A transição da UPS e da FedEx para vans elétricas foi retardada pela escassez de baterias e baixa oferta

A UPS UPS e a FedEx FDX estão enfrentando incertezas no fornecimento nos EUA de grandes e quadradas vans elétricas de que precisam para substituir seus bebedores de gasolina e reduzir as emissões de escapamento que provocam o aquecimento climático do país.

O caminho para a eletrificação dos gigantes da entrega de encomendas é fundamental para o presidente dos EUA, Joe Biden (link) metas climáticas de transporte. Alcançar esse objetivo, no entanto, é dificultado pela escassez de baterias que está a limitar o fornecimento de veículos elétricos e a manter os preços elevados, e por fabricantes iniciantes de carrinhas elétricas que estão a ficar sem dinheiro e a encerrar.

“A questão é quantos desses(empresas) estará aqui em cinco, 10 anos?", disse Luke Wake, vice-presidente de manutenção e engenharia de frota da UPS, à Reuters.

Num golpe duplo, a UPS e a FedEx também estão a perder acesso aos vouchers da Califórnia que ajudam a custear os preços dos VE que podem ser cerca de duas vezes mais elevados do que os camiões de entrega tradicionais.

A UPS e a FedEx obtiveram algum alívio das restrições ao fornecimento de veículos elétricos quando a Califórnia, o epicentro da eletrificação, suspendeu uma regra que os obrigaria a comprar veículos de entrega elétricos exclusivamente a partir deste ano. Um grupo industrial cujos membros incluem UPS e FedEx entrou com uma ação judicial alegando que a Califórnia precisava primeiro da aprovação dos reguladores dos EUA.

As empresas de entrega e seus fornecedores de vans elétricas enfrentam uma situação de beco sem saída, disse Sam Fiorani, vice-presidente da AutoForecast Solutions.

“Você precisa da demanda para ter oferta e precisa da oferta para ter demanda. Fazer com que os dois trabalhem ao mesmo tempo é o problema”, disse ele.

A UPS testa e compra veículos elétricos há décadas e é um indicador da demanda. Tem mais de 150.000 veículos de entrega em todo o mundo e está entre os principais compradores de vans, substituindo cerca de 7.000 de seus onipresentes caminhões marrons a cada ano somente nos EUA.

UPS e FedEx, que lançaram cada uma cerca de 1.000 caminhões elétricos, estão mantendo suas opções em aberto.

A UPS mantém o seu plano, definido em 2016, de contar com veículos eléctricos e outros veículos movidos a combustíveis alternativos para reduzir as emissões. Esses outros veículos incluem vans de 13.000 degraus que funcionam com gás natural renovável(RNG).

A FedEx disse à Reuters que está procurando oportunidades para incorporar outros caminhões de entrega com baixas emissões em sua frota.

'SUJEITO A DISPONIBILIDADE'

A UPS e a FedEx preferem vans escalonadas – caminhões maiores, geralmente feitos sob medida, com áreas de carga espaçosas.

A implantação de vans EV nos EUA pela UPS, FedEx e outros, como transportadores de pão e roupa de cama, atingiu um pico de 275 em 2021 e caiu para 238 em 2022, de acordo com dados da organização sem fins lucrativos CALSTART. Essas implantações ficaram entre 220 e 250 em 2023, estima o grupo.

Enquanto isso, a rival de entregas Amazon.com AMZN já possui 13.500 vans de carga elétricas menores da Rivian RIVN nos EUA e na Europa - ainda uma pequena fração do mercado mais amplo de vans de carga.

UPS e FedEx dizem que vans elétricas são difíceis de encontrar.

“Há disponibilidade limitada para vans de maior capacidade”, disse a FedEx em comunicado.

Em 2021, a FedEx anunciou sua meta de fazer com que 100% das compras de veículos de coleta e entrega em sua unidade Express de propriedade da empresa fossem elétricas até 2030. Às vezes, ela adiciona as palavras “sujeito a disponibilidade” em declarações sobre essa meta.

A UPS fez uma grande aposta na transição para veículos elétricos em 2020, investindo na Arrival, com sede no Reino Unido, e fazendo um pedido de 10.000 vans elétricas. Mas Arrival ARVLF ficou sem dinheiro (link) antes de vender um único veículo à UPS.

A chegada não está sozinha. O fabricante iniciante de EV Lightning eMotors ZEVY está em concordata, enquanto Workhorse WKHS e Xos XOS emitiram avisos de preocupação contínua.

A UPS, sediada em Atlanta, espera utilizar 40% de combustível alternativo nas suas operações terrestres até 2025, acima dos 29% atuais. Hoje em dia, os camiões RNG podem ser mais ecológicos do que os veículos eléctricos alimentados por electricidade proveniente de carvão e outros combustíveis fósseis, disse Wake.

Os defensores do ambiente não abraçam a análise do RNG da UPS, citando a pequena percentagem de GNR no fornecimento de gás natural e o risco de fugas que libertam metano, um gás com efeito de estufa que retém calor.

CHOQUE DA ETIQUETA

Wake disse que os preços dos EV podem ser “custo proibitivos”, mas se recusou a divulgar quanto a UPS paga.

No sul da Califórnia, a UPS despachou recentemente novas vans com emissão zero fabricadas pelo fornecedor de longa data Freightliner Custom Chassis Corp.(FCCC) - de propriedade da Daimler Truck DTG - e da SEA Electric, que está sendo adquirida pela canadense Exro Technologies EXRO.

O custo de uma van elétrica FCCC MT50e é de pouco mais de US$ 260.000, de acordo com documentos da Administração de Serviços Gerais dos EUA. Isso representa quase o dobro do custo de um modelo tradicional, disseram consultores do setor. A Freightliner se recusou a comentar sobre preços e disse que “estamos prontos para produzir tantos produtos MT50e quanto o mercado e nossos clientes exigirem”.

Durante anos, a Califórnia ofereceu vouchers de compra de US$ 60.000 ou US$ 85.000 a todos os compradores comerciais de vans elétricas – mas mudou os termos para grandes empresas como UPS e FedEx em 2023.

Uma análise da Reuters concluiu que essas empresas devem agora comprar 30 camiões sem incentivos antes de serem elegíveis para metade do valor dos vouchers em compras adicionais. Esses incentivos para grandes empresas terminarão em 1º de janeiro de 2025.

À medida que estados como Oregon e Washington se preparam para oferecer vouchers, a mudança de incentivo na Califórnia pode estar pesando na adoção, já que as maiores frotas representam historicamente uma porcentagem maior de compras de novos caminhões, disse o vice-presidente da CALSTART, Tor Larson. Se a Agência de Proteção Ambiental dos EUA abrir caminho para que a Califórnia restrinja as compras de frotas de grandes empresas de entrega a veículos elétricos e outros veículos com emissões zero, isso poderá dar ao mercado de furgões elétricos um empurrão regulatório de estilo europeu. Isso ocorre porque a regra poderia então ser adotada por outros estados dos EUA.

"Os EUA tentam usar cenouras. A Europa faz um bom trabalho ao usar varas", disse Scott Phillippi, ex-executivo da UPS.