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Dólar sobe após dado dos EUA; Ibovespa cai com bateria de balanços

O dólar passou a subir frente ao real nesta sexta-feira, com investidores reagindo a dados de confiança do consumidor dos Estados Unidos e falas de dirigentes do Federal Reserve.

Dados de mais cedo mostraram que a confiança do consumidor dos EUA caiu para o nível mais baixo em seis meses em maio, em meio à crescente ansiedade em relação à inflação, ao desemprego e às taxas de juros, segundo uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira.

Enquanto isso, a presidente do Federal Reserve de Dallas, Lorie Logan, disse nesta sexta-feira que há "incertezas" sobre se a política monetária está suficientemente restritiva para reduzir a inflação para a meta de 2% do banco central dos Estados Unidos, e que é "muito cedo" para cortar as taxas de juros.

Já o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse que o momento e a extensão da flexibilização da política monetária seguem incertos e que novas quedas na inflação podem vir apenas lentamente.

Enquanto isso, o Ibovespa reduzia o fôlego nesta sexta-feira, em meio a uma nova bateria de resultados corporativos, com LWSA e Magazine Luiza na ponta negativa, enquanto Alpargatas e Allos figuravam entre as maiores altas após os respectivos balanços.

Investidores também analisavam o IPCA de abril, que subiu 0,38%, depois de uma alta de 0,16% em março, ficando um pouco acima das previsões de economistas (0,35%). Nos 12 meses até abril, avançou 3,69%, de 3,93% em março.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 13h15 desta sexta-feira:

CÂMBIO

O dólar passou a subir frente ao real nesta sexta-feira, com investidores reagindo a dados de confiança do consumidor dos Estados Unidos e falas de dirigentes do Federal Reserve, enquanto os mercados continuavam de olho na política monetária do Federal Reserve e nas divisões dentro da diretoria do Banco Central do Brasil.

Dados de mais cedo mostraram que a confiança do consumidor dos EUA caiu para o nível mais baixo em seis meses em maio, em meio à crescente ansiedade em relação à inflação, ao desemprego e às taxas de juros, segundo uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira.

Enquanto isso, a presidente do Federal Reserve de Dallas, Lorie Logan, disse nesta sexta-feira que há "incertezas" sobre se a política monetária está suficientemente restritiva para reduzir a inflação para a meta de 2% do banco central dos Estados Unidos, e que é "muito cedo" para cortar as taxas de juros.

Já o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse que o momento e a extensão da flexibilização da política monetária seguem incertos e que novas quedas na inflação podem vir apenas lentamente.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1432 reais na venda, em alta de 1,02%, devido ao receio de que o Banco Central possa se tornar mais brando no combate à inflação a partir de 2025, quando os dirigentes indicados pelo governo Lula se tornarão maioria na instituição.

O que alimentou esses temores foi divisão de votos na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de quarta-feira, quando o colegiado decidiu por 5 votos a 4 cortar a taxa básica Selic em 25 pontos-base, para 10,50% ao ano.

Todos os cinco dirigentes que votaram por corte de 25 pontos-base foram indicados pelo governo anterior, enquanto os quatro diretores que defenderam corte de 50 pontos-base foram indicados pela administração Lula.

Na semana passada, o Fed deixou sua taxa de juros de referência inalterada na faixa atual de 5,25% a 5,50%, onde se encontra desde julho. Operadores, que no final do ano passado chegaram a prever que o início da redução dos juros nos EUA poderia começar tão cedo quanto março, adiaram consecutivamente suas projeções, que agora apontam setembro como o momento provável do primeiro corte. (FEDWATCH)

No geral, quanto mais o Federal Reserve cortar os juros e quanto menos o BC afrouxar a política monetária local, melhor para o real. Isso porque quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica a moeda doméstica para uso em estratégias de "carry trade", em que investidores tomam empréstimo em país de taxas baixas e aplicam esse dinheiro em mercado mais rentável.

. Dólar/Real (BRBY): +0,23%, a 5,1550 reais na venda;

. Euro/Dólar EURUSD: -0,08%, a 1,0772 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas DXY: +0,07%, a 105,290.

IBOVESPA

O Ibovespa reduzia o fôlego nesta sexta-feira, em meio a uma nova bateria de resultados corporativos, com LWSA e Magazine Luiza na ponta negativa, enquanto Alpargatas e Allos figuravam entre as maiores altas após os respectivos balanços.

O volume financeiro somava 7,3 bilhões de reais.

Na visão de analistas do Itaú BBA, por enquanto, nada muda e o mercado segue travado sem perder o suporte ou superar a resistência.

"Para o Ibovespa será importante voltar a subir e seguir em direção às resistências em 130.000 pontos e o patamar de 131.700 pontos para criar condições de um primeiro rali de bolsa em 2024", afirmaram no relatório Diário do Grafista.

"Do lado da baixa, se perder os 127.100 pontos, o Ibovespa deixará sinal de topo e poderá buscar novamente a mínima recente deixada em 123.300 pontos."

Investidores também analisavam o IPCA de abril, que subiu 0,38%, depois de uma alta de 0,16% em março, ficando um pouco acima das previsões de economistas (0,35%). Nos 12 meses até abril, avançou 3,69%, de 3,93% em março.

Economistas do Bradesco destacaram que a surpresa altista ficou concentrada em itens voláteis, enquanto os núcleos apresentaram um comportamento mais benigno na margem, acrescentando que o dado não muda a previsão deles para o ano.

"No curto prazo, atenção para os possíveis impactos inflacionários da tragédia no Rio Grande do Sul", ponderaram em nota enviada a clientes.

DESTAQUES

- LWSA ON LWSA3 recuava mesmo após balanço do primeiro trimestre do ano, com lucro líquido de 24,5 milhões de reais, bem acima dos 6,5 milhões de reais um ano antes. A receita operacional cresceu 6,3%.

- MAGAZINE LUIZA ON MGLU3 caía, mesmo após lucro líquido de 27,9 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo um prejuízo de 391,2 milhões de reais um ano antes, em resultado com menores despesas financeiras e a sua maior margem Ebitda em quatro anos. A vendas online de bens de estoque próprio caíram 2%, o terceiro trimestre seguido de queda.

- PETZ ON PETZ3 cedia, com o resultado do primeiro trimestre mostrando queda de 64,1% no lucro líquido, para 6,9 milhões de reais, em meio a um movimento de expansão de lojas e apesar de crescimento de receita. Investidores continuam atentos às negociações da empresa voltadas para uma potencial fusão com a rival Cobasi.

- SUZANO ON SUZB3 caía após balanço do primeiro trimestre, com queda de 96% no lucro líquido. Tendo como pano de fundo notícia da Reuters nessa semana de que a Suzano contatou a International Paper IP para uma possível oferta de aquisição, o CEO Walter Schalka disse que a empresa manterá sua disciplina de capital sem comentar a notícia especificamente.

- ALPARGATAS PN ALPA3 disparava após o balanço do primeiro trimestre mostrar lucro líquido consolidado de 24,7 milhões de reais, revertendo prejuízo de quase 200 milhões de reais um ano antes, em resultado marcado por crescimento de receita operacional líquida e queda no custo dos produtos vendidos, com aumento da margem bruta.

- ALLOS ON AALOS3 avançava, tendo no radar plano de desinvestimento da operadora de shopping centers que pode gerar até 1 bilhão de reais em recursos, anunciado em paralelo à divulgação de lucro líquido de 91,1 milhões de reais no primeiro trimestre. Em razão do novo plano, a empresa disse que revisou sua projeção para alavancagem.

- RUMO ON RAIL3 subia após a transportadora logística reportar lucro líquido de 368 milhões de reais no primeiro trimestre, um salto de 418% em relação ao lucro de 71 milhões apurado no mesmo período do ano anterior, impulsionado pelos maiores volumes e margens em todas as operações.

- ITAU UNIBANCO PN ITUB3 tinha alta, recuperando-se após queda mais forte na véspera. BRADESCO PN BBDC3, por sua vez, registrava variação negativa.

- PETROBRAS PN PETR3 cedia, revertendo o tom mais positivo dos primeiros negócios, em meio a variações modestas dos preços do petróleo no exterior.

- VALE ON VALE3 tinha baixa, conforme o contrato futuro mais negociado de minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) TIO1!, na China, chegou a cair até 1,6% no início da sessão, para 857 iuanes (118,62 dólares) a tonelada, o menor valor desde 24 de abril. No entanto, se recuperou e fechou com alta de 0,3%, a 873,5 iuanes.

. Ibovespa IBOV: -0,51%, a 127.535,65 pontos;

. Volume financeiro: R$11 bi

. Índice dos principais ADRs brasileiros (.BR20): -0,72%, a 18.979,81 pontos.

BOLSAS DOS EUA

As ações dos Estados Unidos subiam nesta sexta-feira, com os investidores aguardando comentários de autoridades do Federal Reserve para obter mais clareza sobre a trajetória da política monetária dos EUA depois que os dados econômicos desta semana apoiaram as apostas de cortes na taxa de juros.

Os índices de Wall Street estão se aproximando de máximas recordes após vendas generalizadas no mês passado, já que uma série de dados econômicos apontou para um esfriamento do mercado de trabalho dos EUA, aumentando as expectativas de que o Fed cortará os custos dos empréstimos mais de uma vez este ano.

Uma temporada de balanços muito melhor do que a esperada também ajudou a colocar o índice de referência S&P 500 SPX e o Nasdaq Composite IXIC no caminho de sua terceira semana consecutiva de ganhos.

O Dow Jones DJI subiu pela oitava sessão consecutiva, sua mais longa série de ganhos diários desde dezembro, e avança para uma quarta semana de ganhos.

O índice de blue-chips também estava se aproximando do patamar de 40.000 pontos pela primeira vez.

"Este é o ponto clássico em que más notícias são boas notícias, porque os dados de emprego das duas últimas semanas foram o que o Fed finalmente estava buscando", disse Hugh Anderson, diretor administrativo da HighTower Advisors.

"É claro que isso não é bom para quem está procurando emprego, mas cria um ambiente otimista para o mercado, porque agora eles estão buscando cortes nas taxas de juros."

Atualmente, operadores estão prevendo cortes de 45 pontos-base nos juros até o final de 2024, de acordo com a ferramenta de probabilidades do LSEG, com o primeiro de 25 pontos-base previsto para setembro.

Embora a maioria das autoridades do Fed tenha reiterado que o próximo movimento será um corte nos juros, ainda há dúvidas sobre quando a flexibilização começará.

Há uma incerteza "considerável" sobre a direção que a inflação dos EUA tomará nos próximos meses, disse a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, na quinta-feira.

Os discursos de uma série de autoridades do Fed - o presidente de Minneapolis, Neel Kashkari; a presidente de Dallas, Lorie Logan; e o vice-chair de supervisão, Michael Barr - poderão oferecer mais pistas sobre a trajetória dos juros.

. Dow Jones DJI: +0,2%, a 39.466,96 pontos;

. Standard & Poor's 500 SPX: 0,03%, a 5.215,54 pontos;

. Nasdaq IXIC: -0,18%, a 16.317,24 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 SXXP fechou em alta de 0,77%, a 520,76 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times UK100 avançou 0,63%, a 8.433,76 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX DAX subiu 0,38%, a 18.756,86 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 PX1 ganhou 0,38%, a 8.219,14 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib FTSEMIB teve valorização de 0,93%, a 34.657,35 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 IBC registrou alta de 0,50%, a 11.105,50 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 PPSI20 valorizou-se 1,15%, a 6.911,82 pontos.

JURO

Mês

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JAN/25

(DIJF25)

10,3

10,268

0,032

JAN/26

(DIJF26)

10,555

10,493

0,062

JAN/27

(DIJF27)

10,95

10,879

0,071

JAN/28

(DIJF28)

11,265

11,2

0,065

JAN/29

(DIJF29)

11,49

11,428

0,062

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10Y: rendimento em alta a 4,5023%, ante 4,449% no pregão anterior;

PETRÓLEO

. Nymex - CL1!: -0,72%, a 78,69 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent BRN1!: -0,73%, a 83,27 dólares por barril.

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