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Dólar reduz perdas e Ibovespa cai após dados dos EUA

O dólar reduziu suas perdas frente ao real e o Ibovespa caía nesta quinta-feira, após dados econômicos norte-americanos reforçarem o clima de incerteza em relação aos próximos passos do Federal Reserve.

Uma leitura de Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) publicada nesta manhã mostrou que a atividade empresarial dos Estados Unidos acelerou para o nível mais alto em pouco mais de dois anos em maio, enquanto o setor industrial relatou um aumento nos preços de uma série de insumos.

Isso sugere que a inflação de bens pode aumentar nos próximos meses, o que provavelmente elevará a relutância do Fed em reduzir sua taxa de juros.

Dados separados mostraram que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caíram para 215.000 na semana até 18 de maio, ante previsão de 220.000.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 11h50 desta quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar reduziu suas perdas frente ao real nesta quinta-feira, ganhando algum fôlego após dados econômicos dos Estados Unidos reforçarem o clima de incerteza em relação aos próximos passos do Federal Reserve.

Uma leitura de Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) publicada nesta manhã mostrou que a atividade empresarial dos Estados Unidos acelerou para o nível mais alto em pouco mais de dois anos em maio, enquanto o setor industrial relatou um aumento nos preços de uma série de insumos.

Isso sugere que a inflação de bens pode aumentar nos próximos meses, o que provavelmente elevaria a relutância do Federal Reserve em reduzir sua taxa de juros.

Mais cedo, a moeda norte-americana apresentou perdas moderadas frente ao real, o que Denilson Alencastro, estrategista-chefe da Geral Asset, atribuiu a "uma questão de realização, de ajuste", após ganho expressivo da divisa norte-americana na véspera.

Na quarta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1558 reais na venda, em alta de 0,77%, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, após a ata da última reunião do Fed reduzir as apostas de cortes de juros nos Estados Unidos.

No documento, os membros do Fed repetiram mensagens divulgadas anteriormente, como a avaliação de que levará mais tempo que o esperado para haver confiança de que a inflação dos EUA está se movimentando para sua meta de 2%. Além disso, a ata informou que vários participantes mencionaram a disposição de apertar a política monetária caso a inflação piore.

Em reação, os rendimentos dos Treasuries ganharam força no exterior, com o aumento das apostas de que o Fed cortará juros apenas uma vez este ano, e não duas vezes.

Os operadores preveem agora que o banco central dos EUA reduzirá os juros em quase 40 pontos-base até o final do ano.

"A leitura da ata foi de um tom mais duro... esse tom duro gera uma pressão do dólar", afirmou Alencastro.

. Dólar/Real (BRBY): -0,16%, a 5,1474 reais na venda.;

. Euro/Dólar EURUSD: +0,06%, a 1,0828 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas DXY: +0,01%, a 104,910.

IBOVESPA

O Ibovespa recuava pela quinta sessão consecutiva nesta quinta-feira, com dados dos Estados Unidos corroborando o cenário de juros elevados por mais tempo na maior economia do mundo, enquanto Petrobras era um contrapeso positivo, ajudada pela alta do preço do petróleo.

"Depois de quase três semanas travado entre 130.000 e 127.100 pontos, o Ibovespa perdeu a região de 127.100 pontos e apontou para a região de suporte em 123.300 pontos", destacaram analistas do Itaú BBA no relatório Diário do Grafista enviado a clientes nesta quinta-feira.

"Essa região é importante não apenas pela ótica de curto prazo, como também é por onde passa a média móvel de 200 períodos. Isso significa que se for perdida, as chances de quedas mais acentuadas aumentarão."

Nos EUA, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 215.000 na semana até 18 de maio, ante previsão de 220.000, enquanto a atividade empresarial acelerou em maio ao nível mais alto desde abril de 2022, com fabricantes relatando alta nos preços de uma série de insumos.

Em Wall Street, o S&P 500 SPX subia, ajudado pelo otimismo com Nvidia NVDA, após previsões de receita e anúncio de desdobramento de ações, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava avançava.

DESTAQUES

- VALE ON VALE3 recuava, acompanhando a queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) TIO1! encerrou as negociações da manhã com queda de 1,09%, a 906,5 iuanes (125,13 dólares) a tonelada. No setor CSN MINERAÇÃO ON CMIN3 era negociada em baixa.

- PETROBRAS PN PETR3 subia, ajudada pela alta do petróleo no exterior, enquanto a sucessão no comando da estatal permanece no radar. O conselho de administração da petrolífera se reúne na sexta-feira para analisar a nomeação de Magda Chambriard como CEO da companhia. O Comitê de Pessoas do conselho concluiu na véspera que ela preenche os requisitos necessários e que está apta para ser apreciada pelo colegiado.

- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB3 e BRADESCO PN BBDC3 tinham variação negativa.

- YDUQS ON YDUQ3 recuava, reflexo de ajustes após desempenho mais robusto nos últimos pregões com a recepção positiva no mercado às previsões da companhia para o período de 2024 a 2029. Analistas do JPMorgan reiteraram recomendação "overweight" para as ações do grupo de educação, mas cortaram o preço-alvo de 27 para 24 reais.

- ALPARGATAS PN ALPA3 valorizava-se, tendo de pano de fundo relatório de analistas do Safra elevando a recomendação das ações para "neutra", bem como o preço-alvo de 8,9 para 11,3 reais, avaliando que a empresa conseguiu cumprir parcialmente o seu plano de recuperação e apresentou números mais saudáveis em comparação com as suas estimativas anteriores.

- ONCOCLÍNICAS ON ONCO3, que não faz parte do Ibovespa, disparava após aprovar aumento do capital social da companhia de 1,5 bilhão de reais por meio de subscrição privada de ações ao preço de 13 reais cada.

- XP ON XP, que é negociada em Nova York, avançava após anunciar programa de recompra de ações ordinárias Classe A de até o equivalente a 1 bilhão de reais, com prazo até o final do ano, atrelado às condições de mercado. Até a véspera, as ações acumulavam em 2024 uma perda de 31%.

. Ibovespa IBOV: -0,75%, a 124.706,19 pontos;

. Volume financeiro: R$6,30 bi

. Índice dos principais ADRs brasileiros (.BR20): -0,44%, a 18.399,73 pontos.

BOLSAS DOS EUA

O Nasdaq e o S&P 500 abriram em máximas recordes nesta quinta-feira com o avanço das ações de chips após a previsão positiva de receita da Nvidia, mas as preocupações persistentes com a inflação dos Estados Unidos limitavam os ganhos.

As ações da líder em chips de IA NVDA abriram acima da marca de 1.000 dólares pela primeira vez e eram negociadas em alta de 8,7%, a caminho de ampliar em cerca de 220 bilhões de dólares em valor de mercado se os ganhos se mantiverem.

A empresa também anunciou um desdobramento de ações após aumento de mais de 90% em suas ações este ano e um salto de três vezes em 2023, o que fez da Nvidia a terceira ação mais valiosa dos EUA.

Outras ações ligadas a chips e IA subiam, com a Advanced Micro Devices AMD, a Micron Technology MU e a Super Micro Computer SMCI ganhando entre 2,8% e 10%.

Mas o S&P 500 reduziu seus ganhos depois que dados mostraram que as pressões dos preços nos EUA aumentaram em maio, mesmo com a aceleração da atividade empresarial, enquanto os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 215.000 em dado com ajuste sazonal na semana encerrada em 18 de maio, em comparação com as expectativas de 220.000.

A ata da última reunião de política do Federal Reserve, divulgada na quarta-feira, mostrou que as autoridades ainda acreditavam que as pressões dos preços diminuiriam nos próximos meses, mas continuavam em dúvida se o nível atual da taxa de juros era alto o suficiente para garantir esse resultado.

. Dow Jones DJI: -0,62%, a 39.425,67 pontos;

. Standard & Poor's 500 SPX: 0,13%, a 5.313,98 pontos;

. Nasdaq IXIC: +0,63%, a 16.906,89 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 SXXP tinha alta de 0,07%, a 521,53 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times CURRENCYCOM:UK100 recuava 0,28%, a 8.346,57 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX DAX subia 0,01%, a 18.682,95 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 PX1 ganhava 0,15%, a 8.104,46 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib FTSEMIB tinha valorização de 0,15%, a 34.511,61 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 IBC registrava baixa de 0,26%, a 11.299,30 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 PPSI20 desvalorizava-se 0,11%, a 6.942,79 pontos.

JURO

Mês

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JAN/25

(DIJF25)

10,385

10,399

-0,014

JAN/26

(DIJF26)

10,78

10,78

0

JAN/27

(DIJF27)

11,14

11,149

-0,009

JAN/28

(DIJF28)

11,425

11,446

-0,021

JAN/29

(DIJF29)

11,605

11,638

-0,033

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10Y: rendimento em alta a 4,4866%, ante 4,434% no pregão anterior;

PETRÓLEO

. Nymex - CL1!: 0,37%, a 77,86 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent BRN1!: 0,44%, a 82,26 dólares por barril.

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