Tudo certo, nada resolvidoPara a felicidade dos europeus vemos que o preço do gás natural retomou os níveis estáveis e "baratos" do período pré-guerra, isso muito influenciado pela baixa demanda de gás natural ocasionada pelos contratos bilaterais off-rússia e também com o clima ameno neste inverno.
Em meados de novembro de 2021 as tropas Russas já marchavam nas fronteiras Ucranianas, e na iminência de uma invasão os preços já estressavam a muito tempo, principalmente por falácias e troca de farpas dos países. No dia 20 de Fevereiro temos a entrada na Ucrânia e 1 mês depois, mercado sofreu um forte choque de oferta do gás natural, tanto por sansões quanto pela dificuldade logistica de negociar com um país em conflito. Dadas o redesenho da cadeia de suprimentos, a commodity começa a acelerar de preço, chegando a valorizar 180% do seu preço base na NYMEX.
O mercado ficou extremamente volátil entre abril e setembro de 22, quando novos players começaram a ofertar gás natural em acordos bilaterais na tentativa de excluir a Rússia da cadeia de suprimentos energética para a Europa, mas mesmo assim, qualquer suprimento não seria suficiente. Posteriormente, uma sabotagem nos gasodutos que passavam pelo Báltico, apenas uma pimentinha na crise.
Do meio para o fim de 2022, a Europa teve a oportunidade de fazer grandes estoques de energia para se preparar para o inverno, embora insuficientes para suprir todo o inverno, a Europa teve muita sorte por conta das condições climáticas atuais, com um dos invernos mais amenos dos últimos anos, preservando o estoque de gás e preservando o bolso dos Europeus.
Agora o gás opera em níveis pré-guerra, meados de 3,3. Vale ressaltar que o inverno só acaba em março, e há pano para manga ainda. Sobretudo, os índices de preço ao consumidor já vem baixando na Europa, trazendo otimismo para as bolsas e aliviando a pressão inflacionária no BCE.
Embora a próxima reunião de política monetária do BCE esteja certa que o aumento de juros será em 0,5pp, membros do comitê já ventilam uma desaceleração na alta de juros, cogitando aumentos de 0,25pp para as próximas reunião, após Fevereiro. Agora, ficar de olho na desaceleração do IPC da zona do euro pode ser fundamental para entender se a crise inflacionária pode estar chegando ao fim naquele bloco.