Índice Bovespa
Viés de baixa

Diferenças Crise 2008 e 2020.

O objetivo deste post é falar da diferença das crises através da análise gráfica, dando uma leve pincelada no fator macro, entendendo a diferença e mostrando como foi a sua recuperação.
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Os tempos mudam, e o mercado também. Os Estados Unidos vêm crescendo a onze anos, desde a crise do Subprime em 2008. Nestes anos de crescimento, o governo injeta na economia bilhões/trilhões de dólares, reduzindo a taxa de juros a níveis mínimos, fomentando a economia cada vez mais.
O ciclo econômico mostra, através da história, que após o Boom, em algum momento a economia de um país deverá entrar em recessão novamente. (1. Boom; 2. Recessão; 3. Depressão; 4. Recuperação)
Nos últimos anos boa parte das bolsas mundiais vinham renovando máximas atrás de máximas, exatamente como na Crise de 2008. A frase do Warren Buffet, "Compre ao som dos canhões, venda ao som dos violinos" nunca fez tanto sentido. Mas será que os EUA estão entrando em recessão? Alguns economistas e profissionais da área crêem que sim. Outros acham que ainda não.. Ninguém sabe a realidade. Sabe-se que em algum momento acontecerá, não se sabe quando.
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Como mostrado no gráfico, a queda de 2008 durou 5 meses, caindo aproximadamente 44.000 pts. A queda de 2020 (até então) teve queda total de 51.000 pts em 12 dias. Porque caiu tanto, tão bruscamente? Qual a diferença da queda atual para a de 2008? Uma crise financeira nos Estados Unidos, em que bancos quebram e pessoas perderam tudo, não é mais perigoso e prejudicial para e economia e para as empresas, do que uma gripe? (Corona Vírus). A realidade é que na Bolsa de Valores, são negociados ativos, mas a psicologia de mercado é que movimenta os preços. O mercado negocia expectativas.
Em 2008, ainda não tínhamos a facilidade de acesso as informações como temos hoje. A internet e a globalização fazem com que as informações cheguem a população com mais agilidade. Sendo assim, a mídia tem papel principal no impacto que uma epidemia ou uma crise financeira gera nas bolsas e no pânico da população. A forma como lemos as notícias no dia a dia tem forte impacto.
O Índice de Volatilidade/Medo está nas alturas. No ano de 2019, triplicou o número de CPF's na bolsa de valores brasileira. Pessoas completamente despreparadas, participando agora de um momento histórico, em uma das maiores quedas da história das bolsas de valores mundiais tiveram seu patrimônio diminuído. A quantidade de ações são as mesmas, apenas desvalorizadas no curto prazo, mas diante do despreparo, causa trauma nos novos investidores.
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Portanto, podemos dizer que a queda foi acentuada não apenas por causa do medo de novos investidores, como também pelo medo de como o corona vírus viria a impactar as economias. A China é um dos países mais organizados do mundo. Segundo a mídia, a doença está controlada por lá. Na Europa, países estão parados. Empresas fechadas, pessoas trancadas em casa. O Brasil registou os primeiros casos nesta semana. Qual impacto teremos no Brasil? Estamos preparados? Eu acho difícil. É por isso que acredito que a bolsa possa cair mais. Tudo vai depender de como a mídia e as pessoas interpretam o vírus e a sua propagação. Quando tivermos a primeira morte de algum brasileiro, o medo irá de instaurar. Faculdades já estão fechando, esportes adiando partidas, shows sendo cancelados. As próximas semanas serão primordiais..
O IBOV já despencou sem termos mortes e propagação forte da doença no Brasil. Imagine quando o medo de fato chegar.. Os EUA já restringiram vôos vindos da Europa. Não se sabe até onde vai. O que se sabe é que, SIM, os ativos estão em liquidação. É hora de ir as compras. Ninguém precisa acertar o fundo. Apenas comprar ações de empresas bem fundamentadas.
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GRÁFICO
No gráfico diário vemos o quão brusca foi a queda. Tivemos 2 dias com Circuit Breaker esta semana, sendo acionado duas vezes em um dia, com queda de 19,80% no mesmo dia no IBOV. No gráfico de 30m podemos ver um PIVOT de alta logo após o termino da queda em 2008. Devemos esperar pelo mesmo PIVOT em 2020, indicando reversão de mercado. Foi possível ver um PIVOT já na 5a(12)/6a(13) feiras desta semana. O mercado já recuou. O desfecho será nas próximas duas semanas, com a propagação do vírus pelo país. Caso o pânico se instaure, renovaremos mínimas no ano. Se o Brasil conseguir lidar bem com a situação (difícil), retomaremos a tendência de alta de longo prazo.
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Conclusão: Enquanto Holders estão com o c* na mão pois estavam comprados, traders e grafistas já vinham dizendo que o mercado iria cair. Ainda, muitos investidores aportaram boa parte do seu caixa na queda dos primeiros 10%. O CoronaVírus foi apenas um gatilho. O mesmo resultou em queda no preço do Petróleo e briga por preço entre países. A verdade é a seguinte.. Países que tinham caixa, estão entrando como sócios de grandes empresas que estão em liquidação. O Vírus começou na China, mas a mesma é a que mais está sendo beneficiada, retomando sua economia e comprando ações a preço de banana. Fica de aprendizado para nós, novatos, que a renda variável VARIA. O mercado só pode fazer duas coisas: Subir, ou cair. Ele vinha subindo a tempos.. Já estava na hora de cair. Na próxima crise, não sei vocês, mas eu estarei preparado e com muito caixa. Triste pelos problemas causados pela crise, mas feliz por estar vivenciando este momento de mercado, levando isso como um baita aprendizado profissional. Falaremos mais nas próximas semanas.
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