Hoje quis trazer uma análise de uma empresa que publicou balanços recentemente: a Vale S.A. Dentro desse período mundial de balanços é onde vemos a maior liquidez do mercado e dos ativos em geral, onde investidores especulam, montam e desmontam posições e realizam lucro. Todas essas ações são possíveis baseadas nos dados contábeis liberados pelas empresas trimestralmente. E ontem foi dia da referida que estamos analisando, soltar seus balanços. Vamos conversar um pouco sobre o viés fundamentalista da empresa, que é o peso a favor da montagem de posição.
Conhecida mundialmente no ano passado pelo acontecimento catastrófico de Brumadinho (por catástrofe leia-se falta de empatia humana), a empresa ainda é responsável por ser um das gigantes da Bolsa de Valores brasileira, ocupando grande parte do volume dos índices brasileiros junto com a PETR. Nesse mesmo trimestre no ano passado, a Vale registrava um prejuízo de US$ 133,0 milhões, e ainda registrava também a exclusão do seu programa de pagamento de dividendos para sócios. Foram longos um ano até agora, onde a empresa registrou um dos melhores números contábeis da bolsa, com lucro líquido de US$ 995 milhões e alguns outros números positivos interessantes que vamos analisar. A empresa registrou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de US$ 3,6 bilhões, fora os impactos de Brumadinho e do coronavírus somados em US$ 215 milhões. O Ebitda da empresa do segmento de minério apresentou alta de 23% comparado ao trimestre passado, apesar da elevação dos chamados "custos de produção da mina ao porto" tendo aumentando 6% em comparação anual, sendo precificado em cerca US$ 17,10 a tonelada de finos de minério de ferro. As perspectivas da gigante do minério para o segundo semestre é uma diminuição nos custos de produção e transporte para a casa dos US% 14,50 por tonelada devido a maior produção, câmbio favorável e combustível a menor preço. Apesar de alguns pequenos pontos negativos como uma geração de caixa livre abaixo do esperado, algumas provisões garantidas pela empresa para fundações e uma relação acima de 0,3 entre Ebitda e divida liquida. Apesar desses detalhes, o pagamento de dividendos chamou a atenção do investidores. Após decisão do conselho, foi lançado junto com o balanço trimestral, o anúncio do pagamento de dividendos baseado nos resultados do primeiro semestre de 2020, no mês de setembro. A empresa também vai pagar, em 7 de agosto, juros sobre capital próprio de aproximadamente R$ 1,41 por ação.
A resiliência da matéria produzida pela empresa vem se mostrando importante para recuperação e ascensão performática da empresa no último trimestre. Como um mercado pertinente e de base, o minério estrutura a Vale como uma boa aposta de empresa que se consolidará mais ainda em meio a crise nos próximos meses. Com um bom gerenciamento das suas políticas operacionais e com a previsão de diminuição de custos também operacionais para o futuro, espera-se que a gigante ande para cima nos próximos meses, o que parece ser uma oportunidade apetitosa para o investidor conservador que deseja especular um pouco. Performance acima da média, boas previsões para os próximos trimestres, boa diluição de custos fixos e pagamento de dividendos consideráveis, é interessante para o leitor análise seu caixa e talvez analisar possibilidades na empresa.
Contudo, gostaria de fazer um adendo para os fãs da análise técnica. Não esqueci de vocês, e agora farei uma breve análise gráfica do "risco" de comprar VALE3 agora. A empresa se encontra próximo do seu topo histórico de R$ 63,00, onde seria uma zona não muito adequada para se comprar, por se tratar de um preço considerado "caro" para grafistas. Particularmente acredito que a empresa tem todos os fundamentos para superar essa zona de resistência. Para os grafistas mais conservadores, há de se esperar uma correção/retração. Utilizando Fibonacci temos alvos de correção em R$ 60,36, local onde seria correto para grafistas. Particularmente, acredito que a queda do dia de hoje (30/07) seja devido a realização de lucros devido a alta de ontem e a proximidade ao topo, natural e até agradável para quem quer entrar agora, essa correção de cerca de 2,5%.
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