Dólar se recupera com alta nos preços de importados dos EUA 

O dólar subia nesta quinta-feira, depois que dados mostraram que os preços de importados dos Estados Unidos aumentaram 0,9% no mês passado, um salto que elevou temores do mercado de que a luta do Federal Reserve para domar a inflação ainda não terminou e pode atrasar os planos de cortar juros.

Outros dados econômicos desta semana ofereceram boas notícias ao banco central dos EUA, mas os formuladores de política monetária não mudaram abertamente suas opiniões sobre o momento dos cortes na taxa básica que muitos investidores acreditam que começarão este ano.

O salto no índice de preços de importados nos EUA em abril representou o maior aumento mensal desde que saltou 2,9% em março de 2022, mostraram os dados. Os preços das importações dos EUA caíram pela última vez em uma base mensal em dezembro.

O mercado também estava digerindo uma queda no número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, o que apontava para a força subjacente do mercado de trabalho dos EUA. Uma economia forte poderia manter os juros mais altos por mais tempo.

"O mercado é, naturalmente, muito sensível a sinais de inflação, venham de onde vierem, e a série de preços de importação que obtivemos hoje foi significativamente mais forte do que o esperado", disse Brain Daingerfield, chefe de estratégia de câmbio do G10 no NatWest Markets em Stamford, Connecticut.

"O Fed quer ver um progresso consistente em mais do que apenas um ponto. O número que recebemos ontem — o índice de preços ao consumidor — não foi tão ruim quanto se temia", disse ele. "Mas não acho que tenha sido suficiente para mudar substancialmente a perspectiva do mercado em relação ao Fed e isso se reflete na forma como o dólar se recuperou hoje."

O dólar se recuperou de uma queda acentuada em relação a todas as principais moedas na quarta-feira, quando os dados mostraram que a inflação ao consumidor dos EUA desacelerou para 0,3% em abril em relação ao mês anterior.

O índice do dólar DXY, que acompanha a moeda norte-americana em relação a seis pares, subia 0,27%, para 104,47, após uma queda de 0,75% na quarta-feira.

A desaceleração dos preços ao consumidor, depois de uma estagnação nos primeiros três meses do ano, levou os mercados a precificar a probabilidade de que o Fed cortará as taxas duas vezes este ano, com a primeira delas ocorrendo já em setembro.