Títulos do Governo
Global Review e Comentário Técnico Semanal 31/03/2025Fechamento de mês é o momento de fazer o Global Review, onde analiso os principais mercados do mundo e em busca de um panorama abrangente. Compreender o big picture traz insights para ajudar nos desdobramentos de curto prazo.
Também vamos fazer o comentário técnico semanal, onde observo o fechamento de alguns ativos: Nasdaq, S&P , US10y , DX , IBOV, USDBRL e Commodities, para verificar que fato técnicos ocorreram e também para saber o que preciso observar na próxima semana.
Grande Abraço
Leo
*Não é recomendação de investimento.
"US10Y a região de 3,999% de formar rápida só vem com RECESSÃO"Título Americano de 10 Anos (T10 / US10Y): O Barômetro da Economia Global
O Título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos é um dos instrumentos financeiros mais observados e influentes do mundo. Sua taxa de rendimento (yield) serve como um indicador-chave da saúde econômica global, influenciando decisões de investimento, políticas monetárias e até mesmo o humor dos mercados financeiros.
Título americano de 10 anos (T10)
Cotação: 4,251% (-2,09%) US10Y
O principal título do mundo caiu forte após ter feito a figura gráfica ombro-cabeça-ombro. Fez a queda projetada em 100% de sua magnitude e, de quebra, buscou o suporte relevante em 4,14%.
Hoje penso que a taxa do T10 só procura a região de 3,999% se houver a certificação de recessão. Isto estou falando se for de maneira rápida.
Pois se no médio prazo ou longo prazo os Estados Unidos estiverem com taxa de desemprego equilibrada e inflação dentro da meta, aí sim pode buscar esta faixa de juros para o título antes já trabalhada.
O Que é o T10?
O T10 é um título de dívida emitido pelo governo dos Estados Unidos com prazo de vencimento de 10 anos. Em termos simples, é um empréstimo que o governo toma dos investidores, com a promessa de pagar juros periodicamente e devolver o valor principal no vencimento.
Por Que o T10 é Tão Importante?
Taxa Livre de Risco: O T10 é considerado um ativo de baixo risco, pois é garantido pelo governo americano. Sua taxa de rendimento serve como referência para precificar outros ativos, como hipotecas, empréstimos corporativos e outros títulos de dívida.
Termômetro da Economia: A taxa de rendimento do T10 reflete as expectativas do mercado em relação ao crescimento econômico, inflação e política monetária. Um aumento na taxa pode indicar expectativas de crescimento e/ou inflação mais alta, enquanto uma queda pode sinalizar preocupações com a desaceleração econômica ou deflação.
Impacto Global: O T10 influencia as taxas de juros em todo o mundo, pois muitos países e empresas utilizam a taxa do T10 como referência para seus próprios títulos de dívida.
Indicador de Sentimento: A taxa do T10 também pode refletir o sentimento dos investidores em relação ao risco. Em tempos de incerteza, os investidores tendem a buscar a segurança dos títulos do governo americano, o que pode levar a uma queda na taxa de rendimento.
Fatores que Influenciam o T10
Política Monetária do Federal Reserve (Fed): As decisões do Fed sobre taxas de juros e compra de ativos têm um impacto significativo no T10.
Inflação: A inflação corrói o poder de compra dos pagamentos futuros do T10, o que pode levar a um aumento na taxa de rendimento.
Crescimento Econômico: Um crescimento econômico forte geralmente leva a um aumento na demanda por crédito, o que pode impulsionar a taxa do T10.
Eventos Geopolíticos: Incertezas geopolíticas, como guerras ou crises políticas, podem levar a uma fuga para a segurança dos títulos do governo americano, impactando a taxa do T10.
Análise Técnica do T10
A análise técnica do T10 envolve o estudo de gráficos e padrões de preços para identificar tendências e potenciais pontos de entrada e saída. No artigo original, menciona-se a figura gráfica "ombro-cabeça-ombro", que é um padrão de reversão de tendência.
O Que o Futuro Reserva para o T10?
As perspectivas para o T10 dependem de uma variedade de fatores, incluindo a trajetória da inflação, o ritmo do crescimento econômico e as decisões do Fed. No entanto, é seguro dizer que o T10 continuará sendo um indicador crucial da economia global e um importante fator a ser considerado por investidores e formuladores de políticas em todo o mundo.
Conclusão
O Título de 10 anos do Governo Americano é muito mais do que apenas um título de dívida. É um barômetro da economia global, um indicador de sentimento e uma ferramenta essencial para investidores e formuladores de políticas. Ao acompanhar de perto o T10, podemos obter insights valiosos sobre a saúde da economia global e tomar decisões de investimento mais informadas.
Análise para o Payroll – 07/03/2025 Minha projeção para o Payroll baseia-se na dinâmica recente da curva de juros nos Estados Unidos:
1. Curto prazo: A curva de juros de curto prazo está fortemente invertida desde 31/12/2024, sugerindo uma possível desaceleração econômica no curto prazo.
2. Médio prazo: A curva de juros de médio prazo começou a perder força de expansão em 14/01/2025 e inverteu efetivamente em 25/02/2025, acompanhando a tendência da curva de curto prazo.
3. Longo prazo (10 anos): Em expansão desde 02/12/2024, a curva atingiu seu pico em 14/02/2025 e, desde então, iniciou um movimento de desaceleração até 26/02/2025.
Resumo:
A inversão simultânea das curvas de curto e médio prazo, aliada à desaceleração da curva de longo prazo, indica um enfraquecimento econômico. Apesar da curva de longo prazo ainda estar em expansão, sua perda de fôlego reforça o cenário de ajuste nas expectativas.
Expectativas para o Payroll:
1. Redução nas contratações (queda no Payroll)
2. Taxa de desemprego estável ou em alta
3. Aumento das horas trabalhadas devido à menor oferta de mão de obra
4. Queda no emprego privado
O comportamento das curvas sugere um mercado de trabalho menos aquecido, refletindo os sinais de desaceleração econômica.
Expectativa para o DOLFUT:
Caso os dados venham conforme nossa análise, o Dólar deve inicialmente apresentar um movimento de queda brusca (Downside), e em seguida, há uma tendência de recuperação (Upside), refletindo um cenário de possível "stagflação" com as expectativas de inflação elevadas e sinais de fraqueza no mercado de trabalho.
Esse contexto pode levar a uma busca por proteção nos mercados globais, ativando um movimento de "Risk Off", onde os investidores migram para ativos mais seguros.
"será que o "OCO" previu a queda ou foi coincidência?""será que o "OCO" previu a queda ou foi coincidência?"
Há dias atrás percebemos esta figura baixista no titulo de 10 anos nesta loucura de Mercado que estamos vivendo.
Com o desenhar dos últimos dias estamos percebendo que a figura gráfica formada já de certa forma demonstrava o sentimento do mercado.
Que pode atingir o máximo da figura ou não que seria na região de 4,26%.
O mercado é dinâmico e pessoas mudam de opinião de acordo com as mudanças. O mercado Macro se tornou um hospício.
Mas fica ai o registro do impacto de uma figura gráfica tão falada e contestada como tem que ser , mas é inegável o impacto gerado no gráfico.
Qualquer figura formada em gráfico revela o que fizeram os agentes de mercado , como se fossem pegadas. Tem muita crítica neste tipo de análise que acaba colocando-a como uma grande bola de cristal para prever o futuro.
Ninguém prevê o futuro , mas trabalha em cima de modelos que sim tem falhas , porque somos imprevisíveis e previsíveis em uma boa parte do tempo.
US10Y perde suporte em 4,4%Rendimento do título de 10 anos do tesouro dos EUA perde ponto de suporte em 4,4% e toca média móvel de 100 dias.
AVISO: Estudo gráfico do ativo aplicando-se price action, volume profile e VWAPs ancoradas. As regiões identificadas apenas sinalizam possibilidades de reação do preço no curto e médio
prazo. Este estudo não é uma recomendação de compra ou venda do ativo.
Deu a louca nos Juros AmericanosA situação ficou complicada para o FED. O rendimento dos títulos de 10 anos dos Estados Unidos ultrapassou o nível crítico de 4,73%, marcado como o pior momento de 2024 após a divulgação dos dados de emprego nesta sexta-feira.
Embora o NFP (Nonfarm Payroll) venha consistentemente diminuindo, como podemos observar na média linear, ele encontrou um patamar de estabilidade na geração de novos empregos. Em contrapartida, o mercado financeiro espera que o mercado de trabalho esfrie, e não se estabilize.
Apesar de as novas vagas (JOLTs) estarem em queda, a taxa de desemprego estabilizou em 4,1%, indicando que a população está empregada e que há cada vez menos novas vagas disponíveis. Alerta!
Mas, falando sobre os títulos americanos de 10 anos, vamos recapitular. Nos últimos dois anos, o pior momento foi em outubro de 2023, quando o rendimento dos títulos atingiu 5,021%. A última vez que o título foi negociado nesse nível foi em julho de 2007. Em 2023, a preocupação girava em torno da possibilidade de taxas de juros mais altas por um período prolongado, impulsionada pela postura do Federal Reserve de admitir que havia subestimado a inflação, desconsiderando sua natureza persistente.
Os principais fatores que preocupavam os mercados na época eram:
Inflação resiliente;
FED atrasado na resposta;
Mercado de trabalho forte;
Risco de recessão.
Já em 2024, tivemos o segundo pico na nossa janela de análise. Naquele momento, a alta nos juros foi impulsionada por uma combinação de dados econômicos divergentes e incertezas sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve. As características que preocupavam o mercado eram:
Inflação persistente em alguns setores;
Divergências no discurso entre membros do FED;
Mercado de trabalho forte;
Sinais de enfraquecimento econômico.
Hoje, estamos ultrapassando o pico de abril, impulsionados pela preocupação com uma economia muito aquecida, mas com novos alertas ligados à situação fiscal. Os pontos-chave são:
Inflação persistente em alguns setores;
Incertezas sobre as políticas do novo governo;
Mercado de trabalho forte;
Reversão dos sinais de enfraquecimento econômico.
O que mudou?
Pouquíssimo. O mercado de trabalho nunca desacelerou expressivamente, a economia – particularmente o setor de serviços – esteve em alta nos últimos três anos, com os EUA gerando PIB e lidando com uma inflação acomodada em um nível mediano, acima da meta.
Se isso não bastasse, o petróleo voltou a ser negociado na casa dos 80 dólares por barril, o que reflete diretamente nos preços ao consumidor.
O problema fiscal decorre de uma política agressiva de emissão de dívida, trazendo novamente a preocupação fiscal para o debate nos EUA. Já não se precificam cortes de juros para 2025. O FED deve manter os juros no nível atual e, quem sabe, até retomar as altas.
Brasil puxando o carro de novo?
Cenário Econômico: Destaques do Brasil e dos Estados UnidosNo Brasil, os indicadores de destaque incluem o PPI (Índice de Preços ao Produtor) e a divulgação da Ata do Copom. Apesar de não haver estimativas de mercado para o PPI, espera-se que a política monetária contracionista, voltada ao controle da inflação, tenha impacto negativo no indicador, refletindo os esforços do Banco Central em mitigar pressões inflacionárias.
Nos Estados Unidos, a atenção inicial recai sobre o Índice Redbook (Anual), que mede as vendas no varejo. Apesar de não haver previsão para o dado, ele possui defasagem por ser anual e reflete um período de ciclo contracionista, o que pode impactar negativamente o resultado do varejo.
Em seguida, o mercado foca no PMI (Índice de Gerentes de Compras) e no relatório de Oferta de Empregos JOLTS, divulgados no mesmo horário. A expectativa para o PMI é de expansão de 52,1 para 53,5, sugerindo melhora nas condições econômicas. Essa visão é sustentada pela curva de juros de longo prazo dos Treasuries, que sinaliza estímulos econômicos. Um ciclo expansionista pode fortalecer o PMI e aumentar as ofertas de emprego, mas tais projeções estão sujeitas a variáveis conjunturais.
Agenda de Eventos
09h00 – Brasil/BC: Gabriel Galípolo participa de reunião do BIS.
13h30 – Brasil: Fernando Haddad concede entrevista à GloboNews.
15h00 às 18h00 – Presidente Lula e Fernando Haddad participam de duas reuniões
Olhem para este grafico da nossa LTN de 10 aninhosVoces, ja pararam para pensar porque nao temos um livro de ordens completo para este ativo. Temos so um "top of the book"? Eu acredito que nao. Na verdade temos uma quantidade enorme de ofertas de compra e venda se interagindo. Porem tudo oque temos sao uma oferta de compra igual a uma oferta de venda. Ora, compra e venda iguais temos um match e pronto, negocia fechado.
Mas isso nao e oque parece estar acontecendo. Em todos os mercados organizados e desenvolvidos, temos um mercado secundario, robusto, transparente e bem desenvolvido. Porque nao temos o mesmo por aqui no nosso querido Brasil. Onde o maior, pra nao dizer o melhor, mercado que e o de renda fixa, nao temos ferramentas disponiveis para a negociacao desses instrumentos.
Comentário Técnico Semanal 16/11/2024Todo final de semana observo o fechamento de alguns ativos: Nasdaq, S&P , US10y , DX , IBOV, USDBRL e Commodities, para verificar que fato técnicos ocorreram e também para saber o que preciso observar na próxima semana.
Grande Abraço
Leo
*Não é recomendação de investimento.
Curva de Juros AmericanaO que é a Curva de Juros?
A curva de juros mostra o rendimento (yield) dos títulos do Tesouro em diferentes prazos, desde curto até longo prazo. O rendimento reflete a taxa de retorno que os investidores exigem para emprestar dinheiro ao governo por determinado período. A forma da curva revela as expectativas do mercado sobre crescimento econômico, inflação e decisões futuras de política monetária.
Curva Ascendente: Normalmente, quanto mais longo o prazo, maior o rendimento. Isso reflete a incerteza e o risco associados a prazos maiores. Uma curva ascendente sugere expectativas de crescimento econômico e inflação no futuro.
Curva Invertida: Ocorre quando os títulos de curto prazo têm rendimentos maiores que os de longo prazo. Isso é visto como um sinal de alerta para recessão, pois os investidores esperam uma desaceleração econômica e que o Fed reduza as taxas de juros no futuro.
Títulos de 2 anos e 10 anos: Por que são importantes?
1. Treasury de 2 anos:
- O rendimento dos títulos de 2 anos está intimamente ligado às expectativas sobre as ações do Federal Reserve em relação às taxas de juros de curto prazo. É o mais sensível às mudanças nas decisões do Fed, já que reflete as expectativas de mercado sobre as condições econômicas e inflação para os próximos anos.
- Impacto das taxas do Fed: Quando o Fed aumenta ou sinaliza que aumentará as taxas de juros de curto prazo (como a Fed Funds Rate), o rendimento dos títulos de 2 anos tende a subir rapidamente. Isso reflete a expectativa de taxas de juros mais altas no curto prazo.
2. Treasury de 10 anos:
- Termômetro da economia e inflação de longo prazo: O rendimento dos títulos de 10 anos reflete as expectativas de crescimento econômico e inflação para um horizonte de tempo mais longo. Ele é amplamente utilizado como referência para definir as taxas de hipotecas, empréstimos de longo prazo e investimentos.
- Sinal de expectativas de crescimento: Se o rendimento dos títulos de 10 anos está subindo, isso indica que os investidores esperam crescimento econômico e, possivelmente, maior inflação no longo prazo. Se o rendimento cai, pode sinalizar expectativas de crescimento fraco ou recessão futura.
Curva 10 anos x 2 anos: A relação entre o rendimento dos títulos de 10 anos e de 2 anos é usada para prever recessões. Se o rendimento de 2 anos ultrapassa o de 10 anos (curva invertida), o mercado está indicando que espera uma recessão e cortes de juros no futuro.
Como acompanhar e interpretar os rendimentos dos títulos de 2 e 10 anos?
1. Diferença entre o rendimento de 2 anos e 10 anos (Spread 2s10s):
O diferencial entre os rendimentos dos títulos de 2 anos e 10 anos é um importante indicador de confiança na economia.
Spread positivo (Curva normal): Quando o rendimento de 10 anos é maior que o de 2 anos, isso reflete expectativas de crescimento econômico estável ou inflacionário no longo prazo.
Spread negativo (Curva invertida): Quando o rendimento de 2 anos é maior que o de 10 anos, isso sinaliza que os investidores esperam uma desaceleração econômica no curto prazo, possivelmente uma recessão, levando a possíveis cortes de juros.
2. O que afeta os rendimentos dos títulos?
Expectativas de inflação: Quando os investidores esperam que a inflação suba, eles exigem rendimentos mais altos para compensar a perda de valor do dinheiro ao longo do tempo.
Crescimento econômico: Em tempos de crescimento forte, os rendimentos tendem a subir, pois há maior demanda por capital e maiores expectativas de inflação.
Ações do Fed: Decisões de política monetária, como aumentos ou cortes de juros, têm impacto direto nos rendimentos dos títulos, especialmente nos de curto prazo como o de 2 anos.
Fluxos de capital global: A demanda por títulos dos EUA como investimento seguro pode aumentar ou diminuir os rendimentos, conforme os investidores globais buscam proteção em momentos de incerteza.
3. Inversão da Curva de Juros:
A curva invertida entre os títulos de 2 e 10 anos (quando o rendimento de 2 anos é maior) é um indicador amplamente monitorado, pois historicamente tem sido um forte prenúncio de recessões nos EUA. Quando a curva inverte, o mercado acredita que o Fed precisará cortar juros no futuro devido a um crescimento econômico mais fraco.
"SUPER-QUARTA": VOCÊ REALMENTE ACREDITA NISSO?Bom dia a todos, escrevi esse artigo para vocês ficarem sabendo o que eles já sabem, eu já sei a muito tempo e não paguei adesão!!!
espero que gostem...
# O Efeito do Volume nas Decisões de Grandes Players no Mercado: Juros e Outras Medidas como Fatores Secundários
Resumo
Este artigo explora por que as decisões de juros e outras medidas econômicas não são os principais fatores de referência na montagem de posições de grandes players no mercado financeiro. Ao contrário da crença popular, a liquidez e o volume das posições tornam inviável a entrada ou saída completa desses players em um único dia. O processo de montagem e desmontagem de posições é prolongado, muitas vezes estendendo-se por meses. A análise considera fatores como o impacto das decisões econômicas, a relação entre liquidez e volume de operações e como os grandes players gerenciam sua exposição no mercado.
Introdução
As decisões de juros, assim como outras medidas macroeconômicas, são frequentemente tratadas como grandes catalisadores nos mercados financeiros, principalmente para traders individuais e de médio porte. No entanto, para os grandes players — instituições como fundos de hedge, fundos soberanos e grandes bancos de investimento — essas medidas não são a principal referência para suas operações. Esse artigo examina as razões pelas quais o volume de operações dessas entidades faz com que elas precisem adotar estratégias prolongadas de posicionamento, tornando as decisões de juros fatores secundários.
O Papel dos Grandes Players no Mercado
Antes de explorar o impacto das decisões econômicas, é fundamental entender o papel que os grandes players desempenham no mercado. Essas instituições controlam vastos recursos financeiros e, portanto, suas operações envolvem volumes muito maiores do que os de traders comuns. Em contraste com investidores individuais, que podem movimentar facilmente uma posição completa em resposta a um anúncio de política monetária, os grandes players enfrentam restrições significativas de liquidez.
O Dilema da Liquidez
O principal desafio enfrentado por grandes players é a liquidez. A liquidez do mercado se refere à capacidade de comprar ou vender um ativo sem afetar significativamente seu preço. Quando um grande player tenta entrar ou sair de uma posição de forma muito rápida, pode causar uma variação substancial no preço do ativo, prejudicando o retorno da operação. Por isso, ao contrário dos pequenos investidores, essas instituições precisam adotar estratégias de montagem e desmontagem de posições ao longo de semanas ou até meses.
Exemplo Prático
Para ilustrar esse ponto, imagine que um fundo de hedge deseje comprar ações de uma empresa que tenha um volume médio de negociação diário de 1 milhão de ações. Se o fundo quiser adquirir 10 milhões de ações, equivalente a 10 dias de volume de negociação, não poderia simplesmente executar essa compra em um único dia. Isso causaria um pico no preço da ação, que acabaria tornando a operação muito mais cara. Em vez disso, o fundo distribuiria suas compras ao longo de semanas para não afetar o preço de mercado significativamente.
Montagem e Desmontagem de Posições
Essa limitação de liquidez obriga os grandes players a realizar suas operações em fases. Na montagem de posições, esses players adquirem ativos de forma incremental, aproveitando diferentes condições de mercado e períodos de maior liquidez, como nos pregões com maior volume. No desmonte de posições, a estratégia é semelhante, com as vendas sendo realizadas gradualmente para evitar impacto no preço.
Essa abordagem contrasta diretamente com a narrativa comum de que os grandes players agem com base em eventos pontuais, como uma decisão de taxa de juros. Embora esses eventos possam alterar a direção geral do mercado, a magnitude das posições dessas instituições é tal que elas não podem simplesmente reagir instantaneamente. Elas precisam antecipar movimentos com antecedência e se ajustar ao longo do tempo.
Decisões de Juros: Fator Secundário para Grandes Players
As decisões de juros, geralmente anunciadas pelos bancos centrais, são tratadas por muitos como o principal driver dos mercados financeiros. No entanto, para os grandes players, essas decisões funcionam mais como um pano de fundo para suas operações do que como um gatilho imediato para a montagem ou desmontagem de posições.
A Natureza Previsível das Decisões de Juros
Uma das razões pelas quais as decisões de juros têm um impacto limitado nas operações dos grandes players é sua previsibilidade. O mercado financeiro está constantemente monitorando indicadores macroeconômicos, discursos de autoridades econômicas e tendências inflacionárias para antecipar as decisões de bancos centrais. Assim, mesmo que uma decisão de juros influencie a direção do mercado, os grandes players já incorporam essa expectativa em suas estratégias muito antes do anúncio formal.
Impacto Diluído no Tempo
Como resultado, o impacto de uma decisão de juros é diluído ao longo do tempo para esses grandes participantes. Eles podem já estar ajustando suas posições semanas ou meses antes de uma decisão de juros ser anunciada oficialmente. A reação dos grandes players, portanto, não é imediata ou concentrada em um único dia, como pode ocorrer com investidores individuais ou menores. A decisão de juros apenas confirma ou ajusta levemente uma trajetória que já havia sido antecipada.
Outros Fatores Determinantes para Grandes Players
Enquanto as decisões de juros têm um impacto moderado, outros fatores podem ter um papel mais relevante na tomada de decisão dos grandes players. Entre os principais estão:
1. Liquidez do Mercado
Como mencionado anteriormente, a liquidez é o principal limitador das operações de grandes players. Isso significa que, para esses participantes, a análise de volume e a disponibilidade de contrapartes dispostas a negociar são fatores críticos para decidir como e quando entrar ou sair de uma posição.
2. Eventos Globais e Geopolíticos
Além das decisões de juros, eventos geopolíticos, crises econômicas ou mudanças regulatórias podem ter um impacto significativo nos mercados. Esses eventos geralmente são menos previsíveis que decisões de política monetária e podem criar oportunidades ou riscos que exigem ajustes rápidos de posição.
3. Rebalanceamento de Portfólios
Os grandes players muitas vezes precisam rebalancear seus portfólios para cumprir seus objetivos de longo prazo ou atender a requisitos regulatórios. O rebalanceamento pode exigir ajustes significativos de posição, que são feitos de forma estratégica ao longo do tempo, independentemente de decisões macroeconômicas pontuais.
4. Fluxos de Caixa e Captação de Recursos
O fluxo de caixa dos fundos, seja pela captação de novos recursos de investidores ou pela necessidade de resgates, também influencia as decisões de grandes players. Um grande volume de novas captações pode levar um fundo a expandir sua exposição ao mercado, enquanto grandes resgates podem forçar a venda de ativos, independentemente de decisões econômicas.
Ficou claro???
Ao longo deste artigo, ficou claro que as decisões de juros e outras medidas econômicas têm um papel secundário na montagem de posições de grandes players no mercado financeiro. Devido ao volume expressivo de seus ativos, essas instituições não podem simplesmente reagir instantaneamente a essas decisões. Elas precisam adotar estratégias de longo prazo, distribuindo suas operações ao longo de semanas ou meses para evitar influenciar o mercado de forma adversa.
Embora as decisões de juros possam servir como um pano de fundo importante, os grandes players já antecipam essas mudanças com bastante antecedência, e suas operações estão mais atreladas à gestão de liquidez, eventos globais e objetivos estratégicos de longo prazo. Compreender essa dinâmica é crucial para os investidores que desejam interpretar corretamente o comportamento desses players e a evolução dos mercados financeiros como um todo.
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### Referências
1. Black, F., & Scholes, M. (1973). The Pricing of Options and Corporate Liabilities. *Journal of Political Economy*.
2. Harris, L. (2003). *Trading and Exchanges: Market Microstructure for
Practitioners*. Oxford University Press.
3. Kyle, A. S. (1985). Continuous Auctions and Insider Trading. *Econometrica*.
4. Brunnermeier, M. K., & Pedersen, L. H. (2009). Market Liquidity and Funding Liquidity. *The Review of Financial Studies*.
5. Chan, L. K., & Lakonishok, J. (1995). The Behavior of Stock Prices Around Institutional Trades. *The Journal of Finance*.
6. Andrade, S. C., & Chhaochharia, V. (2010). Large Investors, Price Manipulation, and Market Efficiency. *The Review of Financial Studies*.
7. Engle, R. F., & Patton, A. J. (2001). What Good is a Volatility Model? *Quantitative Finance*.
8. Thurner, S., Farmer, J. D., & Geanakoplos, J. (2012). Leverage Causes Fat Tails and Clustered Volatility. *Quantitative Finance*.
9. Scholes, M. S. (2000). Crisis and Risk Management. *American Economic Review*.
10. Haugen, R. A., & Baker, N. L. (1996). Commonality in the Determinants of Expected Stock Returns. *Journal of Financial Economics*.
Este conjunto de referências oferece uma visão abrangente sobre a dinâmica da liquidez, a relação entre volume e preços e o comportamento de grandes players no mercado financeiro.
É SOBRE ISSO!!!
Um grande abraço Rafael "Lagosta" Diniz.
FOMC vai cortar — para onde vai o dinheiro?Depois da desinverção na curva de juros , as pessoas que acompanham o macro do mercado estão todas aguardando o primeiro corte de juros nos EUA, e o mercado tem quase certeza de que isso acontecerá agora em setembro (também tenho alta convicção). A discussão gira em torno de se esse corte será de 0,25 ou 0,50 pontos percentuais.
Nesta semana, no dia 18 de setembro, teremos o FOMC, e os diretores de política monetária dos EUA vão votar por um corte de 25 bps ou 50 bps, além de apresentarem suas perspectivas no famoso dot plot. O dot plot é um relatório no qual os membros do comitê indicam suas projeções para a taxa de juros nos meses subsequentes, fornecendo uma direção sobre como eles veem o futuro da curva de juros.
Nas Opções de Juros da CME, as apostas são ainda mais agressivas, precificando três cortes de 50 bps até o final do ano, o que significa uma redução de 1,5% nas taxas de juros ainda este ano. É importante mencionar que a ferramenta FedWatch da CME reflete apostas no mercado de opções, amplamente utilizadas para hedge, e não necessariamente representa a realidade.
Contudo, nesse cenário, temos um estímulo mais forte na economia, o que pode ser um choque significativo para revitalizar o mercado de small caps americanas.
Mas o que isso significa na prática?
Como mencionei anteriormente, o mercado profissional estava aguardando esse momento para intensificar a rotação entre os setores, dado que o ciclo de corte de juros está prestes a começar. Podemos ver isso claramente nos Futuros do Dow Jones, onde o mercado está operando renovando máximas acima de 41.600, acompanhado pelo Índice S&P 500, que está operando muito próximo de sua máxima. Enquanto isso, o índice que teve o melhor desempenho recentemente, o NASDAQ de tecnologia, opera em 19.400, ainda distante de sua máxima de 21 mil.
Isso ocorre porque os setores mais sensíveis às taxas de juros estavam sendo impactados negativamente pelo aumento dos juros nos EUA, já que a alta dos juros encarece o custo operacional de muitas empresas. Agora, os ativos que superaram o mercado desde 2022, principalmente aqueles expostos à mania da Inteligência Artificial, devem começar a perder parte do prêmio adquirido por suas performances espetaculares.
Por fim, a sinalização é clara: o corte de juros está a caminho, mas não sou capaz de prever com precisão o tamanho desse corte. Apenas fique atento aos novos ativos do momento, como CBOT_MINI:YM1! e CME_MINI:RTY1! , que prometem ótimas oportunidades no novo ciclo de política monetária.
US10Y - OLHO VIVO! - "SERÁ O COMEÇO DO FIM?"Boa tarde, traders e entusiastas do mercado!
Hoje, vamos mergulhar no emocionante mundo das taxas de juros americanas, que parecem estar fazendo uma dança contínua na pista de dança do suporte da retração de Fibonacci. E quando falamos em longo prazo, não estamos brincando – estamos falando de um longo prazo que faria até mesmo as tartarugas se sentirem jovens, com ciclos que vão de meses a anos, e até décadas!
Então, abram bem os olhos, porque podemos estar presenciando o início do que poderia ser o fim... ou talvez apenas um repique do dia a dia? o futuro nos dirá!
Se a taxa de juros decidir fazer uma nova performance de estresse, o mercado americano poderá finalmente ceder sob o peso de seu próprio drama e desconfiança – um enredo que já está se desenrolando há algum tempo.
Será que hoje, finalmente, os ursos e abutres do mercado financeiro terão sua chance de brilhar?
Afinal, nos últimos atos desta peça, foram os touros – fortes, bonitos e idolatrados – que dominaram o palco. Mas como em qualquer bom drama, o final é sempre incerto.
Fiquem ligados!
Um grande abraço Rafael "Lagosta" Diniz🦞🦞🦞
O mercado inicia a desinverter a curva de jurosDurante o ano todo, vimos o Federal Reserve americano lutando para convergir a inflação para a meta de 2%, apostando em manter os juros na faixa de 5,25% a 5,50%. O fato é que observamos um mercado de trabalho muito resistente ao abrandamento.
O contexto disso é que, quanto maior a taxa de emprego de um país, mais dinheiro circula na economia, e mais as pessoas gastam. Com a maior demanda e oferta constante, os preços sobem. Economia básica: renda > consumo > inflação.
Todo esse cenário de juros altos e combate à inflação levou os investidores a "desacreditarem" nos EUA no longo prazo, exigindo um prêmio maior para os títulos de curto prazo. Isso significa que os títulos do governo com vencimento de 2 anos pagam mais do que os títulos de 10 anos. Afinal, por que você alocaria seu dinheiro por 10 anos em um título que paga menos do que uma alocação de 2 anos, sendo que o risco é o mesmo?
Porque o mercado tinha preocupações de curto prazo que obrigavam o governo a buscar financiamento e pagar mais para prazos menores, e essas preocupações estão relacionadas à inflação, conforme mencionado anteriormente.
À medida que a inflação desacelerou, a curva de 10 anos subtraída pela curva de 2 anos voltou a "desinverter", ou seja, no gráfico abaixo, voltou a se aproximar de um valor positivo. Observe nesse gráfico que o valor do spread da curva (T10 - T02) é negativo, significando a diferença positiva que o título curto paga a mais .
No entanto, no dia 05/08, o mercado de juros ficou por alguns minutos desinvertido, e os agentes passaram a exigir mais prêmio para a alocação de longo prazo em comparação com a de curto prazo causando a famosa desinverção. Mas o que aconteceu no dia 05 de agosto?
Yield Steepen e o Bank of Japan
Em 5 de agosto, o Banco do Japão inesperadamente encerrou a política de juros negativos (a banda), que durou oito anos, elevando sua taxa de juros e tornando o custo de empréstimo no Japão positivo. A reação imediata foi a repatriação do dinheiro usado para carry trade em mercados estrangeiros e o pagamento dos empréstimos dessa operação.
Carry trade (ou carrego) é a operação onde dinheiro de emprestimo de juro baixo que é usado para rentabilizar onde o juro é maior, ou seja, pegou emprestimo no Japão a 0,01% de juro para render 4%a.a. nos EUA ou em lugares de maior risco.
Essa decisão foi parcialmente motivada pela crescente pressão inflacionária no Japão e pela necessidade de ajustar a política monetária para lidar com as expectativas de inflação futura. Além disso, a política de YCC estava começando a gerar distorções no mercado, como a redução da liquidez nos mercados de JGBs e o aumento da pressão sobre o iene.
O steepening (inclinação) da curva de juros americana também foi motivado pela preocupação com o emprego nos EUA, que parece estar desacelerando um pouco mais rápido do que o previsto. A volatilidade foi tremenda, e o mercado entrou em selloff, acionando o mecanismo de parada de negociações (circuit break) no Nikkei 225 e quase acionando os mecanismos nos EUA, onde vimos o S&P 500 caindo mais de 6% no início da sessão europeia. A alavancagem no mercado e a centralização em IA foram significativas, criando um cenário de correria em que a saída era estreita.
Hoje, o mercado retoma a estabilidade após o BOJ anunciar que descarta a possibilidade de um forte aumento dos juros, retirando a pressão sobre a curva de juros japonesa, em um claro blefe após as falas anteriores.
Sobretudo, a desaceleração abrupta na economia americana trouxe à tona a possibilidade de cortes mais intensos nos juros americanos, mantendo a curva muito próxima da desinversão e aumentando as chances de um pouso suave em vez de uma recessão severa. Agora, resta observar as próximas leituras de inflação e, principalmente, de emprego.
Sugestões para leitura e fact check
www.infomoney.com.br
www.bloomberg.com
www.bloomberg.com
www.reuters.com
www.bloomberglinea.com.br
Estudo pessoal
Hoje o mercado acha que o FED está atrasado nos cortes de jurosHoje o mercado acha que o Fed está atrasado nos cortes de juros- com o dado de atividade industrial de ontem o PMI e o Payroll de hoje o mercado acha que o FED está atrasado, já que o movimento feito na taxa de juros tem um atraso para fazer efeito.
Mas os Estados Unidos vieram produzindo dados completamente divergentes um dos outros e fez com que as mudanças nos juros nunca tivessem mais convicção.
Estamos no meio de um movimento e isto muda se o próximo dado vier mostrando que o fantasma da recessão não passou de um grande delírio.
"O Brasil não está no planeta Terra""O Brasil não está no planeta Terra"- já tinha ouvido esta frase antes e tinha achado estranho, mas com o que está acontecendo hoje com boa parte das bolsas do mundo no mínimo surfando estabilidade ou subindo timidamente, nós aqui no Brasil com bolsa caindo forte e juros futuros escalando ainda mais.
"Economia em Ebulição: Eleições, Fed e o Fantasma da Recessão" Desvendando a Economia Americana em Tempos Turbulentos
Introdução:
A economia dos Estados Unidos se encontra em um momento singular: ano eleitoral, com o presidente em curso impulsionando a expansão, enquanto o Federal Reserve (Fed) busca conter a inflação sem mergulhar o país em uma recessão. Essa dicotomia, somada aos dados inconsistentes do mercado de trabalho, gera incertezas e questionamentos.
Analisando o Cenário:
Ano Eleitoral e Estímulo Fiscal: Historicamente, em anos eleitorais, os governantes tendem a adotar medidas expansionistas para impulsionar a economia e favorecer sua reeleição. No caso dos EUA, isso se traduz em aumento de gastos públicos e incentivos fiscais, o que contribui para o crescimento do PIB.
Fed Contrapondo com Política Monetária Restritiva: Em contraste com a postura fiscal expansionista, o Fed eleva as taxas de juros para combater a inflação, que se encontra em níveis elevados. Essa medida visa reduzir a demanda agregada e conter o ritmo acelerado da economia.
Mercado de Trabalho: Sinais Confusos: Os dados do mercado de trabalho americano apresentam inconsistências, ora indicando retração, ora sinalizando expansão robusta. No último relatório do payroll, observou-se a criação de vagas de jornadas mais curtas, especialmente em setores que empregam muitos imigrantes. Essa característica levanta dúvidas sobre a qualidade e a sustentabilidade desses novos postos de trabalho.
Desafios e Perspectivas:
Desmascarando a Realidade Pós-Eleições: A grande incógnita reside no que acontecerá após as eleições. Com a diminuição da influência estatal, os dados econômicos poderão apresentar um panorama mais realista. Nesse cenário, a faixa de juros atual do Fed (entre 5,25% e 5,50%) pode se mostrar excessivamente alta para uma economia desprovida do suporte fiscal.
Risco de Recessão: O aperto monetário do Fed, somado à desaceleração do crescimento impulsionado pelas eleições, eleva o risco de uma recessão. Essa possibilidade é agravada pela incerteza do cenário global, marcado pela guerra na Ucrânia e pelas disrupções nas cadeias de suprimentos.
Conclusão:
A economia americana se encontra em um momento de grande incerteza, com diversos fatores em jogo. A interpretação dos dados e a previsão do futuro são desafiadoras. É crucial acompanhar os desdobramentos das políticas fiscal e monetária, do mercado de trabalho e do cenário global para entender os rumos da economia americana e seus impactos no Brasil e no mundo.
JUROS VAMOS DAR UMA OLHADA NOS PRINCIPAIS!Boa noite a todos!
No vídeo mencionado, discuto a taxa de juros de 10 anos e um ativo facilmente negociável em uma plataforma específica do mercado financeiro. Também abordo a perspectiva de 30 anos, mostrando que, embora a tendência de queda esteja acentuada, existem fortes suportes próximos à região atual. Portanto, para quem está de fora e não realizou vendas, não é o momento de vender.
Da mesma forma, para quem não adquiriu o produto apresentado no início do vídeo, também não é hora de comprar. Aguardaremos novos movimentos do mercado e uma oportunidade clara para entrar em uma operação, pois agora estamos em uma posição intermediária e a entrada seria custosa, o que não é ideal. Espero que tenham dúvidas e convido todos a escreverem suas mensagens abaixo para debatermos, discutirmos e trocarmos informações.
Assim, poderemos chegar juntos a um entendimento comum e ganhar confiança em nossas análises. Lembre-se de que cada um deve seguir sua própria estratégia e perfil de operação. Estou aqui para apontar alguns marcos de referência e indicar o estado atual do mercado.
Um grande abraço a todos, Rafael Lagosta.
"Será que o #US10Y está prevendo o futuro?"Observando o título americano de 10 anos vemos que há indícios que os investidores estão trabalhando ainda com possibilidade de não haver corte na taxa de juros este ano, porque mostra a possibilidade de taxa de 4,67%.
O Federal Reserve em apuros: navegando em um mar de incertezas
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, se encontra em um momento crucial, cercado por desafios complexos e interligados. A inflação galopante, a guerra na Ucrânia e as persistentes disfunções na cadeia de suprimentos configuram um cenário desafiador, exigindo decisões estratégicas e ponderadas por parte do Fed.
1. Domar a inflação: um fantasma assombra a economia americana
A principal dor de cabeça do Fed é a inflação, que atingiu níveis não vistos em décadas. Em abril de 2024, o índice de preços ao consumidor (IPC) subiu 8,6% em relação ao ano anterior, bem acima da meta de 2% do Fed. Esse aumento vertiginoso dos preços corrói o poder de compra das famílias, erode a confiança do consumidor e ameaça a estabilidade econômica.
Combater a inflação sem sufocar a recuperação econômica é a missão árdua do Fed. Aumentar as taxas de juros, ferramenta tradicional para conter a inflação, pode desacelerar o crescimento e levar ao desemprego. Essa delicada equação exige cautela e um toque hábil do Fed.
2. A guerra na Ucrânia: um choque imprevisto com repercussões globais
A guerra na Ucrânia lançou uma onda de incertezas na economia global, elevando os preços da energia e dos alimentos e interrompendo as cadeias de suprimentos. Esse choque imprevisível torna ainda mais difícil para o Fed navegar na turbulenta conjuntura econômica.
As sanções impostas à Rússia e os efeitos indiretos do conflito geram instabilidade nos mercados financeiros e pressionam ainda mais a inflação. O Fed precisa monitorar de perto os desdobramentos da guerra e ajustar suas políticas conforme necessário para mitigar os impactos negativos.
3. Cicatrizes da pandemia: cadeias de suprimentos ainda fragilizadas
As disrupções na cadeia de suprimentos, causadas pela pandemia de COVID-19, ainda persistem, impactando os preços e a disponibilidade de bens. Essa situação complexa dificulta os esforços do Fed para controlar a inflação, pois os gargalos na produção e na logística limitam a oferta de produtos e pressionam os preços para cima.
O Fed precisa trabalhar em conjunto com outros órgãos governamentais e com o setor privado para identificar soluções para os gargalos na cadeia de suprimentos e restaurar a fluidez do sistema.
4. Desigualdade persistente: um desafio social e econômico
A desigualdade de renda e riqueza nos Estados Unidos é um problema crônico que se agravou durante a pandemia. Essa disparidade social e econômica representa um desafio não apenas do ponto de vista moral, mas também com implicações para a estabilidade econômica a longo prazo.
O Fed, embora não tenha o mandato direto de combater a desigualdade, pode utilizar ferramentas monetárias e regulatórias para promover uma distribuição mais equitativa da renda e da riqueza. Políticas que incentivam o pleno emprego, o acesso ao crédito e a inclusão financeira podem contribuir para reduzir as disparidades e fortalecer a economia como um todo.
5. Comunicação eficaz: navegando na era da informação
Em um ambiente de alta incerteza e volatilidade do mercado, a comunicação clara e eficaz por parte do Fed é crucial para manter a confiança do público e dos mercados financeiros. O Fed precisa comunicar suas decisões e perspectivas de forma transparente e acessível, evitando ambiguidades e sinais confusos.
A comunicação eficaz também é essencial para construir consenso e apoio para as políticas do Fed. O diálogo aberto com o público, especialistas e representantes eleitos pode ajudar a garantir que as decisões do Fed sejam bem compreendidas e respaldadas por uma base sólida de apoio.
Conclusão: navegando em um mar tempestuoso
O Federal Reserve enfrenta um conjunto complexo de desafios que exigem liderança, expertise e comunicação eficaz. Encontrar o equilíbrio entre combater a inflação, promover o crescimento econômico e mitigar os impactos negativos da guerra na Ucrânia e das disrupções na cadeia de suprimentos será fundamental para navegar neste mar tempestuoso.
Ao mesmo tempo, o Fed precisa manter o foco na questão da desigualdade e garantir que suas políticas contribuam para uma sociedade mais justa e próspera para todos. A capacidade do Fed de superar esses desafios será determinante para o futuro da economia americana e, por consequência, para a economia global.