Com base na análise gráfica do par USD/BRL, foi identificado no gráfico semanal uma formação clássica de reversão, o Ombro-Cabeça-Ombro (OCO), com projeção apontando para um preço abaixo de R$ 5,00, mais especificamente em torno de R$ 4,96. Esse padrão de análise técnica sinaliza uma possível tendência de queda para o dólar frente ao real nos próximos períodos.
Para que isso ocorra precisamos romper a linha de pescoço da figura, ou seja a resistência R$ 5,40. Fechamentos abaixo desse patamar sugerem que o dólar caia mais.
Além do contexto técnico, o cenário macroeconômico também reforça essa tese. Nos Estados Unidos, a política monetária está em uma trajetória de redução gradual das taxas de juros, com o Federal Reserve adotando uma postura mais dovish. A expectativa de cortes nos juros americanos tende a enfraquecer o dólar no mercado global, já que juros mais baixos tornam ativos denominados em dólares menos atrativos para investidores internacionais, favorecendo a busca por alternativas de maior rendimento, especialmente em economias emergentes como o Brasil.
Por outro lado, o Banco Central do Brasil está em um momento de definição quanto à política de juros. A elevação ou até mesmo a manutenção da Selic até o final do ano pode sustentar um diferencial de juros mais elevado entre o Brasil e os Estados Unidos, o que atrai fluxos de capitais estrangeiros para o país, aumentando a demanda por reais e pressionando o dólar para baixo.
Portanto, a combinação do padrão gráfico de OCO com o contexto macroeconômico de juros mais baixos nos EUA e juros mais altos no Brasil aponta para um cenário favorável à valorização do real, o que poderia levar o dólar a romper a barreira dos R$ 5,00, atingindo a projeção de R$ 4,96 mencionada no estudo gráfico. Contudo, é importante monitorar os próximos passos das autoridades monetárias e o comportamento dos mercados internacionais para validar essa perspectiva.