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Queda de ações mundiais continua por temores com bancos

Os mercados acionários globais despencavam nesta sexta-feira, quando investidores vendiam ações de bancos por preocupações crescentes sobre a saúde do sistema financeiro, enquanto a fuga de risco sustentava o dólar e pressionava os rendimentos dos títulos para baixo.

O sentimento do mercado foi afetado por uma liquidação nas ações do Deutsche Bank DBK, que caíam 10,6%, já que seus credit default swaps (DB5YEUAM=MG), que refletem o custo de seguro da dívida contra o risco de inadimplência, atingiram o maior nível em mais de quatro anos.

O Deutsche Bank havia anunciado planos na sexta-feira para resgatar 1,5 bilhão de dólares em dívidas de nível 2 que não deveriam ser pagas até 2028.

Os movimentos destacam o quanto o humor do mercado permanece frágil depois que as turbulências nos setores bancários dos Estados Unidos e Europa nas últimas duas semanas reviveram as memórias da crise financeira global de 2008.

A demanda mais forte por ativos considerados seguros e as apostas de que o Federal Reserve interromperá em breve seu ciclo de política monetária mais restritiva, devido à turbulência no setor bancário, pressionaram o rendimento do Treasury de dois anos (US2YT=RR), que acompanha as expectativas de taxa de juros.

Operadores também precificaram cortes nos juros dos EUA de cerca de 0,90 ponto percentual, para cerca de 3,9% até o final do ano. (FEDWATCH) .

Em moedas, o dólar reverteu uma sequência de perdas e apreciava frente aos principais pares DXY já que a aversão ao risco fortaleceu o apetite pela moeda norte-americana.

Às 13:50 (de Brasília), o índice S&P 500 SPX perdia 0,22%, a 3.939,95 pontos, enquanto o Dow Jones DJI subia 0,09%, a 32.134,83 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite IXIC recuava 0,56%, a 11.721,57 pontos.

O índice pan-europeu STOXX 600 SXXP caiu 1,42%, a 439,89 pontos.

No mercado de câmbio, o índice do dólar DXY --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,51%, a 103,120.

O euro EURUSD tinha queda de 0,66%, a 1,0759 dólar, que ao mesmo tempo avançava 0,03%, a 130,85 ienes USDJPY.

A libra GBPUSD devolvia 0,51%, a 1,2222 dólar, que por sua vez ganhava 0,17%, a 0,9180 franco suíço USDCHF.

O dólar australiano AUDUSD, muitas vezes tido como uma "proxy" de demanda por risco, desvalorizava-se 0,61%, a 0,6642 dólar norte-americano.

Na renda fixa, o rendimento do Treasury de dez anos US10Y --referência global para decisões de investimento-- caía 3,00 pontos-base, a 3,3743%.

A taxa do título de cinco anos (US5YT=RR) recuava 2,10 pontos-base, a 3,3956%.

O yield do Treasury de dois anos (US2YT=RR) --que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha queda de 4,10 pontos-base, a 3,7646%.

O retorno do papel de 30 anos (US30YT=RR) mostrava decréscimo de 2,10 pontos-base, a 3,6611%.

A diferença entre os rendimentos dos Treasuries de dez e dois anos (US2US10=RR) --vista como um indicador de expectativas econômicas-- subia 2,27 pontos-base, a -39,21 pontos-base.

O spread entre as taxas dos títulos de 30 e cinco anos (US5US30=RR) aumentava 1,34 ponto-base, a 25,95 pontos-base.

Já entre as commodities, o petróleo Brent BRN1! recuava 1,31 dólar, ou 1,73%, a 74,60 dólares por barril, às 13:50 (de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos (WTI) CL1! caía 1,18 dólar, ou 1,69%, a 68,78 dólares por barril.

O ouro à vista GOLD perdia 0,44%, a 1.984,79 dólares a onça troy.

No universo das criptomoedas, o bitcoin BTCUSD tinha queda de 1,40%, a 27.947,00 dólares. O ether ETHUSD recuava 2,75%, a 1.767,20 dólares.

(Por Naomi Rovnick e Stella Qiu)

((Tradução Redação Brasília))

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