O motor industrial europeu está sendo apagado?O Grupo Volkswagen, outrora símbolo da dominância da engenharia alemã e da recuperação europeia pós-guerra, vive um desmantelamento estrutural, não apenas uma desaceleração cíclica. A empresa enfrenta uma tempestade perfeita: vulnerabilidade geopolítica exposta pela crise de semicondutores da Nexperia (onde a China demonstrou escalada de domínio sobre cadeias críticas), desvantagens catastróficas de custo laboral (US$ 3.307 por veículo na Alemanha vs US$ 597 na China) e o fracasso total da divisão de software CARIAD, que consumiu €12 bilhões com quase nada a mostrar. O resultado é inédito: 35 mil cortes de empregos na Alemanha até 2030, primeiros fechamentos de fábricas em 87 anos e transferência da produção do Golf para o México.
A rendição tecnológica é talvez a mais reveladora. A VW investe US$ 5,8 bilhões na startup americana Rivian e US$ 700 milhões na chinesa XPeng, não como parcerias estratégicas, mas como tentativas desesperadas de adquirir capacidades de software e plataforma que falhou em desenvolver internamente. A empresa que outrora fornecia tecnologia a joint-ventures chinesas agora compra plataformas completas de veículos de uma startup chinesa fundada em 2014. Enquanto isso, seu motor de lucro colapsou: o lucro operacional da Porsche caiu 99% para apenas €40 milhões no 3º trimestre de 2024; a fatia de mercado da VW na China caiu de 17% para menos de 13%, com apenas 4% no segmento crítico de veículos elétricos.
Não é apenas reestruturação corporativa, é uma transferência fundamental de poder. A estratégia “Na China, para a China” da VW, que transfere 3.000 engenheiros para Hefei e cria um ecossistema tecnológico separado sob jurisdição chinesa, coloca de fato a propriedade intelectual e o desenvolvimento futuro da empresa sob controle de um rival sistêmico. A análise de patentes confirma a mudança: enquanto a BYD construiu uma muralha de 51.000 patentes focadas em baterias e tecnologia EV, grande parte do portfólio da VW protege motores de combustão interna legados — ativos encalhados num futuro elétrico. O que assistimos não é a Alemanha se adaptando à concorrência, mas a Europa perdendo o controlo do seu setor manufatureiro mais importante, com engenharia e inovação cada vez mais feitas por mãos chinesas, em solo chinês, sob regras chinesas.
China!
A aposta da Boeing na defesa é o novo arsenal dos EUA?A recente valorização das ações da Boeing decorre de uma mudança estratégica fundamental para contratos de defesa, impulsionada pelo aumento das tensões de segurança globais. A empresa conquistou vitórias importantes, incluindo o contrato de caça F-47 Next Generation Air Dominance (NGAD) no valor de mais de US$ 20 bilhões e um acordo de US$ 4,7 bilhões para fornecer helicópteros AH-64E Apache à Polônia, Egito e Kuwait. Esses contratos colocam a Boeing no centro dos esforços de modernização militar dos EUA para conter a rápida expansão chinesa de caças furtivos como o J-20, que já rivaliza com as taxas de produção americanas de aeronaves de quinta geração.
O programa F-47 representa a redenção da Boeing após perder a competição do Joint Strike Fighter há duas décadas. Por meio da divisão Phantom Works, a Boeing desenvolveu e testou em voo protótipos em escala real secretamente, validando projetos com métodos de engenharia digital que aceleraram dramaticamente os cronogramas. A aeronave possui tecnologia furtiva de banda larga avançada e servirá como nó de comando controlando drones autônomos em combate, mudando fundamentalmente a doutrina de guerra aérea. Enquanto isso, o helicóptero Apache modernizado ganhou relevância renovada na estratégia de defesa do flanco leste da OTAN e operações anti-drone, garantindo linhas de produção até 2032.
No entanto, persistem riscos de execução. O programa do avião-tanque KC-46 continua enfrentando desafios técnicos com o Remote Vision System, agora adiado até 2027. Os motores de ciclo variável avançados do F-47 estão dois anos atrasados devido a restrições na cadeia de suprimentos. Espionagem industrial, incluindo casos de venda de segredos à China, ameaça vantagens tecnológicas. Apesar desses desafios, o portfólio de defesa da Boeing fornece fluxos de receita anticíclicos que protegem contra a volatilidade da aviação comercial, criando estabilidade financeira de longo prazo à medida que o rearmamento global entra no que analistas descrevem como um “super-ciclo” sustentado impulsionado pela competição entre grandes potências.
"INTELBRAS-INTB3- BOM MOMENTO NO CURTO PRAZO"🎥 Neste vídeo, vamos abordar:
1- FECHOU SUBINDO 2,58% EM R$13,10
2- após o resultado do 3t2025 subiu 9%.
3- alvo 13,77- 14,67 e alvo final em 15,10.
Resumo direto: No 3º trimestre de 2025 (3T25), a Intelbras (INTB3) registrou lucro líquido de R$ 147,9 milhões, uma alta de 14,3% em relação ao mesmo período de 2024, mesmo com queda de 9,6% na receita líquida, que ficou em R$ 1,12 bilhão.
📊 Principais números do 3T25
Receita líquida: R$ 1,12 bilhão (queda de 9,6% ano contra ano)
Ebitda: R$ 144 milhões (recuo de 4,3%)
Lucro líquido: R$ 147,9 milhões (alta de 14,3%)
Margem líquida: 13,2%
Geração de caixa operacional: R$ 480,3 milhões
Caixa total: R$ 1,24 bilhão
🔎 Destaques do trimestre
Eficiência operacional: Apesar da queda na receita, houve melhora nas margens e maior rentabilidade.
Segmento de Segurança: Cresceu 4,4% em receitas, ganhando relevância no portfólio.
Foco estratégico: A empresa manteve ajustes voltados para eficiência e geração de caixa robusta.
📈 Interpretação
O resultado mostra que a Intelbras conseguiu compensar a retração nas vendas com maior eficiência e margens melhores, além de reforçar sua posição de caixa. Isso indica resiliência em um cenário de mercado desafiador, especialmente no setor de tecnologia e segurança.
📊 Linha do tempo dos resultados Intelbras (2024–2025)
📅 1T24 🔹 Receita: R$ 1,18 bi 💰 Lucro: R$ 120,5 mi 📈 Ebitda: R$ 135 mi 📊 Margem líquida: 10,2% 💵 Caixa: R$ 0,95 bi
📅 2T24 🔹 Receita: R$ 1,25 bi 💰 Lucro: R$ 130,2 mi 📈 Ebitda: R$ 140 mi 📊 Margem líquida: 10,4% 💵 Caixa: R$ 1,02 bi
📅 3T24 🔹 Receita: R$ 1,24 bi 💰 Lucro: R$ 129,3 mi 📈 Ebitda: R$ 150 mi 📊 Margem líquida: 10,4% 💵 Caixa: R$ 1,05 bi
📅 4T24 🔹 Receita: R$ 1,30 bi 💰 Lucro: R$ 135,0 mi 📈 Ebitda: R$ 155 mi 📊 Margem líquida: 10,5% 💵 Caixa: R$ 1,10 bi
📅 1T25 🔹 Receita: R$ 1,20 bi 💰 Lucro: R$ 138,0 mi 📈 Ebitda: R$ 142 mi 📊 Margem líquida: 11,5% 💵 Caixa: R$ 1,15 bi
📅 2T25 🔹 Receita: R$ 1,15 bi 💰 Lucro: R$ 140,5 mi 📈 Ebitda: R$ 145 mi 📊 Margem líquida: 12,0% 💵 Caixa: R$ 1,20 bi
📅 3T25 🔹 Receita: R$ 1,12 bi 💰 Lucro: R$ 147,9 mi 📈 Ebitda: R$ 144 mi 📊 Margem líquida: 13,2% 💵 Caixa: R$ 1,24 bi
🔎 Tendência clara
📉 Receita em queda em 2025
💰 Lucro líquido em crescimento constante
📊 Margens cada vez mais fortes
💵 Caixa robusto e crescente
“NVIDIA adia a purificação do mercado e seleção natural "“NVIDIA adia a purificação do mercado e seleção natural " isto mesmo será que este resultado forte adiou a reciclagem que o mercado de tecnologia e principalmente AI precisa fazer em algumas empresas que ainda não justificam os múltiplos?
O resultado excepcional da NVIDIA, com lucro líquido de US$ 31,9 bilhões no 3º trimestre de 2025 e receita de US$ 57 bilhões, superando expectativas, realmente adiou — ao menos temporariamente — o movimento de “purificação” do mercado financeiro. A força da empresa sustenta o otimismo em torno da inteligência artificial e posterga uma correção mais ampla nos múltiplos das big techs.
🌐 Contexto histórico e abrangente
Cenário pré-NVIDIA: O mercado vinha em 2025 com sinais de exaustão após o rali impulsionado pela inteligência artificial. Muitos analistas falavam em uma “seleção natural” iminente, onde empresas de tecnologia sem resultados consistentes seriam penalizadas. A aversão ao risco já havia derrubado bolsas globais na véspera da divulgação do balanço da NVIDIA.
Resultado da NVIDIA:
Lucro líquido: US$ 31,9 bilhões, alta de 65% em relação ao ano anterior.
Receita: US$ 57 bilhões, crescimento de 62% em um ano.
Projeção para o próximo trimestre: US$ 65 bilhões, acima das expectativas.
Impacto imediato: ações subiram entre 3% e 5% no after-market.
Peso da empresa: A NVIDIA hoje representa 7% a 8% do índice S&P 500, o que significa que seu desempenho influencia diretamente o humor do mercado americano. Um resultado tão forte não apenas sustenta o índice, mas também reforça a narrativa de que a revolução da IA ainda tem espaço para crescer.
Efeito sobre a “purificação”:
A correção esperada, que seria uma espécie de “faxina” nos múltiplos exagerados de empresas sem fundamentos sólidos, foi adiada.
O mercado, que estava pronto para testar a sustentabilidade do boom da IA, ganhou novo fôlego com a performance da NVIDIA.
Empresas menores e menos lucrativas continuam “surfando” na onda de otimismo, protegidas pelo brilho das líderes.
Risco latente: Apesar do adiamento, a questão estrutural permanece: empresas que não entregam resultados consistentes podem enfrentar dificuldades quando o ciclo de euforia perder força. A NVIDIA, por ser líder e altamente lucrativa, mascara temporariamente essa fragilidade do setor.
📊 Conclusão
O resultado da NVIDIA não elimina a necessidade de uma futura correção, mas empurra o movimento de purificação para frente. O mercado continua dependente das gigantes da IA para sustentar seus múltiplos, e enquanto elas entregarem resultados extraordinários, a seleção natural das demais empresas fica suspensa.
"VALE -momento vendedor para VALE3, 62,00 reais pode ser o alvo"Aqui está um resumo dos principais pontos da página que você está visualizando sobre a ação VALE3 (Vale S.A.) no TradingView:
📊 Informações principais da ação
Ticker: VALE3 (Vale S.A.)
Bolsa: BMFBOVESPA
🧭 Interpretação
O movimento do dia pode ser vendedor pelo Macro e pode se estender durante a semana , colocamos a região de 62,00 como possível alvo antes de uma chance de recuperação.
A leve queda (-0,08%) sugere falta de força compradora, mas ainda não há rompimento claro para baixo.
Se o preço se mantiver acima da EMA 9, pode tentar novo teste na resistência. Caso contrário, há risco de buscar o suporte.Preço atual: R$ 65,22
Variação: -0,08% (-0,05)
📈 Detalhes do pregão
Abertura: R$ 65,60
Máxima: R$ 65,77
Mínima: R$ 64,91
Fechamento: R$ 65,22
Volume negociado: 20,15 milhões
📈 Guidance para o 4º Trimestre de 2025
De acordo com comunicados da Vale e análises de mercado:
Minério de ferro: Produção prevista entre 310–320 milhões de toneladas em 2025, mantendo estabilidade no 4T25.
Cobre: Guidance revisado para baixo, com menores volumes devido a ajustes operacionais.
Níquel: Expectativa de redução temporária em alguns ativos, mas com planos de retomada gradual.
Custos: Pressão de custos mais elevados no curto prazo, principalmente em logística e energia.
Investimentos: Guidance aponta maiores aportes em expansão e sustentabilidade, incluindo projetos de descarbonização e automação.
Provisões: Em novembro de 2025, a Vale registrou adicional de US$ 500 milhões em provisões relacionadas ao caso da barragem de Fundão.
🧭 Interpretação
Fundamentalista: A ação mostra valuation atrativo (P/L baixo, EV/EBITDA reduzido) e bom retorno ao acionista via dividendos.
Guidance: Apesar da pressão de custos e ajustes em metais não-ferrosos, o minério de ferro segue como pilar de resultados. O foco estratégico está em sustentabilidade, automação e expansão de capacidade.
"SUZB3 AGUARDA 3T2025 JUNTO COM DÓLAR SAZONAL RUMO A 51,26"5 Verdades Surpreendentes que Descobri nos Relatórios de uma Gigante do Papel
Eu mergulhei nos densos relatórios trimestrais da Suzano, uma das maiores produtoras de celulose do mundo, esperando encontrar apenas números e jargões contábeis. Mas o que encontrei não foi um livro-razão chato. Foi um manual para ambição global, manobras financeiras de alto risco e uma silenciosa revolução tecnológica. Por trás dos balanços, existe uma história fascinante sobre como uma gigante industrial opera no século XXI. Aqui estão os cinco segredos que desenterrei dos números.
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1. A Máquina Financeira Invisível: Onde o Lucro Realmente Nasce
O primeiro segredo é que a demonstração de resultados da Suzano tem uma reviravolta digna de um thriller. Você pensa que o herói da história é a venda de celulose e papel, mas o verdadeiro fazedor de reis — ou de desastres — é a linha chamada "Resultado Financeiro".
Os números contam uma história dramática. No primeiro semestre de 2024, a Suzano registrou um prejuízo consolidado de R3,55bilhoes.
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2. A Maior Fábrica da Empresa está Viva (e Vale R$ 23 Bilhões)
Quando pensamos nos ativos mais valiosos de uma empresa industrial, imaginamos fábricas gigantescas de metal e concreto. Na Suzano, um dos ativos mais valiosos está vivo, cresce a cada dia e respira: suas florestas.
O balanço patrimonial de 30 de junho de 2025 revela o valor exato dos "Ativos Biológicos": **R23.221.979.000∗∗.Imagineumportf
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liofinanceirodemaisdeR 23 bilhões. Agora, imagine que, em vez de ações e títulos, ele é composto por milhões de árvores. A cada ano, este portfólio não apenas cresce em volume; seu "valor de mercado" nos livros oficiais da empresa é recalculado com base nos preços da madeira e nas previsões de crescimento. A Suzano não é apenas uma agricultora; ela é uma gestora de fundos para um ativo vivo e pulsante.
Conforme a Nota 13 do relatório, esse cálculo complexo utiliza premissas como o "Incremento Médio Anual (IMA)" das árvores, o preço de venda futuro do eucalipto e uma taxa de desconto. Isso significa que a empresa gerencia suas florestas não apenas como matéria-prima a ser colhida, mas como um ativo financeiro dinâmico.
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3. Jogando Monopólio Global: Uma Aposta de Bilhões no Papel Higiênico
Os relatórios também revelam uma ambição global impressionante. A Suzano não está satisfeita em ser apenas uma fornecedora de matéria-prima para outras empresas; ela quer estar na prateleira do seu supermercado.
A Nota 1.2.1 detalha uma aquisição estratégica massiva: a compra de 51% do negócio global de tissue (papéis sanitários, como papel higiênico e toalhas de papel) da gigante Kimberly-Clark. A escala da transação dá uma noção da ambição:
• Preço: US1,734bilh
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o(equivalenteaR 9,463 bilhões).
• Escopo: Inclui 22 fábricas em 14 países, abrangendo Américas, Europa, Ásia, África e Oceania.
Este é um movimento de poder estratégico para capturar toda a cadeia de valor — do chão da floresta à prateleira do supermercado. A empresa não se contenta mais em vender as balas (celulose); agora está fabricando os fuzis (bens de consumo) e lutando por território na guerra global do varejo.
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4. A Aposta Bilionária em Crescimento é Financiada por Dívida
Um olhar rápido para o passivo da Suzano pode assustar. A soma de "Empréstimos, financiamentos e debêntures" de curto e longo prazo atingiu aproximadamente R$ 91,6 bilhões em 30 de junho de 2025. No entanto, esse número não é um sinal de fraqueza, mas uma ferramenta estratégica para financiar um crescimento colossal.
Essa dívida não é para projetos abstratos; ela financia diretamente as ambições globais descritas no ponto anterior (a aquisição da Kimberly-Clark) e o crescimento orgânico massivo (como o "Projeto Cerrado"). Para dar sentido a esse número, analistas usam um indicador-chave: a relação Dívida Líquida / EBITDA Ajustado, que ficou em 3,1x (em dólar). Isso significa que a empresa levaria pouco mais de três anos de seus lucros operacionais atuais para quitar toda a sua dívida líquida, uma medida-chave de saúde financeira observada de perto pelos investidores.
A empresa utiliza um "hedge natural": como grande parte de sua receita de exportação é em dólar, ela contrai 76% de sua dívida também em moeda estrangeira. E é aqui que a história se conecta. A sofisticada máquina financeira descrita no primeiro ponto não serve apenas para gerar lucro; ela é uma ferramenta essencial para gerenciar os riscos associados a uma dívida tão grande e dolarizada, necessária para financiar esse crescimento audacioso.
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5. Muito Além do Papel: Investindo no Futuro dos Materiais
Talvez a descoberta mais surpreendente seja que a Suzano está silenciosamente se posicionando como uma empresa de tecnologia e biomateriais, investindo em áreas de ponta que vão muito além do papel tradicional.
A Nota 14 do relatório de 2025 revela um portfólio de investimentos em empresas inovadoras ao redor do mundo:
• Spinnova Plc (Finlândia): Pesquisa matérias-primas sustentáveis para a indústria têxtil.
• Woodspin Oy (Finlândia): Desenvolve fibras e fios têxteis à base de celulose.
• Ensyn Corporation (EUA): Pesquisa e desenvolve biocombustíveis.
• Bem Agro (Brasil): Cria soluções de software com inteligência artificial para o agronegócio.
Essa estratégia foi formalizada com a criação da Suzano Ventures, seu braço de corporate venture capital, munido de um fundo de US$ 70 milhões para investir na próxima geração de startups da bioeconomia, conforme anunciado no final de 2022. Esses movimentos mostram uma visão de futuro clara, posicionando a Suzano não apenas como uma produtora de commodities, mas como uma empresa de tecnologia que usa a bioeconomia para encontrar novas e revolucionárias aplicações para sua principal matéria-prima.
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Conclusão
Por trás dos balanços e dos números aparentemente frios de uma gigante como a Suzano, existe uma organização dinâmica, fazendo apostas audaciosas no mercado financeiro, na expansão global e na inovação de materiais. A análise de seus relatórios revela que a empresa é, ao mesmo tempo, uma potência industrial, uma sofisticada operadora financeira e uma investidora visionária em tecnologia.
Isso nos deixa com uma pergunta poderosa para refletir: será que o futuro dos materiais sustentáveis, de roupas a combustíveis, crescerá nas florestas de empresas como a Suzano?
Para o 3T2025 (Terceiro Trimestre de 2025), os documentos financeiros da Suzano (Informações Trimestrais de 30 de junho de 2025, aprovadas em 06 de agosto de 2025) apontam para vários eventos e tendências importantes a serem considerados:
1. Operações e Custos (Fatores Positivos na Produção)
Um ponto chave para o 3T2025 é o calendário de paradas programadas para manutenção nas fábricas de celulose. De acordo com o cronograma, diversas unidades importantes estão com "Sem parada" planejada para o 3T25. Isso inclui:
• Aracruz - Linha A.
• Imperatriz.
• Jacareí.
• Mucuri - Linha 2.
• Ribas do Rio Pardo.
• Veracel.
A ausência de paradas programadas nessas fábricas sugere que o trimestre poderá se beneficiar de um maior volume de produção e vendas de celulose.
Em relação aos custos, no 2T25 o Custo Caixa de Celulose (sem parada) foi de R$ 832/t, uma redução de 3% em relação ao 1T25, impulsionada pela redução de custos fixos, desvalorização do USD médio em relação ao BRL médio (o que afetou insumos importados como soda cáustica e gás natural), e melhor mix de fábricas (menor raio médio da madeira). Caso essas tendências continuem, isso pode gerar um ambiente operacional favorável em 3T25.
2. Investimentos e Fluxo de Caixa
O 3T2025 será marcado por transações de capital que impactarão o fluxo de caixa da Companhia:
• Revisão do Capex para 2025: A estimativa de investimento de capital para 2025 foi revisada de R$ 12,4 bilhões para R$ 13,3 bilhões.
• Permuta de Ativo Biológico (Madeira em Pé): Essa revisão se deve à assinatura de um contrato em 06 de agosto de 2025 (após o fechamento do 2T25) com a Eldorado Brasil Celulose S.A. para a permuta de 18 milhões de metros cúbicos de madeira em pé. A transação envolve um pagamento da Suzano à Eldorado de R$ 1,317 bilhão, sendo R$ 878 milhões a serem pagos em 2025 e R$ 439 milhões em 2026. O pagamento de R$ 878 milhões deve impactar o fluxo de caixa no segundo semestre de 2025 (portanto, começando no 3T25).
• Projeto Cerrado (Ribas do Rio Pardo): O desembolso total do capital expenditure (Capex) do Projeto Cerrado está praticamente concluído (98% desembolsado até 2T25), restando apenas R$ 0,4 bilhão a ser pago ainda em 2025.
• Geração de Caixa de Hedge: O ajuste caixa estimado para as operações de Zero Cost Collar (ZCC) no 3T25 é de R$ 2 milhões (considerando a taxa de fechamento do 2T25 de R$ 5,46/US$), com vencimentos distribuídos.
3. Riscos e Mercado
É importante monitorar os impactos de mercado e regulatórios que começam a vigorar ou se manifestar no terceiro trimestre:
• Tarifas de Exportação para os EUA (Papel): A partir de agosto de 2025 (início do 3T25), o governo dos Estados Unidos comunicou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre determinados produtos do portfólio de papel importados do Brasil. As exportações de celulose permanecem isentas.
◦ Apesar disso, a Companhia possui exposição comercial limitada ao mercado norte-americano no segmento de papel, e as análises iniciais não identificaram impactos relevantes no desempenho financeiro ou geração de caixa.
• Preços da Celulose: O segundo trimestre de 2025 já havia registrado uma pressão sobre os preços da celulose, com quedas importantes na China (aproximando-se de US$ 500/t) devido a incertezas de mercado (como o "Liberation Day"). Embora o preço médio líquido da Suzano no 2T25 se manteve estável devido a ajustes anteriores, essa pressão e a hesitação dos compradores podem ter um efeito residual no início do 3T25.
Em resumo, para o 3T2025, o planejamento deve focar na alta capacidade operacional esperada (devido à ausência de grandes paradas) e nos impactos financeiros da permuta de madeira (aumento do Capex e desembolso de R$ 878 milhões), enquanto se monitoram as condições de preço no mercado de celulose e os efeitos reais das novas tarifas dos EUA no segmento de papel.
Pode-se pensar no 3T2025 como um motor de produção operando a toda velocidade (sem paradas), mas que precisa gerenciar um alto custo de combustível (o desembolso pela madeira de Eldorado) enquanto navega por águas de preço de mercado incerto.
Ouro Recupera Acima dos $4.000 Antes da Decisão da FedOs preços do ouro subiram nas primeiras horas de negociação desta quarta-feira, recuperando terreno acima do nível dos 4.000 dólares. O metal precioso tinha estado sob pressão, tendo chegado a recuar cerca de 12% em relação ao máximo histórico atingido na semana passada, devido à melhoria do apetite pelo risco nos mercados financeiros, que desviou fluxos do tradicional refúgio de segurança representado pelo ouro. Esta mudança foi impulsionada pela crescente esperança de que os Estados Unidos e a China consigam evitar uma guerra comercial, após o acordo relativo a um enquadramento para o entendimento. No entanto, o movimento corretivo parece ter perdido força, à medida que os investidores concentram a sua atenção na reunião de política monetária da Reserva Federal, que termina hoje. É amplamente esperado que o banco central confirme um corte de 25 pontos base na taxa de juro e mantenha uma orientação dovish na sua declaração de política e nas suas projeções futuras. Neste contexto, e com a expectativa de um novo corte de taxas na reunião de dezembro, o dólar norte-americano poderá perder força caso as previsões se confirmem — um desenvolvimento que beneficiaria o ouro, dada a correlação inversa entre o preço dos dois ativos. O metal precioso é também sustentado pela persistente turbulência geopolítica, em particular pelo aparente agravamento das relações entre a Rússia e os Estados Unidos. Ainda assim, o potencial de valorização do ouro deverá continuar limitado pelo otimismo em torno das questões comerciais.
Ricardo Evangelista – ActivTrades
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Previsões não são garantias. As taxas podem mudar. O risco político é imprevisível. As ações dos bancos centrais podem variar. As ferramentas das plataformas não garantem sucesso.
USIMINAS-USIM5 QUE PREJUIZO FOI ESTE?USIMINAS-USIM5 QUE PREJUIZO FOI ESTE?
ANÁLISE PROFUNDA DOS RESULTADOS DA USIMINAS NO 3T25: IMPAIRMENT, RISCO REGULATÓRIO E RESILIÊNCIA DE CAIXAI. SÍNTESE EXECUTIVA: O RESULTADO CONTÁBIL VS. A REALIDADE OPERACIONALO terceiro trimestre de 2025 (3T25) da Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – foi caracterizado por uma marcante dissociação entre os resultados apresentados na Demonstração do Resultado (DRE) e a performance subjacente operacional e de liquidez da Companhia. Enquanto o balanço e a geração de caixa se fortaleceram significativamente, o Lucro Líquido foi revertido em um prejuízo bilionário, o pior registrado pela Companhia desde 2017.1O Prejuízo Líquido Consolidado atingiu $(R\$3.503)$ milhões no 3T25, revertendo o lucro líquido de R$ 128 milhões apurado no trimestre imediatamente anterior (2T25).2 Este resultado negativo não foi impulsionado por um declínio na performance de curto prazo ou por problemas de liquidez, mas sim pela contabilização de um evento não recorrente de aproximadamente $R\$3.6$ bilhões.1Os componentes desta perda não recorrente são de natureza puramente contábil e não afetam o caixa da empresa no período.1 O valor total do ajuste resultou da soma de uma perda por Impairment (desvalorização) de ativos operacionais no montante de $R\$2.226$ milhões e um ajuste negativo de $R\$1.4$ bilhão referente à avaliação de recuperabilidade de Ativos Fiscais Diferidos.2 Este ajuste é uma manifestação formal da reavaliação de longo prazo sobre a capacidade futura de geração de caixa dos ativos, principalmente na unidade de Siderurgia, frente a um ambiente competitivo estruturalmente deteriorado.Em contraste direto com o prejuízo contábil, a performance operacional recorrente e a gestão financeira demonstraram notável robustez. O EBITDA Ajustado Consolidado foi de $R\$434$ milhões no 3T25, representando um crescimento de 6,4% em relação aos $R\$408$ milhões registrados no 2T25.1 Se o efeito contábil de $R\$3.6$ bilhões fosse excluído, o Lucro Líquido Recorrente (Pro Forma) do trimestre seria positivo, estimado em cerca de $R\$123$ milhões.4Do ponto de vista financeiro, o trimestre foi um destaque de excelência em gestão de capital. A Companhia registrou o maior Fluxo de Caixa Livre (FCF) dos últimos dois anos, totalizando $R\$613$ milhões positivos, impulsionado por uma expressiva redução no Capital de Giro.1 Consequentemente, a Dívida Líquida apresentou uma redução acentuada de 69% em relação ao 2T25, encerrando o período em $R\$327$ milhões. Este resultado levou o índice de alavancagem (Dívida Líquida/EBITDA Ajustado LTM) ao patamar de 0,16x, o mais baixo desde o final de 2023.1O evento contábil bilionário, portanto, não sinaliza uma crise operacional ou de liquidez de curto prazo, mas sim uma formalização do pessimismo quanto ao ambiente de mercado de longo prazo, particularmente a pressão sobre preços e volumes causada pela persistente competição desleal de importações.II. ANATOMIA DO EVENTO NÃO RECORRENTE DE R$ 3,6 BILHÕESO prejuízo líquido reportado no 3T25 é predominantemente um reflexo da aplicação do princípio contábil da recuperabilidade de ativos, conforme estabelecido pelo CPC 01 (Redução ao Valor Recuperável de Ativos) e a norma internacional IAS 36 (Impairment of Assets). A administração foi obrigada a realizar um teste de impairment devido aos indicadores de mercado que sinalizavam a possibilidade de o valor contábil dos ativos exceder seu valor recuperável.5A Aplicação do Teste de Recuperabilidade (Impairment)O gatilho primário para a realização desta reavaliação de longo prazo foi a deterioração acelerada das condições concorrenciais no mercado de aços planos no Brasil.4 A presença contínua de volumes recordes de importações de aço em condições de competição desleal forçou a Companhia a revisar as projeções de fluxo de caixa futuro descontado (Valor em Uso) para suas Unidades Geradoras de Caixa (UGCs).O Impairment de Ativos, totalizando $R\$2.226$ milhões 2, representa a diferença entre o valor contábil dos ativos de longo prazo e seu valor recuperável revisado. Este ajuste reflete que o valor econômico futuro esperado da principal unidade de negócios da Companhia, a Siderurgia, é inferior ao seu custo histórico registrado no balanço.Esta desvalorização é uma admissão formal e auditada de que as premissas de precificação e volume de vendas de longo prazo para os ativos da Siderurgia foram significativamente reduzidas. A perda de valor não está ligada a falhas na gestão operacional corrente – que, como será detalhado, demonstra melhorias – mas sim a um risco externo crônico: a ineficácia regulatória em proteger o mercado local. O impairment funciona como um sinal poderoso para o mercado e os formuladores de políticas de que a capacidade de capitalização e a viabilidade de longo prazo da indústria nacional estão sendo corroídas pela concorrência predatória.Ajuste de Ativos Fiscais Diferidos (AFD)O segundo componente significativo da perda contábil foi o ajuste negativo de $R\$1.4$ bilhão na recuperabilidade dos Ativos Fiscais Diferidos.1Os AFDs representam créditos fiscais que só podem ser realizados se a empresa gerar lucro tributável suficiente no futuro. O Lucro (Prejuízo) Líquido acumulado no período de nove meses encerrado em 30 de setembro de 2025 (9M25) foi de $(R\$3.038.716)$ mil no consolidado.3 Quando a Companhia realiza um impairment em seus ativos operacionais, isso implica uma redução nas projeções de rentabilidade futura (Valor em Uso da UGC). Consequentemente, a probabilidade de realizar integralmente esses créditos fiscais diminui.A baixa dos AFDs segue, portanto, a lógica da desvalorização dos ativos operacionais. Se a projeção de rentabilidade é comprometida pela pressão de mercado, a certeza da realização dos créditos fiscais também deve ser reavaliada para ser conservadora.Performance Recorrente (Pro Forma)É essencial isolar a performance operacional recorrente da Companhia, excluindo estes lançamentos de natureza não monetária.
📊 Resultados 3T25 Simplificados (R$ Milhões)
💰 Receita Líquida: R$ 6.604,2M (estável vs. 2T25 📆)
🧮 Lucro Bruto: R$ 446,5M (leve queda 📉)
⚙️ Lucro Operacional: R$ 156,5M (recuperação após ajustes 🔧)
🚫 Impairment de Ativos: R$ 2.226,3M (ajuste não recorrente 🛠️)
💸 Resultado Financeiro: R$ -89,6M (vs. +R$ 145,4M no 2T25 💱)
🧾 IR e CS (estimado): R$ 54,5M (impacto positivo 💡)
📉 Lucro Líquido: R$ 122,9M (virada positiva 🔄)
📊 EBITDA Ajustado: R$ 434,0M (crescimento consistente 📈)
A análise pro forma demonstra que, desconsiderando os ajustes de desvalorização e impostos diferidos, a Companhia teria reportado um Lucro Líquido de aproximadamente $R\$123$ milhões, um valor que está em linha com o resultado do 2T25 ($R\$128$ milhões) e que reflete a resiliência operacional alcançada no período.2III. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL RECORRENTE (EX-IMPAIRMENT)Apesar dos ventos contrários do mercado e do ajuste contábil, o desempenho operacional medido pelo EBITDA ajustado e pela eficiência de custos demonstrou melhora sequencial no 3T25.Análise Consolidada e de CustosO EBITDA Ajustado Consolidado atingiu $R\$434$ milhões, o que representa um aumento de 6,4% em relação ao trimestre anterior (2T25: $R\$408$ milhões).1 Esta performance positiva foi sustentada por um aumento no volume de vendas em ambos os segmentos de Aço e Minério de Ferro, acompanhado por uma significativa melhoria na eficiência de custos da Siderurgia.3A Companhia conseguiu registrar uma redução de 3% no Custo dos Produtos Vendidos por tonelada (CPV/t).3 Este resultado é crítico, pois indica que os ganhos de eficiência resultantes da reforma e do ramp-up do Alto-Forno 3 em Ipatinga, que estava em andamento desde o final de 2023 3, estão se materializando na estrutura de custos. Os menores preços das matérias-primas também contribuíram para a queda do CPV/t, compensando os efeitos negativos de Preço/Mix de vendas que foram observados.3Segmento SiderurgiaA unidade de Siderurgia, a mais exposta à competição desleal, demonstrou capacidade de sustentar volumes e eficiência. O volume de vendas de aço (1.104 kt) cresceu 2% em relação ao 2T25.3 As vendas no Mercado Interno, segmento mais rentável, alcançaram 991 mil toneladas, um aumento de 2,3% T/T, sinalizando uma demanda resiliente por parte dos clientes da Usiminas.2 A Receita Líquida do segmento manteve-se estável, alcançando $R\$6.6$ bilhões.2O esforço para reduzir o CPV/t na Siderurgia representa a capitalização dos investimentos estratégicos realizados ($R\$2.7$ bilhões no Alto-Forno 3).3 O momento em que a Companhia atinge a eficiência máxima de produção, com custos mais baixos, coincide com a formalização da desvalorização de seus ativos. Esta situação demonstra que a maximização da eficiência interna está sendo neutralizada pela predação de preço no mercado doméstico, transformando o impairment em um custo do ambiente de mercado desprotegido.Segmento Mineração (MUSA)O segmento de Mineração, operado pela Mineração Usiminas S.A. (MUSA), atuou como um fator de estabilidade e crescimento do resultado recorrente. O volume de vendas de Minério de Ferro atingiu 2,5 milhões de toneladas no 3T25, o maior volume trimestral desde o 4T21.3A Receita Líquida/t na Mineração aumentou, impulsionada pelos maiores preços internacionais de referência (IODEX 62% Fe CFR China) e pela aplicação de menores descontos por qualidade.2 O EBITDA Ajustado da Mineração alcançou $R\$130$ milhões, um aumento de 13% em relação ao trimestre anterior (2T25: $R\$115$ milhões), com margem de 14%.2 A Mineração, atuando em um mercado de commodity global, contrasta com a Siderurgia, onde a perda de valor está concentrada nos ativos de transformação expostos à concorrência desleal.IV. CONTEXTO MACRO E RISCO COMPETITIVO: O FUNDAMENTO DO IMPAIRMENTO registro da perda por desvalorização não é um evento isolado, mas sim a manifestação contábil da persistente e crescente crise de competição desleal que afeta a indústria siderúrgica brasileira, atuando como o principal risco estrutural de longo prazo.Escalada da Competição DeslealA Usiminas tem reiterado sua preocupação com o volume excessivo de importações, principalmente de aço de origem chinesa, que chega ao Brasil em condições de dumping e afeta diretamente a precificação e os volumes de venda no mercado interno.4O volume importado de aços planos cresceu 33,1% nos nove primeiros meses de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024.4 A Companhia considera que o sistema de cotas-tarifa implementado em junho de 2024 (e renovado em 2025) foi ineficaz em conter o problema.3 O registro do impairment atua como um cálculo formal, inserido no balanço, que incorpora o risco de que os preços futuros do aço no Brasil serão permanentemente pressionados por volumes subsidiados, comprometendo a rentabilidade e o Valor em Uso dos ativos a longo prazo.Reconhecimento Oficial da Prática de DumpingA gravidade do cenário foi formalmente reconhecida através das investigações preliminares de antidumping conduzidas pelo governo brasileiro. Esses relatórios preliminares constataram a prática de dumping com margens significativas, chegando a até BMV:US \$624/t$ para laminados a frio e BMV:US \$575/t$ para revestidos.3Embora a prática e o dano à indústria tenham sido comprovados, a administração observa que a não aplicação preliminar de uma medida efetiva de defesa comercial coloca o Brasil na contramão de outras grandes economias. A Usiminas cita o precedente de mercados como Estados Unidos, Europa e México, que têm implementado medidas robustas para garantir um ambiente competitivo justo.4A decisão de efetuar o impairment reflete, portanto, uma incorporação prudente do risco regulatório futuro. A Companhia está contabilmente refletindo a probabilidade de que, sem uma resposta regulatória eficaz, a rentabilidade esperada para a UGC de Siderurgia será cronicamente baixa, levando à baixa do valor contábil dos ativos fixos. Esta baixa não é apenas um ajuste financeiro, mas sim uma sinalização da destruição de valor imposta pela falta de isonomia competitiva.Impactos Amplos na Cadeia de ValorO risco transcende o setor siderúrgico. Setores chave clientes da Usiminas também são impactados por importações excessivas. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicaram que o emplacamento de veículos leves importados cresceu 10,8% nos primeiros nove meses de 2025, em comparação com 2024, enquanto os veículos nacionais cresceram apenas 1,6%.4 Da mesma forma, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) reportou alta acumulada anual de 9,1% nas importações do setor, com um déficit comercial de BMV:US \$12.9$ bilhões em 2025.4 A pressão sobre a cadeia de valor industrial brasileira agrava o cenário, reduzindo a demanda e a capacidade de repasse de preços para o aço.V. ANÁLISE DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITALEm um trimestre dominado pelo prejuízo contábil, a gestão da estrutura de capital e da liquidez da Usiminas destacou-se, demonstrando resiliência financeira que mitiga o impacto da baixa de ativos.Geração de Caixa e FCFO Fluxo de Caixa Livre (FCF) alcançou $R\$613$ milhões positivos, o que representa a maior geração de caixa livre em dois anos.1 Este resultado positivo foi primariamente consequência da eficiente gestão e liberação de Capital de Giro, que totalizou uma redução de $R\$586$ milhões no trimestre.4 O FCF é a métrica fundamental de saúde da Companhia, pois prova que o prejuízo contábil, por ser de natureza não monetária, não afeta a capacidade da Usiminas de honrar compromissos, investir ou fortalecer seu balanço.O investimento (CAPEX) totalizou $R\$327$ milhões no 3T25 3, mantendo-se em níveis compatíveis com a manutenção e a continuidade dos investimentos estratégicos, demonstrando que o foco na eficiência operacional está sendo sustentado.Gestão da Dívida e Alavancagem HistóricaA Companhia executou uma gestão de dívida agressiva e bem-sucedida, focada na desalavancagem e no alongamento do perfil de amortização.3 A Dívida Líquida foi drasticamente reduzida em 69% em relação ao 2T25, encerrando o 3T25 em $R\$327$ milhões.1 Esta redução foi reflexo de:Redução da Dívida Bruta: A Companhia realizou o resgate antecipado dos Bonds remanescentes com vencimento em 2026, no valor de BMV:US \$206$ milhões (equivalente a $R\$1.1$ bilhão), utilizando recursos do caixa proveniente de uma emissão de Bonds realizada no início de 2025.3 Além disso, realizou o resgate antecipado da $1^{a}$ Série da $9^{a}$ Emissão de Debêntures no valor de $R\$160$ milhões.3Aumento da Posição de Caixa: O Caixa e Equivalentes de Caixa permaneceu robusto, totalizando $R\$6.036$ milhões.3A alavancagem financeira, medida pela relação Dívida Líquida/EBITDA Ajustado LTM (últimos doze meses), caiu para 0,16x (vs. 0,50x no 2T25), atingindo o menor patamar desde o final de 2023.1Tabela 2: Indicadores Chave de Estrutura de Capital (Consolidado - R$ Milhões)
📊 Métricas Financeiras – Evolução Trimestral
🗓️ 3T25 (30/09/2025) 💼 Caixa e Aplicações: R$ 6.036M 📉 Dívida Líquida: R$ 327K 💸 Fluxo de Caixa Livre (FCF): R$ 613K 📊 Alavancagem (DL/EBITDA LTM): 0,16x
🗓️ 2T25 (30/06/2025) 💼 Caixa e Aplicações: R$ 6.744M 📉 Dívida Líquida: R$ 1.046K 💸 Fluxo de Caixa Livre (FCF): R$ 281K 📊 Alavancagem: 0,50x
🗓️ 4T24 (31/12/2024) 💼 Caixa e Aplicações: R$ 5.954M 📉 Dívida Líquida: R$ 937K 💸 FCF: N/A 📊 Alavancagem: 0,58x
O forte posicionamento de caixa e a mínima alavancagem demonstram que a Usiminas priorizou a fortificação do balanço para resistir a um cenário de estresse prolongado no mercado de aço. O balanço robusto, sustentado pela disciplina financeira, foi inclusive citado pela Administração como um fator que poderia possibilitar a deliberação de distribuição de dividendos ainda em 2025, apesar do resultado contábil negativo.1VI. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ESTRATÉGICASO resultado reportado pela Usiminas no 3T25 é uma clara materialização de um risco estratégico e regulatório, e não de uma crise operacional ou de liquidez. O prejuízo líquido de $R\$3.5$ bilhões, impulsionado pelo impairment e pelo ajuste de AFDs (totalizando $R\$3.6$ bilhões), representa um evento não caixa que formaliza a baixa do valor contábil dos ativos de Siderurgia devido à expectativa de rentabilidade futura cronicamente deprimida pela competição desleal e pelo dumping.A análise da performance recorrente, no entanto, revela uma gestão eficiente e resiliente. O EBITDA Ajustado de $R\$434$ milhões (crescimento de 6,4% T/T) e a substancial redução do CPV/t na Siderurgia confirmam que a gestão interna está capitalizando os investimentos estratégicos (exemplo: Alto-Forno 3). O fato de o Lucro Líquido Pro Forma ser positivo ($R\$123$ milhões) evidencia a dissociação entre a contabilidade de longo prazo e a performance de curto prazo.O principal desafio da Companhia permanece no ambiente externo. A Usiminas está atingindo a eficiência máxima de custo em um momento em que essa vantagem é neutralizada pela entrada de aço subsidiado. O impairment atua como um poderoso sinal para os reguladores brasileiros sobre o custo da inação em face do dumping comprovado.3 A confiança da Companhia na aplicação de medidas efetivas de defesa comercial 4 deve ser monitorada, pois a tese de valor de longo prazo da Siderurgia depende intrinsecamente da correção dessas distorções competitivas.Do ponto de vista financeiro, a Usiminas encerrou o 3T25 em uma posição de força defensiva incomparável. O Fluxo de Caixa Livre recorde de $R\$613$ milhões e a alavancagem de 0,16x (Dívida Líquida/EBITDA LTM) 1 asseguram que a Companhia possui a liquidez e a flexibilidade necessárias para atravessar um período prolongado de pressão sobre as margens, mantendo a capacidade de honrar sua dívida e potencialmente remunerar acionistas.Recomenda-se que investidores e analistas mantenham o foco na capacidade de geração de Fluxo de Caixa Operacional e nos indicadores de eficiência de custos (CPV/t), em detrimento do resultado líquido contábil afetado por eventos não recorrentes. A Usiminas está blindada contra o risco de crédito, mas a destrava do valor de longo prazo dos seus ativos de Siderurgia está condicionada à resolução urgente e eficaz do risco regulatório e da competição desleal no mercado brasileiro.
Ouro em correção com redução do sentimento de risco
Os preços do ouro tocaram brevemente o nível mais baixo em mais de uma semana nas primeiras horas de negociação desta quarta-feira. A queda, que se seguiu às fortes perdas de ontem, travou pouco acima dos 4.000 dólares, sublinhando este nível psicológico como uma importante zona de suporte. As perdas recentes refletem uma melhoria no sentimento de risco dos mercados após uma diminuição das tensões comerciais entre os EUA e a China. Outro fator de pressão para o metal precioso tem sido o recente fortalecimento do dólar norte-americano, que tende a penalizar o ouro devido à correlação inversa entre os dois ativos. Por fim, os fortes ganhos registados nas últimas semanas colocaram o ouro, do ponto de vista técnico, em território de sobrecompra, levando muitos investidores a encerrar posições e a realizar lucros. Neste contexto, a grande questão é saber se a forte tendência de valorização do ouro chegou ao fim ou se a correção de ontem não passou de uma oportunidade que os investidores poderão encarar como um ponto de reentrada a um preço mais atrativo. Tendo em conta a turbulência geopolítica persistente, a incerteza económica, as expectativas de políticas monetárias mais dovish e as contínuas compras por parte dos bancos centrais — todos fatores de suporte —, será preciso alguma convicção para apostar contra novas subidas do metal precioso.
Ricardo Evangelista – ActivTrades
As informações fornecidas não constituem pesquisa de investimento. Este material não foi elaborado de acordo com os requisitos legais destinados a promover a independência da pesquisa de investimento e, como tal, deve ser considerado uma comunicação de marketing.
Todas as informações foram preparadas pela ActivTrades (“AT”). As informações não contêm um registro dos preços da AT, nem constituem uma oferta ou solicitação para a realização de qualquer transação com instrumento financeiro. Nenhuma declaração ou garantia é feita quanto à exatidão ou integridade dessas informações.
Qualquer material fornecido não leva em consideração os objetivos de investimento específicos nem a situação financeira de qualquer pessoa que o receba. O desempenho passado não é um indicador confiável de desempenho futuro. A AT oferece apenas um serviço de execução de ordens. Consequentemente, qualquer pessoa que atue com base nas informações fornecidas o faz por sua própria conta e risco.
Previsões não são garantias. As taxas podem mudar. O risco político é imprevisível. As ações dos bancos centrais podem variar. As ferramentas das plataformas não garantem sucesso.
Mercados Sobem com Alívio nos Receios de Crédito
Esta manhã, os futuros do S&P 500 estão a negociar a 6.697 pontos, prolongando a recuperação observada no final da semana passada. Os receios relacionados com as empresas de crédito regionais nos EUA, que pressionaram fortemente os mercados nos últimos dias, parecem ter diminuído, com vários analistas a defender que a reação dos investidores foi desproporcionada face à realidade dos riscos. O sentimento geral é o de que os problemas de crédito registados em alguns bancos regionais norte-americanos não representam, por agora, um risco sistémico, o que tem permitido uma recuperação gradual do setor financeiro. Em paralelo, há uma crescente perceção de que as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China poderão estar a estabilizar, após uma semana marcada por retórica agressiva e escalada de tarifas. A ausência de novos desenvolvimentos negativos durante o fim de semana foi interpretada como um sinal de estabilização, reforçando o apetite pelo risco nos mercados globais.
Henrique Valente – ActivTrades
Uma empresa pode romper o domínio chinês das terras raras?A Lynas Rare Earths Limited (OTCPK: LYSCF / ASX: LYC) emergiu como o contrapeso estratégico do mundo ocidental à dominância chinesa em minerais de terras raras, posicionando-se como infraestrutura crítica, não apenas uma empresa de mineração. Como o único produtor significativo de terras raras separadas fora do controle chinês, a Lynas fornece materiais essenciais para sistemas de defesa avançados, veículos elétricos e tecnologias de energia limpa. A transformação da empresa reflete uma imperativa geopolítica urgente: nações ocidentais não podem mais tolerar dependência da China, que controla quase 90% da capacidade global de refino de terras raras e anteriormente detinha 99% do processamento de terras raras pesadas. Esse monopólio permitiu que Pequim usasse minerais críticos como alavancagem diplomática, levando os EUA, Japão e Austrália a intervirem com apoio financeiro e parcerias estratégicas sem precedentes.
A confluência de apoio governamental valida o papel indispensável da Lynas na segurança da cadeia de suprimentos aliada. O Departamento de Defesa dos EUA concedeu um contrato de US$ 120 milhões para capacidade de separação doméstica de terras raras pesadas no Texas, enquanto o governo japonês forneceu A$ 200 milhões em financiamento para garantir suprimento prioritário de NdPr até 2038. A Austrália comprometeu A$ 1,2 bilhão para uma Reserva de Minerais Críticos, e autoridades dos EUA exploram participações acionárias em projetos estratégicos. Esse capital apoiado pelo Estado altera fundamentalmente o perfil de risco da Lynas, estabilizando receitas por meio de contratos de defesa e acordos soberanos que transcendem a volatilidade do mercado de commodities tradicional. A recente colocação de equity de A$ 750 milhões da empresa demonstra a confiança dos investidores de que o alinhamento geopolítico supera preocupações cíclicas de preços.
As conquistas técnicas da Lynas consolidam seu fosso estratégico. A empresa alcançou com sucesso a primeira produção de óxidos de terras raras pesadas separadas disprósio e térbio fora da China, eliminando a vulnerabilidade de suprimento militar mais crítica do Ocidente. Seu circuito proprietário de separação HREE pode produzir até 1.500 toneladas anualmente, enquanto o depósito de alta qualidade Mt Weld oferece vantagens de custo excepcionais. A parceria de outubro de 2025 com a Noveon Magnetics dos EUA cria uma cadeia de suprimentos completa de mina a ímã usando materiais não chineses verificados, abordando gargalos downstream onde a China também domina a fabricação de ímãs. A diversificação geográfica na Austrália, Malásia e Texas fornece redundância operacional, embora desafios de licenciamento na instalação de Seadrift revelem o atrito inerente em forçar desenvolvimento industrial rápido em solo aliado.
A significância estratégica da empresa é talvez mais vividamente demonstrada por seu alvo na operação de influência DRAGONBRIDGE, uma campanha de desinformação alinhada ao Estado chinês usando milhares de contas falsas em mídias sociais para espalhar narrativas negativas sobre instalações da Lynas. O Departamento de Defesa dos EUA reconheceu publicamente essa ameaça, confirmando o status da Lynas como proxy de defesa nacional. Essa atenção adversária, combinada com proteções robustas de propriedade intelectual e compromissos governamentais para defender a estabilidade operacional, sugere que a valuation da Lynas deve considerar fatores além de métricas de mineração tradicionais ela representa a aposta coletiva do Ocidente em alcançar independência mineral de uma China cada vez mais assertiva.
IBOV-Dia de vencimento de opções no Brasil e nos EUA📉 Hoje: Dia de vencimento de opções no Brasil e nos EUA
🇧🇷 Brasil (B3) 📅 Hoje é a terceira sexta-feira do mês, o que significa vencimento das opções sobre ações. 📈 Traders estão ajustando posições, rolando contratos e encerrando operações — o mercado costuma ter volume elevado e volatilidade intensa. 📊 O Ibovespa tende a oscilar mais, especialmente nos papéis com maior concentração de opções (como Petrobras, Vale, 🏦 bancos).
🇺🇸 Estados Unidos 📅 Também é dia de vencimento de opções mensais, com destaque para ações e ETFs. ⏰ O vencimento ocorre na terceira sexta-feira de cada mês, e em dias como hoje, o mercado americano costuma ter movimentos bruscos, especialmente na última hora de pregão. 📉 Além disso, hoje é um dia de queda nos futuros americanos, refletindo tensões geopolíticas e ajustes técnicos.
🌍 Conflito Trump x China reacende guerra comercial 💥 O presidente Donald Trump anunciou tarifas extras de 100% sobre produtos chineses, válidas a partir de 1º de novembro. ⚙️ A medida foi uma resposta à decisão da China de restringir exportações de terras raras, insumos críticos para tecnologia e energia limpa. 🔥 A China prometeu retaliações severas, reacendendo temores de uma nova guerra comercial. 🌐 Isso está pressionando os mercados globais — especialmente os futuros americanos, que caem agora com receio de impactos na cadeia produtiva e na inflação.
📊 Futuros americanos em queda 📉 O índice EN EU S 100EW GR (ES1) está caindo 1,57% neste momento. ⚠️ A queda reflete o nervosismo com o confronto EUA-China e o vencimento de opções, que amplifica os movimentos de mercado.
Ouro Beneficia da Incerteza e do Estatuto de Refúgio
Os preços do ouro subiram nas primeiras horas de negociação desta quinta-feira, prolongando o que tem sido, até agora, uma semana muito positiva para o metal precioso, com ganhos superiores a 5,7%. Os investidores têm vindo a comprar ouro como ativo de refúgio, conscientes de que tende a ter um bom desempenho em períodos de incerteza — e há bastante disso a dominar as manchetes atualmente. A paralisação em curso do governo dos EUA está a impedir a divulgação de dados económicos, forçando os investidores a navegar, em certa medida, às cegas, enquanto o recente agravamento das tensões comerciais entre os EUA e a China continua a ser motivo de preocupação, lançando dúvidas sobre as perspetivas de crescimento da economia global. Ao mesmo tempo, é cada vez maior a expetativa de que a Reserva Federal mantenha uma postura dovish no médio a longo prazo, criando uma pressão negativa sobre o dólar norte-americano — o que sustenta os preços do ouro devido à correlação inversa entre os dois ativos. Neste contexto, e com investidores, encorajados pelos ganhos recentes, a ignorar os sinais técnicos que apontam para condições de sobrecompra, poderá ainda haver margem para novas subidas nos preços.
Ricardo Evangelista – ActivTrades
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Ouro continua o rali e ultrapassa os 4.200 dólares
Os preços do ouro atingiram um máximo histórico nas primeiras horas de negociação desta quarta-feira, ultrapassando o nível dos 4.200 dólares. A procura pelo metal precioso mantém-se robusta, sustentada por fortes fluxos de refúgio seguro e pela perceção crescente de que o sentimento no seio da Reserva Federal se está a tornar cada vez mais dovish. Investidores preocupados continuam a refugiar-se no ouro à medida que a incerteza aumenta, impulsionada pela paralisação do governo dos EUA, que tem um impacto negativo nas perspetivas económicas e impede a divulgação de dados económicos. A recente intensificação das tensões comerciais entre os EUA e a China, que reavivou receios de uma guerra comercial total entre as duas maiores economias do mundo, também está a alimentar a valorização. Na ausência de novos indicadores económicos, os investidores estão atentos às declarações públicas de altos responsáveis da Reserva Federal, que continuam a abrir caminho para novos cortes nas taxas de juro — uma dinâmica que favorece o metal precioso. Neste contexto, e com o aumento da atividade especulativa entre os operadores, o caminho de menor resistência continua a ser em alta, sendo provável que eventuais recuos sejam vistos como oportunidades de compra.
Ricardo Evangelista – ActivTrades
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Índices recuperam após choque comercial de sexta-feira
Os futuros do S&P 500 abriram com um gap positivo de 1,60%, depois de as bolsas terem encerrado com uma queda abrupta na sexta-feira, penalizadas por novas tensões comerciais entre os EUA e a China. Donald Trump ameaçou aumentar as tarifas sobre as importações chinesas em resposta à decisão de Pequim de restringir a exportação de minerais críticos. O VIX, o índice que mede a volatilidade do S&P 500 com base no preço das opções, subiu 30%, registando a maior variação desde abril, quando foram anunciadas as primeiras tarifas pelo executivo americano. No domingo, ao estilo clássico de Trump, o presidente procurou acalmar os investidores, afirmando que “não há razão para preocupações” e que “tudo se irá resolver com a China”, o que levou os mercados a recuperarem grande parte das perdas de sexta-feira.
Henrique Valente – ActivTrades
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"IBOV pode lateralizar mas ainda não interrompe a tendência""IBOV 🔻pode lateralizar mas ainda não interrompe a tendência"
A proximidade da temporada de resultados do terceiro trimestre é um momento estratégico no mercado. E os grandes players sabem disso muito bem.
📊 Por que isso importa agora:
Movimentos antecipados: Investidores institucionais costumam se posicionar antes da divulgação dos balanços, apostando em empresas que devem surpreender positivamente.
Volatilidade aumentada: A expectativa de resultados pode gerar oscilações fortes, especialmente em ações com histórico de surpresas ou guidance revisado.
Setores com potencial: Bancos, varejo, energia e tecnologia são setores que tradicionalmente mostram volatilidade nessa época — seja por resultados operacionais ou por sinalizações sobre o fim de ano.
🔍 O que observar:
Margens e guidance: Empresas que mantêm ou elevam projeções para o 4º trimestre tendem a atrair fluxo.
Revisões de analistas: Fique atento às revisões de preço-alvo e recomendação — elas costumam antecipar o movimento dos grandes fundos.
Volume e opções: Aumento de volume e movimentação em derivativos pode indicar posicionamento institucional.
🧭 Cenário geral:
A tensão entre EUA e China, somada à derrota do governo brasileiro na MP do IOF, aumentou a aversão ao risco e pressionou o mercado
qui estão os principais destaques que influenciaram a queda do Ibovespa na sexta-feira, 10 de outubro:
🔻 Setores que mais pesaram:
Saúde: Ações como Hapvida estiveram entre os piores desempenhos do dia.
Siderurgia: Empresas do setor também puxaram o índice para baixo, refletindo preocupações com demanda global e preços de commodities.
📈 Contraponto positivo:
Ambipar e Aura Minerals se destacaram com alta, ajudando a limitar as perdas do índice.
Esses movimentos refletem um cenário de cautela, com investidores reagindo a fatores externos (como queda em Wall Street e no petróleo) e internos (como incertezas fiscais)
Ouro Regista Melhor Desempenho Mensal em Mais de uma Década
Os preços do ouro subiram ligeiramente nas primeiras horas de negociação desta terça-feira, atingindo mais um recorde histórico. O metal precioso continua a encontrar forte suporte num contexto de tensões geopolíticas elevadas e de persistente incerteza económica, fatores que reforçam o seu apelo como ativo de refúgio. Também a alimentar a atual valorização — que coloca o ouro no caminho para o seu melhor desempenho mensal dos últimos 14 anos — estão as expectativas cada vez mais dovish em relação à Reserva Federal. Com os mercados a anteciparem dois novos cortes nas taxas de juro até ao final do ano e mais reduções em 2026, o dólar norte-americano tem vindo a depreciar-se face às principais moedas, numa dinâmica altamente favorável ao ouro. A somar a este cenário, cresce a probabilidade de uma paralisação do governo dos Estados Unidos no início de outubro, à medida que Democratas e Republicanos continuam sem alcançar um acordo bipartidário para desbloquear os fundos federais necessários ao funcionamento dos serviços públicos na maior economia do mundo. Tal cenário introduziria uma camada adicional de incerteza, levando os investidores a reforçar a exposição a ativos de refúgio — e criando espaço para novas valorizações no preço do ouro.
Ricardo Evangelista – ActivTrades
As informações fornecidas não constituem pesquisa de investimento. Este material não foi elaborado de acordo com os requisitos legais destinados a promover a independência da pesquisa de investimento e, como tal, deve ser considerado uma comunicação de marketing.
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Análise Aprofundada da Gerdau (GGBR4) e Projeção da TendênciaAnálise Aprofundada da Gerdau (GGBR4) e Projeção da Tendência para o Final do 3º Trimestre de 2025
1. Resumo Executivo
O presente relatório detalha uma análise aprofundada da Gerdau S.A. (GGBR4), examinando seu desempenho financeiro e operacional consolidado e por segmento entre o 1º trimestre de 2024 (1T24) e o 2º trimestre de 2025 (2T25). A análise considera a influência de tarifas e medidas comerciais, além de uma avaliação comparativa com pares do setor. O cenário que emerge é um de dualidade estratégica, onde a Operação de Negócio (ON) América do Norte atua como um baluarte de resiliência e crescimento, compensando um ambiente de mercado severamente desafiador no Brasil, que é impactado por uma sobreoferta global e um nível recorde de importações. A gestão da Gerdau tem demonstrado uma disciplina financeira notável, mantendo um balanço sólido e implementando uma estratégia de alocação de capital que é, em muitos aspectos, contracíclica, direcionando investimentos significativos para projetos de longo prazo no Brasil, mesmo diante das dificuldades atuais.
A projeção para o 3T25 e o final de 2025 aponta para uma tendência de recuperação gradual e sustentada. Essa tendência é impulsionada, em grande parte, pela performance robusta da América do Norte e pela maturação incipiente de projetos estratégicos no Brasil. O preço de fechamento de R$16,68 em 25/09/2025, objeto desta análise, é avaliado como conservador, pois reflete uma percepção de mercado que pode estar subvalorizando o potencial de crescimento de longo prazo da companhia. Analistas de mercado, em sua maioria, convergem em um preço-alvo mais elevado para o final de 2025, sugerindo um potencial de valorização que ainda não foi totalmente refletido no preço atual das ações.
2. Análise Financeira Consolidada: Tendência de 2024 a 2T25
O desempenho consolidado da Gerdau no período de 2024 a 2T25 revela uma empresa que, apesar de enfrentar um macroambiente adverso e volátil, conseguiu manter a sua estabilidade financeira e dar continuidade à sua estratégia de longo prazo.
Receita Líquida e Vendas de Aço
A Receita Líquida consolidada da Gerdau demonstrou uma resiliência notável ao longo do período. Após um desempenho de R16,21bilho~esno1T24 ,areceitacresceusequencialmente,alcanc\candoR17,38 bilhões no 3T24 e se estabilizando em torno de R$17,5 bilhões no 2T25.3 O volume de vendas de aço acompanhou essa tendência, registrando 2,7 Mt no 1T24, 2,8 Mt no 3T24, e 2,8 Mt no 2T25.1 Este padrão demonstra a capacidade da companhia de manter o volume de vendas e a receita, mesmo em um cenário de sobreoferta global de aço.1 A flutuação da receita em Reais é, em parte, um reflexo do efeito cambial da conversão dos resultados da Operação América do Norte, que é o principal pilar de rentabilidade da companhia.1
EBITDA Ajustado e Rentabilidade
O EBITDA Ajustado da Gerdau oscilou no período, mas sua base demonstrou-se sólida. Após um valor de R2,81bilho~esno1T24eumaquedaparaR2,62 bilhões no 2T24, o EBITDA ajustado se recuperou para R3,02bilho~esno3T24,antesdefecharoanode2024emR2,39 bilhões.1 A recuperação sequencial em 2025 é notável, com o EBITDA Ajustado subindo de R
2,40bilho~esno1T25paraR2,56 bilhões no 2T25.1 A margem EBITDA, no entanto, foi pressionada por um cenário de custos elevados e preços de venda mais baixos, caindo de 17,4% no 1T24 para 15,8% no 2T24.2 A recuperação da rentabilidade em 2025 é um reflexo da capacidade da empresa de se ajustar e otimizar suas operações, com o Lucro Líquido Ajustado subindo 14% no 2T25 em relação ao 1T25.1 O EBITDA anual consolidado de 2024 foi de R$10,8 bilhões.1
Fluxo de Caixa e Alocação de Capital
A Gerdau demonstrou uma disciplina estratégica na alocação de capital. O Fluxo de Caixa Livre (FCL) teve um ponto de inflexão importante no 2T24, tornando-se positivo em R89milho~es,revertendooresultadonegativodeR-610 milhões do trimestre anterior.1 No entanto, os trimestres subsequentes viram um aumento nos investimentos em CAPEX e, consequentemente, um FCL negativo, de R$-1.252 milhões no 1T25 e R$-773 milhões no 2T25.1 O CAPEX de R
6,2bilho~esem2024eoplanodeR6,0 bilhões para 2025, com foco em manutenção e competitividade, são o principal motor desses resultados de fluxo de caixa.1 Essa alocação de capital é um elemento central da estratégia da companhia, que visa fortalecer sua posição de mercado a longo prazo.
Saúde Financeira e Alavancagem
A alavancagem da companhia, medida pela Dívida Líquida/EBITDA, manteve-se em patamares baixos e saudáveis, variando de 0,32x no 3T24 para 0,85x no 2T25.1 Esse aumento na alavancagem em 2025 reflete a estratégia da empresa de financiar seus projetos de crescimento e alongar o perfil de vencimento de sua dívida. No 2T25, a empresa reforçou sua liquidez com a emissão de bonds no valor de US
650milho~esededebe^nturesdeR1,4 bilhão, o que garante os recursos necessários para a execução de sua estratégia de crescimento de longo prazo.1 A estabilidade do EBITDA consolidado em 2025, em um contexto de mercado brasileiro extremamente volátil e com margens pressionadas, não é acidental. Esse desempenho é um testemunho da eficácia da diversificação geográfica, com a performance robusta e previsível da Operação América do Norte atuando como um baluarte para o grupo e compensando o desempenho mais fraco do Brasil. Isso é corroborado pelo fato de que a América do Norte foi responsável por 61% do EBITDA consolidado no 2T25.1
📊 Resumo Financeiro Trimestral (R$ milhões)
🔹 Receita Líquida Consolidada A empresa manteve uma trajetória de crescimento estável:
1T24: R$ 16.210
2T24: R$ 16.616
3T24: R$ 17.378
4T24: R$ 16.822
1T25: R$ 17.375
2T25: R$ 17.526 📈 Tendência positiva, com leve oscilação no final de 2024.
💰 EBITDA Ajustado Indicador de desempenho operacional:
Pico em 3T24 com R$ 3.016
Queda no 4T24 (R$ 2.391), mas recuperação gradual em 2025 📉 Oscilação indica desafios operacionais no fim de 2024.
📈 Lucro Líquido Ajustado
3T24 foi o melhor trimestre: R$ 1.432
Queda acentuada no 4T24: R$ 666
Recuperação em 2025, chegando a R$ 864 no 2T25 💡 Lucro ainda abaixo do pico, mas em trajetória de recuperação.
🏗️ CAPEX (Investimentos)
Forte aumento no 4T24: R$ 2.396
Mantém patamar elevado em 2025 🔧 Indica foco em expansão e modernização.
📉 Dívida Líquida / EBITDA (LTM)
Melhor índice em 3T24: 0,32x
Crescimento da alavancagem em 2025, chegando a 0,85x ⚠️ Atenção ao aumento da dívida em relação ao desempenho operacional.
💸 Fluxo de Caixa Livre
Forte geração no 3T24: R$ 2.974
Queda nos trimestres seguintes, com valores negativos em 1T25 e 2T25 🚨 Sinal de pressão no caixa, possivelmente devido ao alto CAPEX.
3. Análise Detalhada por Segmento Operacional
A performance consolidada da Gerdau é um resultado direto da dinâmica de cada um de seus principais mercados, com contrastes evidentes entre os segmentos.
3.1. Operação América do Norte: O Pilar da Rentabilidade
A América do Norte tem sido o principal motor de crescimento da Gerdau. No 2T25, o volume de vendas de aços longos foi de 1.256 mil toneladas, um aumento de 2,2% em relação ao 1T25, com a Receita Líquida crescendo 4,2% para R9,14bilho~es. Arentabilidadedosegmentofoinotaˊvel,comoEBITDAdisparandoparaR1,64 bilhão, um crescimento de 36,5% em relação ao trimestre anterior, e a margem EBITDA se expandindo para 17,9%.1 A utilização da capacidade se manteve em patamares robustos, com a aciaria e os laminados operando a 86% e 89%, respectivamente.1
A forte performance é atribuída à demanda resiliente do setor de construção não-residencial e de infraestrutura. A carteira de pedidos (backlog) se manteve em patamares elevados, com uma média de 75 dias no 2T25, o que indica uma demanda contínua e saudável.1 A expansão do "metal spread" (a diferença entre o preço de venda e o custo da sucata) e a redução das importações, em função da reaplicação de tarifas comerciais como a Seção 232 nos Estados Unidos, também contribuíram significativamente para a rentabilidade do segmento.1
3.2. Operação Brasil: O Desafio das Importações e a Estratégia de Otimização
O mercado brasileiro tem enfrentado um cenário extremamente competitivo. A taxa de penetração de aço importado atingiu um recorde histórico de 26% no 2T25, um aumento de 3,9 pontos percentuais em relação ao 2T24.1 Esse volume recorde de importações, proveniente principalmente da China, tem gerado uma intensa pressão sobre os preços no mercado doméstico, impactando negativamente os volumes de vendas e as margens do segmento.1 O EBITDA do segmento Brasil foi de R$854 milhões no 2T25, uma queda de 2,4% em relação ao 1T25, e a margem EBITDA recuou de 14,6% para 12,0%.1
Em resposta a esse cenário desafiador, a Gerdau implementou iniciativas de otimização e redução de custos, incluindo a hibernação de unidades em 2024, que geraram custos não recorrentes no 2T24.1 A empresa também está focada em projetos estratégicos de CAPEX para aumentar sua competitividade a longo prazo. O
start-up da expansão de bobinas a quente na unidade de Ouro Branco ocorreu no 1T25, com um potencial de geração de EBITDA de aproximadamente R400milho~es. Aleˊmdisso,oprojetodeMinerac\ca~oMiguelBurnier,comprevisa~ode∗start−up∗no4T25eumpotencialdeEBITDAdeaproximadamenteR1,1 bilhão, está com 72% de avanço físico.1
Essa alocação de capital em projetos de longo prazo no Brasil, mesmo em um ambiente de mercado desfavorável, é uma demonstração de confiança nos fundamentos de demanda do país (construção civil, indústria automotiva) e na eventual superação das distorções causadas pelas importações. A Gerdau está optando por absorver a pressão de custos e margens no curto prazo para se posicionar com uma vantagem competitiva sustentável no futuro.
🏭 Desempenho Operacional – 1T25 e 2T25
🌎 América do Norte 🔹 Volume de Vendas:
1T25: 1.229 mil toneladas
2T25: 1.256 mil toneladas 📦 Crescimento leve, mas consistente.
🔧 Utilização da Aciaria:
1T25: 81%
2T25: 86% 🔥 Alta eficiência na produção de aço.
🌀 Utilização de Laminados:
1T25: 86%
2T25: 89% 📈 Operação quase no limite da capacidade.
💰 EBITDA:
1T25: R$ 1.198 milhões
2T25: R$ 1.635 milhões 🚀 Forte crescimento operacional.
📊 Margem EBITDA:
1T25: 13,7%
2T25: 17,9% 💎 Margem robusta, refletindo boa rentabilidade.
🇧🇷 Brasil 🔹 Volume de Vendas:
1T25: 1.340 mil toneladas
2T25: 1.356 mil toneladas 📦 Mantém liderança em volume.
🔧 Utilização da Aciaria:
Ambos os trimestres: 73% ⚙️ Estabilidade, mas abaixo da América do Norte.
🌀 Utilização de Laminados:
1T25: 57%
2T25: 60% 📉 Capacidade ociosa ainda elevada.
💰 EBITDA:
1T25: R$ 877 milhões
2T25: R$ 854 milhões 📉 Leve queda, sinal de pressão nos custos.
📊 Margem EBITDA:
1T25: 14,6%
2T25: 12,0% ⚠️ Redução na rentabilidade.
4. Influência de Tarifas e Medidas Comerciais
A política comercial global exerce uma influência decisiva no desempenho da Gerdau em seus diferentes segmentos.
No Brasil, a importação de aço tem sido o principal obstáculo. A taxa de penetração de aço importado escalou de 18,5% em 2024 para 26% no 2T25 1, um volume considerado um recorde histórico. A Gerdau tem expressado publicamente a ineficácia do atual sistema de cota-tarifa e a urgência por aprimoramentos, como a implementação de uma salvaguarda emergencial e maior celeridade nos processos de antidumping.1 A lentidão na resposta governamental a essa questão representa um risco explícito para a sustentabilidade do mercado doméstico, sendo um fator de incerteza para a operação brasileira.1
Em forte contraste, as operações da Gerdau na América do Norte se beneficiam diretamente de um ambiente mais protecionista. A reaplicação de tarifas como a Seção 232 nos Estados Unidos e outras políticas comerciais favoráveis têm reduzido o nível de importações na região. Esse cenário permite que a Gerdau se beneficie de um mercado mais equilibrado, com margens e preços mais saudáveis.1
Existe uma interconexão entre as políticas de tarifas dos EUA e a pressão de mercado no Brasil. Ao restringir o acesso ao mercado norte-americano, o excesso de aço de outros países, principalmente a China, é redirecionado para mercados menos protegidos como o brasileiro. O relatório da Gerdau para o 2T25 explicita o risco de "novos recordes de importação caso não haja aprimoramento nos mecanismos de defesa comercial" no Brasil.1 Isso demonstra que o protecionismo em uma região pode gerar um efeito cascata em outra, e a diversificação geográfica da Gerdau é o mecanismo estratégico para mitigar esse risco sistêmico.
5. Múltiplos e Comparação com Pares do Setor
A avaliação da Gerdau (GGBR4) deve ser analisada à luz de sua disciplina financeira e seu posicionamento estratégico em relação aos seus pares.
A Gerdau apresenta um perfil de alavancagem extremamente saudável e conservador para um setor de uso intensivo de capital. A relação Dívida Líquida/EBITDA de 0,85x no 2T25 é um patamar baixo, apesar de ter aumentado em relação aos trimestres anteriores devido aos investimentos.8 A Gerdau negocia com um P/L de aproximadamente 10,3x, enquanto o P/S é de 0,51x, o que sugere uma avaliação atrativa.10
Em comparação com concorrentes nacionais, o contraste é evidente. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) apresenta um nível de alavancagem significativamente maior, com uma relação Dívida Líquida/EBITDA de 6,10x, o que a coloca em uma posição de maior risco financeiro.12 A Usiminas (USIM5), por sua vez, tem um perfil que sugere um múltiplo de avaliação mais baixo devido às altas exigências de investimento e ao Fluxo de Caixa Livre negativo projetado para o futuro próximo.13
A análise de pares internacionais reforça a dinâmica regional. A Nucor (NUE), um dos maiores players da América do Norte, reportou um sólido EBITDA de US$1,30 bilhão e um aumento na utilização de capacidade para 85% no 2T25 14, validando a tese de que o mercado norte-americano goza de boa saúde. A Ternium (TX) também teve um desempenho robusto no 2T25, impulsionado pela alta nos preços do aço no México.15
Há uma lacuna entre a percepção de risco do mercado e o valor fundamental da Gerdau. Apesar dos múltiplos favoráveis e da forte recomendação de compra por analistas, com preços-alvo entre R20,00eR23,00 para o final de 2025 16, a ação GGBR4 negocia a um preço significativamente inferior. Essa diferença sugere que o mercado pode estar supervalorizando os desafios do Brasil e subvalorizando a performance consistente da América do Norte e o potencial de longo prazo dos projetos de CAPEX. A disciplina financeira da Gerdau em um setor conhecido por seus ciclos de alta alavancagem é um diferencial que justifica a confiança dos analistas em uma reavaliação futura da ação.
📊 Comparativo de Múltiplos Financeiros – Gerdau, CSN e Usiminas
🏢 Gerdau (GGBR4) 🔹 P/E (Preço/Lucro): 10.3x 📈 Valorização moderada em relação ao lucro. 🔹 Dívida Líquida/EBITDA: 0.85x 💼 Alavancagem controlada. 🔹 Dividend Yield (TTM): 3.53% 💸 Retorno razoável ao acionista. 🔹 Dívida Bruta: R$ 18,1 bilhões (2T25) 📉 Dívida sob controle. 🔹 EV/EBITDA: n/a ❓ Informação não disponível.
🏗️ CSN (CSNA3) 🔹 P/E (Preço/Lucro): n/a ❓ Sem dados disponíveis. 🔹 EV/EBITDA: 5.13x 📊 Valorização mais agressiva frente ao EBITDA. 🔹 Dívida Líquida/EBITDA: 6.10x ⚠️ Alavancagem elevada, exige atenção. 🔹 Dividend Yield (TTM): 10.09% 💰 Excelente retorno ao acionista. 🔹 Dívida Bruta: R$ 52,64 bilhões (último dado) 📉 Nível de endividamento bastante alto.
🏭 Usiminas (USIM5) 🔹 P/E (Preço/Lucro): 10.3x 📈 Valorização semelhante à Gerdau. 🔹 EV/EBITDA: 3.0x (estimado para 2026) 🔮 Expectativa de bom desempenho futuro. 🔹 Dívida Líquida/EBITDA: 0.50x ✅ Alavancagem muito baixa. 🔹 Dividend Yield (TTM): n/a ❓ Sem dados disponíveis. 🔹 Dívida Bruta: n/a ❓ Informação não divulgada.
6. Projeção e Tendência da Ação GGBR4 para o 3º Trimestre de 2025 e Final de 2025
Com base na análise multifacetada, é possível traçar uma projeção para a tendência da ação GGBR4.
A previsão de analistas aponta para um aumento de 5% no EBITDA consolidado no 3T25, para R$2,7 bilhões, em relação ao 2T25.7 Esse crescimento será impulsionado pela América do Norte, que deve continuar com volumes fortes e expansão de margens.1 No Brasil, a pressão das importações deve continuar, mas há uma expectativa de recuperação de margens no 2S25 devido à redução de custos operacionais.1 O
start-up da expansão de bobinas a quente no 1T25 e o avanço da mineração de Miguel Burnier, com previsão de start-up no 4T25, podem gerar um otimismo adicional no mercado, levando o preço das ações a refletir parcialmente o futuro potencial de EBITDA desses projetos.1
O preço de R$ 16,68,comfechamentoem25/09/2025,representaumaavaliac\ca~oconservadoraparaaGerdau.Estevalorestaˊsignificativamenteabaixodoprec\co−alvodeR20,00 da Genial e R23,00daXPInvestimentosparaofinalde2025. Atende^nciaparaaac\ca~ono3T25enofinalde2025eˊdealta,aˋmedidaqueomercadocomec\caaprecificaratesedeinvestimentodelongoprazodaGerdau.Oprec\coatualeˊmaiscompatıˊvelcomumavisa~odecurtoprazoquesuperestimaosriscosdaimportac\ca~onoBrasilena~oatribuivalortotalaosprojetosdecrescimento.Paraqueaac\ca~oatinjaoprec\co−alvodeR23, seria necessária uma valorização de aproximadamente 38%, o que é viável, mas depende da materialização de resultados operacionais mais fortes e de um cenário mais favorável no mercado brasileiro.
A reavaliação da GGBR4 do seu preço atual para os patamares-alvo previstos pelos analistas não é um evento passivo; ela dependerá de catalisadores específicos. Os principais catalisadores seriam: 1) o aumento tangível e reportado do EBITDA proveniente dos projetos de expansão recém-concluídos (Bobinas a Quente e Mineração Miguel Burnier) 1; e 2) uma ação governamental mais decisiva no Brasil para conter as importações de aço, reduzindo o risco do mercado doméstico.1 Enquanto esses catalisadores não se concretizarem, a ação pode continuar a negociar com um prêmio de risco, mesmo com fundamentos sólidos. A principal ameaça a essa tendência de alta seria a manutenção do cenário de importações descontroladas no Brasil, que poderia erodir as margens e a confiança do mercado, e a incerteza macroeconômica global, incluindo a manutenção de altas taxas de juros, que pode impactar a demanda por aço.
7. Conclusão e Perspectivas de Longo Prazo
A Gerdau S.A. demonstrou uma notável capacidade de adaptar-se a um cenário global e doméstico volátil. Sua estratégia de diversificação geográfica, com a Operação América do Norte atuando como um baluarte de rentabilidade, tem sido fundamental para a resiliência dos resultados consolidados. Embora a Operação Brasil enfrente desafios significativos, a disciplina de capital da empresa e os investimentos estratégicos de longo prazo a preparam para um ciclo de mercado mais favorável.
O preço de R$16,68 em 25/09/2025, se mantido, representa uma oportunidade de investimento, dada a diferença para os preços-alvo dos analistas. A tendência futura da GGBR4 dependerá da continuidade da performance na América do Norte e da materialização dos ganhos de eficiência e EBITDA dos projetos de crescimento no Brasil. O mercado, que atualmente precifica o risco, provavelmente começará a precificar o potencial de retorno à medida que a empresa entregar os resultados esperados, tornando a tese de valorização bastante sólida no médio e longo prazo.
Preço do Ouro Ultrapassa os 3800 USD
Os preços do ouro iniciaram a semana em terreno positivo, atingindo novos máximos históricos acima dos 3.800 dólares. O metal precioso está a encontrar suporte numa altura em que o dólar norte-americano prolonga as suas perdas face às principais moedas — uma dinâmica positiva para o ouro devido à correlação inversa entre o preço dos dois ativos. O dólar está novamente sob pressão, não apenas devido às expectativas cada vez mais dovish em relação à Reserva Federal, mas também por receios de que um impasse bipartidário no financiamento no Congresso dos EUA possa levar a uma paralisação do governo no início de outubro. Tal cenário representaria um golpe significativo para a atividade económica norte-americana e poderia também atrasar a divulgação de dados importantes, incluindo o relatório do mercado de trabalho (non-farm payrolls) previsto para sexta-feira. Neste contexto — e com a persistente incerteza geopolítica e económica a reforçar o apelo do ouro como ativo de refúgio, juntamente com as contínuas compras em larga escala por parte dos bancos centrais, nomeadamente na China e noutros países que procuram aumentar as suas reservas de ouro — o caminho de menor resistência para o metal precioso permanece inclinado para o lado ascendente, deixando antever a possibilidade de novas valorizações em direção ao nível dos 3.900 dólares.
Ricardo Evangelista – ActivTrades
As informações fornecidas não constituem pesquisa de investimento. Este material não foi elaborado de acordo com os requisitos legais destinados a promover a independência da pesquisa de investimento e, como tal, deve ser considerado uma comunicação de marketing.
Todas as informações foram preparadas pela ActivTrades (“AT”). As informações não contêm um registro dos preços da AT, nem constituem uma oferta ou solicitação para a realização de qualquer transação com instrumento financeiro. Nenhuma declaração ou garantia é feita quanto à exatidão ou integridade dessas informações.
Qualquer material fornecido não leva em consideração os objetivos de investimento específicos nem a situação financeira de qualquer pessoa que o receba. O desempenho passado não é um indicador confiável de desempenho futuro. A AT oferece apenas um serviço de execução de ordens. Consequentemente, qualquer pessoa que atue com base nas informações fornecidas o faz por sua própria conta e risco.
Previsões não são garantias. As taxas podem mudar. O risco político é imprevisível. As ações dos bancos centrais podem variar. As ferramentas das plataformas não garantem sucesso.
Perspectivas Estratégicas: WEG S.A de olho no 3T2025Relatório de Análise e Perspectivas Estratégicas: WEG S.A. (WEGE3) – Uma Avaliação Exaustiva do Desempenho Financeiro e Posicionamento de Mercado (1T24 a 2T25)
1. Resumo Executivo
O presente relatório oferece uma análise aprofundada da performance da WEG S.A. (WEGE3) ao longo de seis trimestres, do 1T24 ao 2T25, com base nos resultados e comunicados oficiais da companhia, bem como em análises de mercado. O período revela uma trajetória robusta de crescimento, contudo, marcada por uma distinção clara entre duas fases distintas. A primeira, de 1T24 a 4T24, foi caracterizada por uma expansão notável de receita e lucro, impulsionada por uma forte demanda global nos negócios de ciclo longo e pela consolidação de aquisições estratégicas. A segunda fase, abrangendo 1T25 e 2T25, sinaliza uma transição para um patamar de crescimento mais estabilizado e uma compressão perceptível das margens operacionais.
A análise detalhada aponta para uma confluência de fatores que explicam essa dinâmica recente, incluindo um mix de produtos temporariamente menos favorável, o aumento de despesas operacionais decorrentes da integração de novas aquisições e a pressão de custos de matérias-primas essenciais. Além disso, o cenário de incertezas geopolíticas, especialmente a ameaça de novas tarifas de importação nos Estados Unidos, introduz um fator de risco que merece atenção. Apesar desses desafios, a WEG demonstra resiliência por meio de sua sólida saúde financeira, evidenciada por um balanço patrimonial em forte expansão e uma gestão de capital disciplinada, que reinveste o caixa gerado nas operações para sustentar o crescimento de longo prazo, ao mesmo tempo que remunera consistentemente seus acionistas. A capacidade da empresa de mitigar os riscos e otimizar a eficiência de suas novas operações será crucial para determinar sua trajetória futura e justificar seu elevado valuation de mercado.
2. Análise da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE): Dinâmica de Crescimento e Rentabilidade
A performance financeira da WEG no período de 1T24 a 2T25 pode ser melhor compreendida por meio de uma análise detalhada de seus principais indicadores de rentabilidade, que mostram uma evolução com nuances significativas. A companhia demonstrou a capacidade de crescer sua receita de maneira consistente, embora os trimestres mais recentes revelem desafios na manutenção da rentabilidade.
2.1. Evolução da Receita Operacional Líquida (ROL)
A ROL da WEG apresentou um forte crescimento sequencial, iniciando em R$ 8,033 bilhões no 1T24 e atingindo um pico de R$ 10,822 bilhões no 4T24. O ano de 2025 marcou uma estabilização da receita na casa dos R$ 10 bilhões, com a ROL do 1T25 em R$ 10,078 bilhões e do 2T25 em R$ 10,207 bilhões. Essa estabilização, após o pico do quarto trimestre, não deve ser interpretada como uma desaceleração, mas sim como o estabelecimento de um novo e superior patamar de faturamento. Em uma perspectiva anual, a receita do 2T25 foi 10,1% superior à do 2T24, e o crescimento em relação ao 1T24 foi de 25,5%.
O crescimento da receita foi impulsionado por um desempenho notável no mercado externo, com as vendas crescendo 17,3% no 2T25 em comparação com o mesmo período do ano anterior, refletindo o bom momento das operações em dólar. O mercado interno, por outro lado, demonstrou uma performance mais contida, com crescimento de apenas 1% no 2T25, afetado por uma demanda mais lenta em segmentos como o de geração eólica e um ambiente mais cauteloso para investimentos industriais. A capacidade da WEG de compensar a fraqueza em seu mercado doméstico com a solidez de suas operações internacionais e a variação cambial favorável sublinha sua flexibilidade e o sucesso de sua estratégia de diversificação geográfica.
2.2. Rentabilidade e a Compressão de Margens
Enquanto o crescimento da receita permaneceu uma constante, a rentabilidade da empresa, medida pelas margens, entrou em uma fase de leve compressão. A Margem Bruta manteve-se em um patamar saudável, oscilando entre 32,9% e 34,5% ao longo do período , o que demonstra a capacidade da empresa de manter o controle sobre o custo de seus produtos vendidos. No entanto, a Margem EBITDA, um indicador-chave de eficiência operacional, recuou de um pico de 22,9% no 2T24 para 22,1% no 2T25, ficando abaixo das expectativas do mercado para o trimestre.
Essa compressão de margens é resultado de uma combinação de fatores operacionais e estratégicos. Primeiramente, houve uma alteração no mix de produtos vendidos, com uma concentração de receitas em segmentos de margem inferior, como a geração solar, o que contribuiu para uma "pequena acomodação" na margem bruta, especialmente no 1T25. Em segundo lugar, o aumento das despesas de Vendas, Gerais e Administrativas (VG&A) foi um fator significativo. Essas despesas consolidadas cresceram 20,2% no 2T25 em relação ao mesmo período do ano anterior , impulsionadas pela consolidação dos negócios recém-adquiridos da Marathon, Rotor e Cemp. A administração da WEG reconheceu que essas novas operações ainda não alcançaram o mesmo nível de eficiência das demais unidades da companhia, o que adicionou um fardo sobre as despesas e, consequentemente, sobre as margens. Por fim, o aumento nos custos de matérias-primas, com destaque para o cobre, também adicionou pressão sobre a estrutura de custos da empresa, dificultando a expansão das margens mesmo com o aumento da receita.
A reação do mercado à divulgação dos resultados do 2T25, com uma queda de 7,16% das ações no pregão de 23 de julho, reflete a sensibilidade dos investidores a essa mudança na dinâmica de margens. O mercado, que tradicionalmente precifica a WEG com múltiplos elevados, estava atento para ver se a empresa conseguiria continuar a expandir sua rentabilidade. A compressão, mesmo que leve em termos absolutos, foi percebida como um sinal de que a narrativa de crescimento com expansão de margens pode estar em transição para um patamar de margens mais estáveis, embora ligeiramente menores.
3. Análise da Estrutura de Capital e da Saúde Financeira (Balanço Patrimonial)
A solidez financeira da WEG se reflete em seu balanço patrimonial, que cresceu expressivamente no período analisado. A estrutura de capital da companhia permanece robusta, demonstrando sua capacidade de financiar seu crescimento orgânico e inorgânico sem comprometer sua baixa alavancagem.
3.1. Crescimento do Balanço e Alavancagem
Os ativos totais da WEG cresceram de R$ 31,9 bilhões no 1T24 para R$ 39,3 bilhões no 2T25, representando um aumento de 23%. Esse crescimento é um sintoma direto da execução da estratégia de expansão da empresa, com investimentos substanciais em capacidade produtiva (CAPEX) e a consolidação de aquisições recentes. O patrimônio líquido (PL) acompanhou essa expansão de forma consistente, saltando de R$ 18,0 bilhões para R$ 23,1 bilhões no mesmo período, um crescimento de 28%. Esse aumento no PL é uma clara demonstração da forte capacidade da WEG de gerar e reter valor para seus acionistas, reinvestindo seus lucros na própria operação.
Apesar do aumento do balanço, a empresa mantém uma gestão financeira ultraconservadora. A dívida bruta oscilou, mas a posição de caixa robusta da companhia manteve o endividamento líquido em patamares muito confortáveis. Indicadores como a Dívida Líquida/Patrimônio Líquido permaneceram negativos (-0,14), o que denota uma posição de caixa líquido e uma baixíssima alavancagem financeira.
3.2. Retorno sobre o Capital Investido (ROIC): Análise do Declínio Calculado
O Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) da WEG, um indicador de eficiência na alocação de capital, atingiu 32,9% no 2T25. Embora este seja um patamar de rentabilidade elevado, representa uma redução de 4,5 pontos percentuais em relação ao 2T24 e 0,3 p.p. em comparação com o 1T25. A administração da empresa explicou que essa diminuição é, paradoxalmente, um reflexo direto do forte crescimento do capital empregado. A base de cálculo do ROIC cresceu significativamente devido aos investimentos em ativos fixos e intangíveis, bem como à aquisição dos negócios da Marathon, Rotor e Cemp.
A queda do ROIC não significa, portanto, uma perda de rentabilidade intrínseca das operações, mas sim que o retorno sobre os novos investimentos ainda não se materializou por completo nos resultados. A gestão proativa de capital da WEG, reinvestindo agressivamente o caixa gerado para fomentar o crescimento futuro, é a causa subjacente a essa dinâmica. É também importante contextualizar que o ROIC do 1T24 foi positivamente impactado por um incentivo fiscal não recorrente. A normalização do indicador nos trimestres subsequentes é esperada e não necessariamente um sinal de alerta, mas sim um ajuste a um cenário de crescimento sustentável.
4. Análise da Geração e Uso do Fluxo de Caixa
A análise do fluxo de caixa da WEG oferece uma visão clara sobre a capacidade da empresa de gerar valor e como esse valor é realocado para sustentar seu modelo de negócios. A companhia demonstra um ciclo virtuoso, em que o caixa gerado pelas operações é reinvestido em ativos para impulsionar o crescimento futuro.
4.1. Fluxo de Caixa das Operações (FCO)
A WEG manteve uma geração de caixa operacional (FCO) consistente e robusta, totalizando R$ 1,97 bilhão no primeiro semestre de 2025. Esse resultado foi sustentado pelo crescimento da receita e pela manutenção de margens operacionais saudáveis, mesmo em um período que exigiu um aumento na necessidade de capital de giro. Essa consistência na geração de caixa operacional é a base da solidez financeira da empresa e a fonte primária de capital para suas iniciativas estratégicas.
4.2. Fluxo de Caixa de Investimentos (FCI)
O Fluxo de Caixa de Investimentos (FCI) da WEG reflete a agressiva estratégia de reinvestimento da companhia. No primeiro semestre de 2025, o FCI foi de R$ 1,32 bilhão , um valor significativo, mas menor do que os R$ 2,63 bilhões do primeiro semestre de 2024, que incluiu aquisições de maior porte. A alocação de capital da empresa no período foi direcionada para iniciativas de crescimento de longo prazo, incluindo:
Aquisições Estratégicas: A aquisição da americana Heresite Protective Coatings por US$ 9,5 milhões, cujos ativos serão consolidados a partir de maio de 2025. Essa aquisição, embora de pequeno porte (com receita de US$ 8,6 milhões e margem EBITDA de 22% em 2024), visa expandir o portfólio de soluções da WEG no promissor mercado de revestimentos industriais da América do Norte.
CAPEX de Expansão: A companhia anunciou um plano de investimento de R$ 160 milhões para a expansão de sua fábrica em Linhares, no Espírito Santo. O projeto, que inclui a verticalização da produção de fios para motores elétricos, busca aumentar o controle sobre a cadeia de suprimentos e otimizar a eficiência operacional. Além disso, a WEG planeja investir cerca de US$ 62 milhões para expandir sua capacidade de produção na China, com a construção de uma nova fábrica de motores de alta tensão.
O elevado FCI evidencia o compromisso da WEG em reinvestir seu capital para impulsionar o crescimento futuro, sendo a causa direta do aumento de seus ativos e o principal fator por trás da aparente "acomodação" de seu ROIC.
4.3. Fluxo de Caixa de Financiamentos (FCF)
O FCF mostrou um consumo de caixa de R$ 2,74 bilhões no primeiro semestre de 2025, impulsionado principalmente pelo pagamento de R$ 1,8 bilhão em dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) aos acionistas. Os substanciais pagamentos de proventos, que totalizaram R$ 719,3 milhões em dividendos intermediários e JCP no primeiro semestre de 2025 , reforçam o compromisso da WEG em remunerar seus acionistas, mesmo em um período de forte reinvestimento. Essa dualidade entre o crescimento via CAPEX e a distribuição de proventos é uma marca da gestão de capital da WEG, que mantém sua atratividade para investidores de longo prazo.
5. Estratégias de Mitigação e Análise Competitiva
A WEG opera em um ambiente global complexo, e sua resiliência é testada não apenas por fatores internos, mas também por riscos externos, como as tensões geopolíticas e a dinâmica competitiva.
5.1. O Desafio Geopolítico: A Tarifa dos EUA
O principal risco externo que se materializou no período foi a iminente aplicação de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras nos Estados Unidos, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto. A WEG é particularmente exposta a esse cenário, uma vez que o mercado norte-americano responde por cerca de 25% de sua receita líquida consolidada, com forte presença em segmentos como motores e transformadores de ciclo curto.
Em resposta, a administração da WEG afirmou que espera mitigar a maior parte dos possíveis impactos por meio de sua estratégia de diversificação geográfica. A empresa possui fábricas em mais de uma dúzia de países, incluindo os próprios Estados Unidos e o México, e pode realocar rotas de exportação para evitar o impacto direto da tarifa. Segundo análise de mercado, um terço da fabricação de produtos destinados aos EUA já ocorre em solo americano, outro terço no México e o restante em outras regiões. Essa flexibilidade operacional permite à WEG aumentar a produção em suas unidades fabris no México (onde possui cinco fábricas ) e nos EUA para compensar as perdas nas exportações a partir do Brasil. No entanto, é importante notar que essa realocação não é isenta de custos. Aumentar a produção em plantas com escala menor pode gerar custos mais elevados no curto prazo e reduzir a eficiência operacional. A capacidade da empresa de gerenciar esse trade-off será um ponto crucial a ser monitorado.
5.2. Análise de Competitividade e Benchmarking
A WEG compete diretamente com gigantes globais como Siemens, ABB e GE Vernova em diversos segmentos de máquinas e equipamentos elétricos. A análise dos resultados de seus concorrentes reforça a tese de que a demanda global por produtos relacionados à transição energética e à infraestrutura de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) permanece robusta.
A ABB, por exemplo, reportou um volume recorde de pedidos de US$ 9,8 bilhões no 2T25, com a receita crescendo 8% e a margem EBITA operacional melhorando para 19,2%.
A GE Vernova, por sua vez, registrou um aumento de 8% em seus pedidos orgânicos no 1T25.
Esses resultados dos concorrentes validam o cenário de forte demanda de mercado e sugerem que os desafios de margem enfrentados pela WEG no período são, em grande parte, específicos de sua execução. As pressões sobre as margens da WEG estão mais ligadas à integração de aquisições e a um mix de produtos desfavorável do que a uma desaceleração generalizada do setor. Esse contexto competitivo positivo sinaliza que as oportunidades de crescimento permanecem abundantes, e a WEG, com sua estratégia verticalizada e sua flexibilidade de produção, está bem posicionada para explorá-las.
6. Conclusão e Perspectivas Futuras
A WEG S.A. demonstrou uma performance amplamente positiva no período analisado, marcada por uma expansão significativa de receita, lucro e balanço patrimonial. A empresa continua a executar com excelência sua estratégia de crescimento e diversificação, reinvestindo ativamente seu capital para construir capacidade produtiva e expandir seu portfólio via aquisições estratégicas.
Apesar da consistência do crescimento, a análise dos trimestres mais recentes (1T25 e 2T25) introduz uma nova fase. A trajetória de expansão de margens dos períodos anteriores foi substituída por um cenário de estabilização e leve compressão, motivado pela integração das aquisições, pela mudança no mix de produtos e pela pressão de custos. O principal desafio futuro é a capacidade da empresa de gerenciar esses fatores internos e externos.
O mercado, que precifica a WEG com múltiplos elevados, estará atento para ver se a companhia consegue reverter a tendência de compressão das margens. A habilidade da WEG de integrar eficientemente os negócios recém-adquiridos, alcançando as sinergias operacionais e de custos, será crucial para a rentabilidade futura. Da mesma forma, a capacidade de navegar pelo cenário tarifário dos EUA e mitigar os impactos de custos por meio de sua flexibilidade operacional será fundamental para preservar seu desempenho em seu principal mercado externo.
As perspectivas para o futuro continuam favoráveis, com a demanda global por soluções de eletrificação e eficiência energética se mantendo robusta. No entanto, o sucesso da WEG dependerá de sua capacidade de traduzir essa demanda em resultados que justifiquem o prêmio de valuation que os investidores lhe conferem.
7. Análise de Valuation e Recomendações Estratégicas
A WEG S.A. é amplamente reconhecida como uma das empresas mais sólidas do Brasil, com um modelo de negócio global e resiliente. No entanto, sua alta qualidade e histórico de performance consistente se refletem em múltiplos de valuation elevados, como um múltiplo de Preço/Lucro (P/L) de aproximadamente 24,55. Esse valuation, que representa um prêmio em relação a empresas comparáveis, demonstra a expectativa do mercado por um crescimento contínuo e rentabilidade superior.
A recomendação de investimento para a WEG deve considerar essa dicotomia. Casas de análise como a Genial Investimentos e o BTG Pactual mantêm a recomendação de compra , apostando na capacidade de longo prazo da empresa de gerar valor e se beneficiar de seu posicionamento estratégico. Outras, como o Safra, adotam uma visão mais neutra, citando a alta precificação e a possibilidade de frustrações levarem a uma correção nos papéis. A vulnerabilidade da cotação a quaisquer resultados abaixo do esperado, como a reação negativa do 2T25, é um risco considerável.
Para um investidor, a decisão de alocação de capital na WEG exige um monitoramento contínuo e criterioso dos seguintes indicadores:
A evolução das despesas de Vendas, Gerais e Administrativas (VG&A) e a eficácia da integração das aquisições.
A efetividade do plano de mitigação tarifária nos EUA e os impactos nos custos de produção.
A capacidade de gerenciar os custos de matérias-primas e de repassá-los aos preços finais, mantendo a competitividade.
O desempenho da WEG no período analisado reforça sua imagem como uma empresa de alta qualidade. Contudo, o mercado agora exige que a WEG não apenas continue a crescer, mas que também demonstre sua capacidade de traduzir esse crescimento em um novo patamar de margens, justificando a confiança e os múltiplos elevados que lhe são atribuídos.
Estamos observando posicionamento de agentes do mercado já para o 3t2025.
Ouro Estável com Dólar Fraco e Otimismo Geopolítico
Os preços do ouro mantiveram-se estáveis no início da sessão europeia desta quinta-feira, com os investidores a aguardar um movimento direcional mais claro. O metal precioso é sustentado por um dólar mais fraco, apoiado pelo consenso generalizado de que a Reserva Federal dos EUA irá cortar as taxas de juro em setembro — perspetiva reforçada pelos dados de inflação ao consumidor nos EUA para julho, que ficaram abaixo do esperado. No entanto, o aumento do apetite pelo risco nos mercados está a desviar fluxos de investimento de ativos de refúgio, como o ouro, para ativos de risco, como as ações. Esta melhoria no sentimento do mercado resulta da esperança de que a cimeira desta sexta-feira entre os presidentes Trump e Putin possa abrir caminho para um cessar-fogo na Ucrânia e criar uma via para o fim da guerra. Há também otimismo de que um conflito comercial em grande escala entre os EUA e a China possa ser evitado, após a decisão da administração norte-americana de conceder uma prorrogação de três meses à atual trégua comercial. Neste contexto, espera-se que os preços do ouro permaneçam próximos dos níveis atuais no curto prazo, com os investidores atentos à divulgação, ainda hoje, dos números da inflação nos preços do produtor nos EUA, que deverão revelar um aumento moderado dos custos.
Ricardo Evangelista - ActivTrades
As informações fornecidas não constituem pesquisa de investimento. Este material não foi elaborado de acordo com os requisitos legais destinados a promover a independência da pesquisa de investimento e, como tal, deve ser considerado uma comunicação de marketing.
Todas as informações foram preparadas pela ActivTrades (“AT”). As informações não contêm um registro dos preços da AT, nem constituem uma oferta ou solicitação para a realização de qualquer transação com instrumento financeiro. Nenhuma declaração ou garantia é feita quanto à exatidão ou integridade dessas informações.
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Previsões não são garantias. As taxas podem mudar. O risco político é imprevisível. As ações dos bancos centrais podem variar. As ferramentas das plataformas não garantem sucesso.
Trégua EUA-China e dados da inflação nos EUA
Os Estados Unidos e a China acordaram prolongar por mais 90 dias a trégua tarifária, diminuindo temporariamente a tensão entre as duas maiores economias e proporcionando algum alívio aos importadores americanos, que poderão preparar os seus stocks para a temporada de fim de ano sem enfrentar aumentos abruptos nos custos de importação. Apesar de serem boas notícias, os mercados não reagiram de forma particularmente positiva ao anúncio, com o Nasdaq a cair 0,56% no dia, refletindo o descontentamento dos investidores face à incerteza em torno do comércio global. O relatório do índice de preços no consumidor (IPC) será divulgado hoje ao início da tarde e poderá influenciar significativamente as expectativas sobre a política monetária da Reserva Federal. Uma leitura acima do esperado poderá reacender as apostas em taxas de juro mais elevadas por mais tempo, pressionando os índices americanos, cujas valorizações atuais assentam na expectativa de um crescimento sustentável apenas com condições de financiamento mais acessíveis. Por outro lado, qualquer número dentro do esperado reforçaria a probabilidade de cortes adicionais ainda este ano, beneficiando os ativos de risco.
Henrique Valente - ActivTrades
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"USIM5- Análise Consolidada de Resultados (2t 2025)"Análise Consolidada de Resultados e Valuation – USIMINAS (USIM5)
Data da Análise: Com base nos relatórios trimestrais do 1T24 ao 2T25.
Referência de Preço para Valuation: R$ 4,28 por ação.
1. Sumário Executivo
A Usiminas apresenta um caso de forte contraste entre sua saúde financeira interna e as severas adversidades do ambiente de mercado. Após uma notável recuperação no primeiro trimestre de 2025 (1T25), a companhia enfrentou uma drástica deterioração em seus indicadores de rentabilidade no segundo trimestre (2T25). A principal causa, apontada enfaticamente pela administração, é o volume recorde de importação de aço subsidiado, que pressionou os preços domésticos e corroeu as margens.
Apesar da queda operacional, a gestão financeira demonstrou resiliência, com redução expressiva da dívida líquida e manutenção de baixa alavancagem. Do ponto de vista de valuation, a cotação atual reflete um profundo pessimismo do mercado, negociando a empresa com múltiplos historicamente baixos, notadamente um P/VPA de apenas 0,20x. A tese de investimento na Usiminas, portanto, se resume a um conflito entre um valuation estatisticamente muito atrativo e um risco setorial e macroeconômico elevado e persistente.
2. Análise da Evolução dos Resultados Trimestrais
A trajetória dos últimos cinco trimestres ilustra a volatilidade do setor e a recente interrupção na recuperação da empresa.
Indicador (R$ milhões) 2T25 1T25 4T24 3T24 2T24
Receita Líquida 6.626 6.858 6.480 6.817 6.350
EBITDA Ajustado 408 733 518 426 247
Margem EBITDA 6,2% 10,7% 8,0% 6,3% 3,9%
Lucro (Prejuízo) Líquido 128 337 (117) 185 (100)
Margem Líquida 1,9% 4,9% N/A 2,7% N/A
Trajetória de Recuperação (Até 1T25): A Usiminas demonstrou uma clara recuperação em "V" do seu ponto mais baixo no 2T24, culminando em um EBITDA de R$ 733 milhões no 1T25, o melhor resultado do período.
A Interrupção no 2T25: O segundo trimestre de 2025 quebrou essa tendência positiva, com uma queda de 44% no EBITDA Ajustado e 62% no Lucro Líquido em relação ao trimestre anterior. A rentabilidade foi a mais afetada, com a margem EBITDA caindo quase pela metade.
3. Análise Qualitativa e Visão da Administração
A comunicação da empresa no 2T25 foi um forte sinal de alerta, focando em três pontos críticos:
A Ameaça Estrutural das Importações: Descrito como o principal fator para a deterioração dos resultados, o volume recorde de importação de aço no Brasil (28% do consumo aparente) mina o poder de precificação da indústria nacional. A administração classifica as medidas de defesa comercial do governo como "ineficazes" e clama por ações antidumping urgentes e concretas.
Cenário Macroeconômico Adverso: Fatores como a manutenção de juros elevados no Brasil e o risco de novas tarifas de exportação pelos EUA sobre a cadeia industrial brasileira adicionam camadas de incerteza sobre a demanda futura por aço.
Foco em Eficiência Interna: Diante do cenário externo hostil, a expectativa para o 3T25 é de uma melhora nas margens e no EBITDA, não por uma recuperação da receita, mas por uma "redução mais significativa do Custo por Tonelada (CPV/t)", fruto da queda no preço de matérias-primas e ganhos de eficiência operacional.
4. Análise Fundamentalista e Múltiplos de Valuation (Base: Cotação de R$ 4,28)
A análise dos múltiplos revela um profundo descasamento entre o valor contábil da empresa e seu valor de mercado.
Indicador Fundamentalista Valor Calculado
Valor Patrimonial por Ação (VPA) R$ 21,23
Lucro por Ação (LPA - U12M) R$ 0,42
Dívida Líquida / EBITDA (U12M) 0,50x
Múltiplo de Valuation Valor Calculado Análise e Comparativo Histórico
P/L (Preço/Lucro) 10,3x Razoável, mas reflete a baixa qualidade do lucro recente.
P/VPA (Preço/Valor Patrimonial) 0,20x Extremamente baixo. Indica que o mercado paga apenas 20 centavos por cada R$ 1 do patrimônio líquido da empresa. Múltiplos abaixo de 1,0x já sugerem subvalorização.
EV/EBITDA 3,1x Historicamente muito atrativo. Múltiplos abaixo de 5,0x para o setor industrial são raros e indicam profundo pessimismo ou uma oportunidade de valor.
5. Tese de Investimento: Otimismo vs. Pessimismo
A decisão de investir na Usiminas se baseia em qual narrativa o investidor acredita ser mais provável.
O Caso Otimista (Bull Case):
Valuation Deprimido: A ação está sendo negociada com um desconto massivo sobre seu valor patrimonial e múltiplos de geração de caixa.
Fortaleza Financeira: A alavancagem é muito baixa (0,50x), e a empresa é geradora de caixa, o que a torna resiliente para atravessar o ciclo de baixa.
Potencial de Reversão à Média: Qualquer melhora no cenário das importações (seja por ação do governo ou por mudanças no mercado global) pode destravar um valor significativo, fazendo os múltiplos convergirem para médias históricas mais altas.
O Caso Pessimista (Bear Case):
Armadilha de Valor ("Value Trap"): O baixo preço reflete riscos reais e estruturais. A empresa pode parecer barata, mas continuará barata (ou ficará mais) enquanto o problema das importações persistir.
Riscos Estruturais: A concorrência com o aço subsidiado não é um problema cíclico, mas sim estrutural, sem solução aparente no curto prazo.
Degradação Contínua: O cenário macroeconômico pode levar a uma queda ainda maior na demanda e nos resultados, tornando os múltiplos atuais uma miragem baseada em resultados passados que não se repetirão.
6. Conclusão Final
A Usiminas se encontra em uma encruzilhada. Por um lado, é uma empresa com balanço sólido, baixa alavancagem e um valuation que grita "oportunidade" sob a ótica da análise fundamentalista clássica. Por outro lado, está inserida em um ambiente de mercado hostil, com uma ameaça competitiva que mina sua capacidade de gerar lucro de forma sustentável.
O investimento na companhia hoje é uma aposta de que os problemas setoriais são temporários ou que o pessimismo do mercado foi exagerado. O risco é que esses problemas se provem estruturais, mantendo a empresa em um ciclo de baixa rentabilidade por um período prolongado.






















