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StoneX reduz em 13% previsão de safra de soja do RS, cenário para trigo piora

A previsão da safra de soja 2023/24 do Rio Grande do Sul foi reduzida nesta sexta-feira em 13%, ou 3 milhões de toneladas, para um total de 20 milhões de toneladas, após um levantamento inicial dos impactos das enchentes nas lavouras, disse a consultoria StoneX.

"Com isso, a safra gaúcha estimada passou de 23,05 para 20,05 milhões de toneladas", afirmou em relatório.

A estimativa da safra brasileira de soja passaria de 150,8 milhões de toneladas para 147,8 milhões de toneladas, na esteira da redução no Rio Grande do Sul.

A consultoria destacou que ainda é impossível mensurar o impacto de toda a umidade na qualidade dos grãos, bem como os reflexos em armazéns e na logística interna e de exportação do Estado.

"Ademais, novas revisões não estão descartadas até o final de maio, pois ainda estão previstas chuvas para diversas regiões", ressaltou.

O Rio Grande do Sul tinha inicialmente a expectativa de colher uma safra recorde, passando a figurar como o segundo Estado produtor de soja do Brasil em 2023/24, após o Mato Grosso.

Essa posição no ranking poderia ser alterada dependendo do clima e dos novos levantamentos de perdas.

"O clima para os próximos dias continua sendo monitorado, com previsões de chuvas significativas para parte do Rio Grande do Sul. Entre hoje e a próxima segunda-feira, estão previstas chuvas volumosas, o que levaria o acumulado de precipitações nos próximos sete dias a ultrapassar 100 mm em algumas localidades, agravando a situação atual."

A StoneX lembrou que o Estado havia colhido a maior parte da soja, mas ainda tinha cerca de 30% da safra por colher, antes do evento climático.

Em relação à safra de milho, como a colheita está praticamente finalizada, os impactos na produção tendem a ser reduzidos nesse momento, acrescentou a consultoria.

"No entanto, os riscos relacionados a grãos em estruturas de armazenamento não podem ser desconsiderados e serão avaliados adiante, assim como os reflexos da situação no consumo do Estado."

TRIGO E ARROZ

Segundo a StoneX, os impactos na atividade agrícola tendem a repercutir em outras áreas, como na criação animal, com o encarecimento, por exemplo, das rações, e também na disponibilidade e preço de alimentos.

A empresa de análises disse que já existe a "limitação" de venda de arroz em várias partes do país, uma vez que o Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional do produto. Para evitar altas nos preços, o governo já anunciou que poderá importar até 1 milhão de toneladas .

O setor produtivo de arroz, por outro lado, garante que tem oferta suficiente, apesar das perdas no Rio Grande do Sul, pois boa parte da safra estava colhida.

Também nesta sexta-feira a StoneX atualizou sua previsão para a nova safra de trigo do Brasil, cujo plantio já começou em alguns Estados, mas não ainda no Rio Grande do Sul, que semeia o cereal mais tarde.

Segundo a consultoria, estimativa para a produção de trigo 2024/25 do Brasil caiu 6,8%, passando para 8,59 milhões de toneladas.

Essa redução está baseada principalmente em um corte na previsão de área plantada gaúcha, em cerca de 200 mil hectares.

"As perdas poderiam se ampliar por duas frentes: a logística e a capacidade financeira dos agricultores", explicou.

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