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Ibovespa fecha em queda com pressão de Petrobras e decisões de Fed e Copom no horizonte

O Ibovespa fechou em baixa nesta segunda-feira, pressionado principalmente pela forte queda das ações da Petrobras PETR3, PETR3 em meio ao recuo dos preços do petróleo no exterior e ceticismo de agentes financeiros com planos da estatal envolvendo operações na Namíbia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa IBOV caiu 0,42%, a 126.953,86 pontos, tendo marcado 127.657,17 pontos na máxima e 126.605,66 pontos na mínima da sessão. O volume financeiro somou apenas 17,58 bilhões de reais.

Tendo como pano de fundo um desempenho ainda positivo do Ibovespa no mês (alta de cerca de 2,5% até o momento), agentes financeiros optaram pela cautela antes de eventos relevantes na semana, notadamente as decisões de juros dos bancos centrais nos Estados Unidos e Brasil, que serão conhecidas na quarta-feira.

Mesmo que não se espere mudanças nas taxas em ambos os casos, agentes financeiros buscarão nos comunicados divulgados ao término dos encontros pistas sobre os próximos passos do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.

No caso dos EUA, as previsões são de que a taxa de juros de referência permaneça no intervalo entre 5,25% e 5,5%, mas estrategistas da XP destacaram que "o Fed deve abrir a porta para cortes nas taxas de juros logo após dados de inflação mais benignos".

Em relação ao Brasil, "a expectativa unânime é de que a taxa Selic permaneça em 10,50%, embora se espere uma comunicação mais dura, dada a piora das principais condições para a inflação prospectiva", pontuou a equipe da XP no relatório "Morning Call" publicado nesta segunda-feira.

A temporada de resultados de empresas da bolsa paulista também ganha fôlego nos próximos dias, incluindo os números de Ambev (ABVE3.SA), WEG WEGE3, Telefônica Brasil VIVT3, TIM Brasil TIMS3, CCR CCRO3, Gerdau GGBR3, Cielo CIEL3, Eztec EZTC3, entre outras, nesta semana.

Investidores também continuam monitorando o cenário fiscal brasileiro. De acordo com relatório do Santander Brasil, "um sentimento predominante de incerteza e apreensão permeia o ambiente de mercado atual, com preocupações persistentes sobre a capacidade do governo brasileiro de cumprir suas metas fiscais".

DESTAQUES

- PETROBRAS PN PETR3 recuou 2,02%, com agentes financeiros ainda repercutindo entrevista da Reuters com a diretora de Exploração e Produção da estatal, Sylvia dos Anjos, publicada perto do fechamento da sexta-feira, informando que a companhia fez uma oferta não vinculante para comprar a operação e uma fatia do bloco exploratório de petróleo e gás de Mopane, na Namíbia. PETROBRAS ON PETR3 perdeu 2,52%. No exterior, o barril de petróleo Brent BRN1! fechou em baixa de 1,66%, a 79,78 dólares.

- USIMINAS PNA USIM3 caiu 4,42%, ampliando as perdas da última sessão, quando despencou 23,55% após o resultado trimestral e sinalizações sobre o desempenho à frente que desencadearam preocupações de investidores sobre pressão de custos. O Citi cortou o preço-alvo das ações de 8,75 para 7 reais e manteve a recomendação "neutra" para os papéis. Ainda assim os analistas afirmaram esperar melhora no resultado do segundo semestre com base em preços mais elevados de aço.

- MAGAZINE LUIZA ON MGLU3 perdeu 5,8%, em dia mais negativo para ações sensíveis a juros dado o avanço nas taxas dos contratos de DI na B3. O índice do setor de consumo B3SA3 cedeu 0,57%, enquanto o índice do setor imobiliário B3SA3 terminou com um declínio de 0,8%. Uma das exceções entre as ações sensíveis a juros foi LOJAS RENNER ON LREN3, que subiu 1,35%.

- GPA ON PCAR3 recuou 4,2%, ampliando a correção negativa desde meados do mês em dia negativo no setor, enquanto também permanecem dúvidas sobre o destino da fatia do francês Casino CO na rede de varejo alimentar brasileira. No setor, CARREFOUR BRASIL ON CRFB3 perdeu 2,4% e ASSAÍ ON ASAI3 fechou negociada em baixa de 2,95%.

- KLABIN UNIT KLBN11M valorizou-se 3,21%, tendo no radar a divulgação do balanço do segundo trimestre na terça-feira, antes da abertura do mercado. Em relatório, analistas da Genial Investimentos elevaram a recomendação dos papéis para "compra", com manutenção do preço-alvo em 27 reais, citando entre os argumentos expectativa de bons resultados, tanto para o trimestre quanto para o segundo semestre do ano. No setor, SUZANO ON SUZB3 avançou 1,91%.

- 3R PETROLEUM ON RRRP3 subiu 2,8%, experimentando um alívio após quatro quedas seguidas, período em que acumulou declínio de 5,59%, enquanto agentes financeiros aguardam o balanço previsto para a terça-feira. A companhia finaliza nesta semana a incorporação da Enauta, com a B3 já tendo enviado comunicado sobre ajustes nos índices de ações a partir de quinta-feira em razão do evento. No setor, PRIO ON PRIO3 cedeu 0,67% e PETRORECONCAVO ON RECV3 caiu 2,57%,

- JBS ON JBSS3 ganhou 1,7%, mantendo a tendência positiva dos últimos pregões, em meio a expectativas otimistas para os resultados da maior processadora de carnes do mundo no segundo trimestre. Analistas do Goldman Sachs reforçaram o coro em relatório nesta segunda-feira, reforçando a recomendação de "compra" e destacando que a diversificação da companhia apoia o "forte 'momentum'" nos números da empresa. Na sexta-feira, as ações dispararam 6,7% após "upgrade" do Bank of America.

- VALE ON VALE3 encerrou com acréscimo de apenas 0,18%, em dia de desempenho misto dos futuros do minério de ferro, com o contrato mais negociado em Dalian, na China, encerrando praticamente estável, mas o vencimento de referência em Cingapura recuando.

- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB3 terminou com elevação de 0,73%, enquanto BRADESCO PN BBDC3 subiu 0,4%.

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