadas ao mercado laboral. Aqueles que se encontram ao abrigo do subsídio de desemprego tipicamente têm de estar ativamente à procura de trabalho. Já aquele desemprego que não usufrui deste benefício pode deixar de pertencer à força de trabalho, tornando o mercado laboral mais rígido dificultando assim o encontro entre entidades empregadoras e trabalhadores.
Por outro lado, contra os benefícios da medida está o facto do subsídio poder desencorajar a procura por trabalho. Vários estudos demonstram que existe um pico nas saídas daqueles que gozam do subsídio de desemprego quando os mesmos benefícios se esgotam (Moffit 1985, Katz e Meyer 1990, Feldstein 2005). Parte deste pico é o resultado de pessoas desistirem de procurar emprego passando assim de desempregados para fora do mercado de trabalho (Card, Chetty, e Weber 2007). No entanto, a mais recente e melhor evidência dos Estados Unidos, de Ganong e Noel (2019), mostra que o último mês em que os trabalhadores têm direito ao benefício é precisamente aquele onde existem mais pessoas a encontrar trabalho – há um aumento de 76% de empregabilidade relativamente ao penúltimo mês. Existem então uma grande maioria de pessoas que esperam pelo último mês de subsídio para encontrar trabalho bem como outros que chegam ao fim sem o conseguir. O grande desafio é por isso encontrar o melhor subsídio que simultaneamente ajude a economia e impeça que certas pessoas esperem pelo último mês para encontrar emprego.
Qual é a medida certa para o tempo atual?
O equilíbrio ideal entre estas duas considerações depende essencialmente da taxa de desemprego (Baily 1978, Chetty 2008). Quando o desemprego é alto, como é agora, o maior problema é o número total de empregos (uma vez que a ausência do benefício teria um brutal impacto na economia) e não se as pessoas os querem ou não ter. Assim, o subsídio de desemprego pode e deve ser generoso, tanto em termos dos níveis de benefício como da sua duração.
Em contraste, quando as taxas de desemprego são baixas – como eram antes desta crise – é importante colocar mais peso em não desencorajar as pessoas de aceitar empregos, baixando então o valor e a duração do subsídio.
Até onde poderá ir o desemprego no turismo?Apesar das medidas de contenção social se terem iniciado apenas a meio do mês de março, existiram 52.999 novos inscritos nos centros de emprego, o que representa um crescimento de 34% face ao mesmo mês de 2019. Curiosamente, no mês em que se deu o maior confinamento da população existiu também uma diminuição do crescimento do número de desempregados relativamente ao mês anterior. No entanto, os números não são animadores uma vez que acabaram por ficar sem emprego mais de 48 mil pessoas, o que dá uma média de 1.618 pessoas por dia que ficaram sem trabalho.
Os setores estratégicos dos serviços e do turismo foram os mais afetados. Uma vez que o setor dos serviços representa a maior parte da economia portuguesa, seria então esperado que parte do desemprego tivesse então essa origem.
No entanto, segundo o Instituto de Emprego e do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a grande maioria dos desempregados vem de atividades ligadas ao turismo representando cerca de 73% da subida verificada logo no mês de março. Os últimos dados revelam também que a região do Algarve foi a que registou o maior aumento homólogo do desemprego tendo subido 41% no mês de abril.
A incerteza inicial do começo da pandemia levou a uma provável antecipação por parte de algumas empresas relativamente a um futuro menos previsível, justificando então o rápido aumento do desemprego.
Previsões Futuras
Daqui para a frente não é, no entanto, fácil de antecipar. Praticamente 90% da economia algarvia é dependente do turismo. Também 70% do setor é de nacionalidade estrangeira e se as viagens continuarem limitadas, serão certamente tempos muito difíceis para a região. Para além disso, as várias pessoas que se encontram num regime de lay-off simplificado não podem ser despedidas por um prazo de dois meses depois do início da cobertura do mecanismo. É possível que quando esse período acabar, empresas que não tenham uma retoma consistente do seu negócio, se vejam por ventura forçadas a despedir pessoas – contribuindo para um maior aumento do desemprego.
Frederico Aragão Morais,
Market Analyst na Teletrade Portugal
Atenção para sexta no AUDCADTemos uma boa perda de suporte no par AUDCAD , ainda em tendencia de baixa, deve buscar ao menos o próximo suporte lá de maio de 2016, hoje estamos perdendo um suporte antigo que foi testado em novembro de 2017.
Uma bela entrada porém, muita atenção para sexta feira onde temos o relatório de desemprego Canadense, taxa de desemprego acima do esperado pode levar o preço contra a operação. Quanto menor a taxa melhor para a operação, ou seja, dependendo da decisão econômica na sexta feira pode afetar diretamente o trade encerrando-o antes. A decisão acontece sexta feira 9:30 horário de Brasilia.
Deve-se cuidar também para um potencial falso rompimento uma vez que o ativo encontra-se sobre vendido, ainda assim, acredito que o mercado tende a cair mais.
Segue o trade.
Forte abraço!!