Está difícil de conter a inflação!Na primeira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic inalterada em 13,75%, como previsto pelo mercado. O foco da decisão estava no comunicado do Copom, já que as expectativas de inflação mudaram significativamente desde a última reunião. De acordo com o relatório Focus, a previsão de inflação para 2023 subiu para 5,48% nas últimas semanas. Além disso, as expectativas para os anos de 2024 a 2026 também aumentaram acima da meta de inflação de 3%.
Em resumo, o Copom está preocupado com as expectativas de inflação que estão aumentando. Se houver alguma mudança na taxa Selic, provavelmente será uma alta, ao contrário do que o mercado esperava, que previa uma queda a partir do segundo semestre de 2023.
Com a mudança de perspectiva do Copom, é possível que as taxas de juros prefixados de curto prazo sejam reajustadas para cima, enquanto as de longo prazo podem ser levemente reduzidas. É importante ficar atento à posição do novo governo sobre o assunto, já que anteriormente Haddad e Lula criticavam a postura do Banco Central e os juros elevados, então pode haver mais discussões sobre o tema.
O cenário global não é exclusivo dos EUA, outras regiões, como a União Europeia, a Inglaterra, a China e o Brasil também o acompanharam esse aumento ou pelo menos mudaram as expectativas das previsões para as próximas reuniões.
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Sinalização política e econômica ajudamTivemos essa semana declarações vindas da Ministra Simone Tebet e do Ministro Fernando Haddad sobre o planejamento de gastos e do orçamento para 2023 em diante. Os juros são especialmente reativos a declarações políticas da Fazenda, Orçamento, Fiscal e Bancário.
O fato da Tebet declarar que os gastos serão rigorosamente controlados animou e muito o mercado essa semana, jogando as perspectivas de juros futuros curtos e longos para baixo, mesmo em uma semana conturbada com diversas manchetes políticas que colocaram em cheque a democracia.
Essa sinalização é muito positiva, pois demonstra que a curva de juros está naturalmente, pela força do mercado ou percepção de risco, convergindo para prêmios menores. Além disso, isso também pode sinalizar entrada de capital no Brasil sob diversas motivações. O grigo trás dinheiro para o país emergente e precisa deixar um hedge em ativos como dólar ou juros ou bolsa, dependendo do seu objetivo de investimento.
Vale ressaltar também a ótima leitura de inflação nos EUA hoje, que vieram em linha ao esperado, mostrando que os EUA está atingindo o pico de inflação, retirando a pressão inflacionária sobre as decisões do FOMC. Para o Brasil, isso é ótimo ainda mais com o juro real que estamos pagando.
E expectativa para 2023 é que as curvas de juros retornem aos meados de 12~11%, dependendo da saúde econômica, é claro.