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Dólar ronda estabilidade antes de dados dos EUA e Ibovespa tem apoio da Petrobras

O dólar tinha pouca alteração frente ao real nesta segunda-feira, conforme investidores aguardavam mais dados econômicos dos Estados Unidos, enquanto, no Ibovespa, a pressão da queda dos papéis da Vale era compensada pela alta nas ações da Petrobras.

Investidores estavam à espera dos dados do índice de inflação PCE, o preferido do Federal Reserve, na sexta-feira. Após números de preços ao consumidor deste mês, os mercados adiaram apostas num primeiro corte de juros pelo Fed para setembro.

O mercado também aguarda números do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA referentes ao primeiro trimestre, a serem divulgados na quinta.

Enquanto isso, no Brasil, a Petrobras PETR3 publicou na noite de sexta-feira um fato relevante em que afirmou que seu conselho de administração "entendeu, por maioria", como satisfatórios os esclarecimentos da diretoria financeira da empresa de que a distribuição de dividendos extraordinários de até 50% do lucro líquido de 2023 não comprometeria a sustentabilidade da empresa.

Investidores digeriam ainda falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que voltou a citar piora nas incertezas nesta segunda-feira, afirmando que isso impede a autarquia de oferecer "guidance", ou uma orientação futura, sobre a política monetária aos mercados.

Já o governo lançou nesta segunda-feira Medida Provisória (MP) que institui um novo programa de crédito com o objetivo de estimular a geração de renda e empregos e promover o crescimento econômico, informou o Ministério da Fazenda.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 12h30 desta segunda-feira:

CÂMBIO

O dólar tinha pouca alteração frente ao real nesta segunda-feira, conforme investidores aguardavam mais dados econômicos dos Estados Unidos, enquanto agentes locais digeriam o noticiário envolvendo a Petrobras.

Investidores estavam à espera dos dados do índice de inflação PCE, o preferido do Federal Reserve, na sexta-feira. Após números de preços ao consumidor deste mês, os mercados adiaram apostas num primeiro corte de juros pelo Fed para setembro.

O mercado também aguarda números do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA referentes ao primeiro trimestre, a serem divulgados na quinta.

Enquanto isso, no Brasil, a Petrobras PETR3 publicou na noite de sexta-feira um fato relevante em que afirmou que seu conselho de administração "entendeu, por maioria", como satisfatórios os esclarecimentos da diretoria financeira da empresa de que a distribuição de dividendos extraordinários de até 50% do lucro líquido de 2023 não comprometeria a sustentabilidade da empresa.

Essa notícia "contraria reportagens de sexta-feira que auxiliaram bastante a queda do real, de que a Petrobras pagaria o valor integral desses dividendos extraordinários", disse Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX.

"Essa mudança de perspectiva a respeito dos dividendos extraordinários da Petrobras de 100% para 50% pode ter um efeito negativo sobre a atração de investimentos externos."

Na sexta-feira, havia circulado na mídia notícias de que tudo caminhava para que a assembleia geral ordinária de acionistas da estatal decidisse pelo pagamento de 100% dos dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2023.

Enquanto isso, investidores seguem de olho nas perspectivas fiscais do Brasil, num momento em que cresceram as apostas em desaceleração do afrouxamento monetário do Banco Central devido aos riscos de deterioração das contas públicas.

Em teoria, um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros.

No entanto, esse impulso poderia não ter efetividade caso fosse motivado por deterioração do risco fiscal, já que esse também é um fator levado em consideração por agentes financeiros na hora de escolher destinos de investimento.

Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1989 reais na venda, em baixa de 0,99%.

. Dólar/Real (BRBY): -0,03%, a 5,1975 reais na venda;

. Euro/Dólar EURUSD: -0,15%, a 1,0641 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas DXY: +0,14%, a 106,250.

IBOVESPA

O Ibovespa rondava a estabilidade nesta segunda-feira, com a pressão da queda dos papéis da Vale sendo compensada pela alta nas ações da Petrobras, em semana também marcada por balanços corporativos trimestrais no Brasil e nos Estados Unidos.

Nos próximos dias, dados econômicos dos Estados Unidos estarão no radar de agentes financeiros, que buscam novas pistas em relação à trajetória da política monetária norte-americana.

Investidores também começam a semana no aguardo de balanços corporativos nos EUA, que incluem as grandes empresas de tecnologia Meta META, Microsoft MSFT e Alphabet GOOG.

"As expectativas estão todas voltadas para elas (big techs)", afirmou Renato Nobile, analista da Buena Vista Capital.

Em Wall Street, os principais índices acionários operavam em alta, ajudados também por um alívio na tensão no Oriente Médio.

Na agenda corporativa doméstica, as atenções esta semana também estarão voltadas para resultados trimestrais, incluindo os de Usiminas USIM3, Assaí ASAI3, Vale VALE3, Cielo CIEL3, entre outros.

Análise gráfica da BB Investimentos aponta para uma tendência de valorização do Ibovespa no período, atribuída, entre outros fatores, ao movimento esperado para as bolsas globais e reflexo da temporada de balanços corporativos.

DESTAQUES

- VALE ON VALE3 recuava, entre as principais contribuições negativas para o Ibovespa. De pano de fundo, queda nos preços futuros do minério de ferro, pressionados pela diminuição das esperanças de mais estímulos na China e por altos estoques nos portos e riscos de uma possível intervenção governamental após alta de preços na semana passada. O contrato mais negociado na bolsa de Dalian (DCE) TIO1! encerrou as negociações diurnas com queda de 0,06%, a 866,5 iuanes (119,63 dólares) a tonelada, após um aumento de mais de 5% na semana passada.

- PETROBRAS PN PETR3 subia, mesmo em dia de baixa dos preços do petróleo no exterior, em meio às expectativas quanto à distribuição de dividendos extras pela estatal. No final da noite de sexta-feira, a companhia informou que seu conselho de administração "entendeu, por maioria" como satisfatórios os esclarecimentos da diretoria financeira da empresa de que a distribuição de dividendos extraordinários de até 50% do lucro líquido de 2023 não comprometeria a sustentabilidade da empresa.

- EMBRAER ON EMBR3 subia após informar na sexta-feira passada que entregou 25 aeronaves no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 67% em relação ao ano anterior, com sua carteira de pedidos firmes atingindo o maior nível em sete anos.

- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB3 e BRADESCO PN BBDC3 caíam.

- CSN ON CSNA3 e CSN MINERAÇÃO ON CMIN3 caíam após ambas as empresas informarem no final da semana passada que o Ministério do Trabalho e Emprego apresentou termo de interdição de alguns equipamentos do terminal de carga granel do Porto de Itaguaí e que "os impactos de tal termo estão em avaliação".

. Ibovespa IBOV: -0,04%, a 125.076,00 pontos;

. Volume financeiro: R$7,03 bi

. Índice dos principais ADRs brasileiros (.BR20): +0,42%, a 18.935,76 pontos.

BOLSAS DOS EUA

Os principais índices de Wall Street subiam nesta segunda-feira, após perdas acentuadas na sessão anterior, uma vez que a diminuição das tensões no Oriente Médio estimulava o apetite por risco enquanto os investidores aguardavam balanços do setor de tecnologia e dados de inflação nos Estados Unidos.

O Nasdaq IXIC e o S&P 500 SPX terminaram em baixa na sexta-feira, com as ações da Netflix NFLX pesando após um balanço trimestral fraco, com ambos os índices sofrendo seis sessões consecutivas de quedas, a mais longa série desde outubro de 2022.

Algumas ações de megacaps subiam no início do pregão, com Meta META, Amazon.com AMZN e Apple AAPL ganhando entre 0,6% e 1,5%. A Nvidia NVDA avançava 2,8%, recuperando-se de uma queda de 10% na última sessão.

"O mercado ficou sobrevendido na sexta-feira por causa do balanço da Netflix, foi principalmente um declínio impulsionado pela tecnologia", disse Jay Hatfield, presidente-executivo e gerente de portfólio da InfraCap.

"Estamos indo para os balanços de megacaps e, portanto, as pessoas estão começando a perceber que a Netflix não é muito indicativa do que vai acontecer com outras ações de megacaps."

Tesla TSLA, Meta, Alphabet e Microsoft MSFT estarão no foco esta semana, já que as empresas se preparam para apresentar seus números trimestrais, cujo desempenho pode testar ainda mais a recuperação das ações dos EUA.

O apetite por risco também era sustentado por sinais de diminuição das tensões no Oriente Médio.

Na pauta desta semana está a leitura do índice de preços PCE de março - o indicador de inflação preferido do Fed - para determinar melhor a trajetória da política monetária.

. Dow Jones DJI: +0,05%, a 38.004,44 pontos;

. Standard & Poor's 500 SPX: +0,13%, a 4.973,56 pontos;

. Nasdaq IXIC: +0,01%, a 15.283,02 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

Em LONDRES, o índice Financial Times UK100 avançou 1,67%, a 8.027,69 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX DAX subiu 0,60%, a 17.843,91 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 PX1 ganhou 0,18%, a 8.037,10 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib FTSEMIB teve desvalorização de 0,68%, a 33.693,03 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 IBC registrou alta de 1,47%, a 10.887,60 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 PPSI20 valorizou-se 3,31%, a 6.503,79 pontos.

JURO

Mês

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JAN/25

(DIJF25)

10,315

10,353

-0,038

JAN/26

(DIJF26)

10,485

10,543

-0,058

JAN/27

(DIJF27)

10,775

10,81

-0,035

JAN/28

(DIJF28)

11,05

11,059

-0,009

JAN/29

(DIJF29)

11,24

11,245

-0,005

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10Y: rendimento em alta a 4,627%, ante 4,615% no pregão anterior;

PETRÓLEO

. Nymex - CL1!: -0,55%, a 82,68 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent BRN1!: -0,95%, a 86,46 dólares por barril.

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