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BNDES tem alta de 32% nos desembolsos no 1º tri; espera aprovação de LCD pelo Congresso

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira que a instituição teve um primeiro trimestre "extraordinário" e apresentou crescimento de dois dígitos em desembolsos, consultas e aprovações ante o mesmo período do ano passado.

Segundo ele, os desembolsos avançaram 32% entre janeiro e março e houve uma alta de 68% em consultas por financiamento e de 92% em aprovações no período na comparação anual.

Em evento no Rio de Janeiro, Mercadante ainda afirmou que a inadimplência no banco foi inferior a 0,01% no primeiro trimestre do ano. Ele acrescentou que os dados oficiais para o período serão apresentados em 9 maio.

”Foi um trimestre extraordinário. Tivemos a melhor consulta desde 2014, a melhor aprovação desde 2015 e o melhor desembolso desde 2016“, afirmou Mercadante a jornalistas.

“É um resultado muito forte e estamos muito otimista em relação ao crédito. Há uma turbulência financeira internacional, os juros lá fora podem subir segundo o mercado, mas vamos buscar e encontrar soluções para manter esse ritmo“, acrescentou.

O programa federal Nova Indústria Brasil, de acordo com Mercadante, tem permitido ao país retomar a sua política industrial.

O BNDES já aprovou dentro do programa mais de 100 bilhões de reais até abril para iniciativas para aumento da produtividade, indústria verde e inovadora e exportações industriais, afirmou.

“O compromisso com essa política era chegar a 250 bilhões em 4 anos. Já cumprimos mais de 100 bilhões em bem menos tempo, e 250 bilhões deve ser pouco“ adicionou.

LCD

Para enfrentar desafios na oferta de crédito, Mercadante aposta na aprovação pelo Congresso do projeto que cria a Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD). Se o projeto for aprovado, mais 10 bilhões de reais poderiam ser injetados na economia, segundo ele.

“Estamos muito otimista com a retomada do crescimento industrial e precisamos que o Congresso aprove a LCD, que já está na LDO. Isso dará mais funding “, afirmou o presidente do banco de fomento.

O diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do banco, Nelson Barbosa, disse também nesta quinta que espera que o projeto de lei da LCD seja aprovado até o fim do ano. Ele argumentou que o texto já foi amplamente debatido com o Ministério da Fazenda e já se mostrou compatível com as metas fiscais do governo.

"A dinâmica do Congresso é deles, estamos em conversa com líderes do governo e deputados. O projeto está com urgência e objeto de negociação. Trabalhamos com ele sendo aprovado esse ano, sendo na Câmara ainda no primeiro semestre, para que o Senado tenha tempo para avaliar no segundo semestre", disse.

Caso a aprovação não aconteça este ano, o banco de fomento terá que buscar novas fontes de financiamento para realizar seus empréstimos e pode ter que ajustar o volume de desembolsos. O banco espera emprestar esse ano de 130 bilhões a 160 bilhões de reais, ante 114,4 bilhões em 2023.

"O mais importante é criar o instrumento... mas se só for aprovado em 2025 faremos um ajuste por que tem outras fontes para além da LCD, como novos aportes que podem vir para o Fundo Clima", disse Barbosa.

"Como prevemos uma retomada do investimento no país é muito importante que se aprove esse novo instrumento que vem com uma taxa competitiva e atenda a demanda dos projetos", finalizou.

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