ReutersReuters

Ativos brasileiros sobem após suspensão do teto da dívida e dados de trabalho nos EUA

O Ibovespa avançava e o dólar caía nesta sexta-feira, acompanhando o viés positivo de praças acionárias e preços de commodities como petróleo e minério de ferro no exterior, com o noticiário do dia destacando dados do mercado de trabalho e a suspensão do teto da dívida nos Estados Unidos.

O Senado dos EUA aprovou na quinta-feira a legislação bipartidária defendida pelo presidente Joe Biden que eleva o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo, evitando o que teria sido o primeiro calote da história, com consequências possivelmente catastróficas a nível global. Na esteira da aprovação, investidores compravam ativos mais arriscados, como ações e moedas de mercados emergentes.

Enquanto isso, a criação de vagas de emprego nos Estados Unidos superou as expectativas em maio, sinalizando resiliência da economia e do mercado de trabalho. Por outro lado, parte dos investidores argumentava que uma moderação nos salários e um aumento na taxa de desemprego podem permitir que o Federal Reserve pule um aumento da taxa de juros neste mês pela primeira vez desde que iniciou sua agressiva campanha de política monetária, mais de um ano atrás.

No Brasil, os ativos também têm se beneficiado de sinais de força econômica, queda da inflação e avanço da nova regra fiscal no Congresso Nacional.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 11h50 desta quinta-feira.

CÂMBIO

O dólar caía frente ao real nesta sexta-feira, com investidores reagindo positivamente à aprovação do acordo para suspender o teto da dívida dos Estados Unidos, enquanto digeriam um relatório de emprego do governo norte-americano com sinais mistos.

Segundo Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, os mercados estão "comemorando" a notícia de que o Senado dos EUA aprovou na quinta-feira a legislação bipartidária defendida pelo presidente Joe Biden que eleva o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo, evitando o que teria sido o primeiro calote da história, com consequências possivelmente catastróficas a nível global.

Enquanto isso, a criação de vagas de emprego nos Estados Unidos superou as expectativas em maio, sinalizando resiliência da economia e do mercado de trabalho. Por outro lado, parte dos investidores argumentava que uma moderação nos salários e um aumento na taxa de desemprego podem permitir que o Federal Reserve pule um aumento da taxa de juros neste mês pela primeira vez desde que iniciou sua agressiva campanha de política monetária, mais de um ano atrás.

"Eu acredito que, depois do dado, deve chegar alguma coisa mais meio a meio; não acho que o mercado vai tomar um cenário de aumento de juros na próxima reunião como majoritário, mas ele certamente vai ganhar probabilidade", disse Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital.

"Então acho que a gente vai para, possivelmente, o famoso ponto de máxima entropia, onde o cenário vai ficar bem dividido entre manutenção e aumento da taxa de juros" no encontro do Fed de junho, avaliou ele.

Já Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, escreveu que veio um "número muito forte de empregos nos EUA (payroll), mas a taxa de desemprego subiu um pouco... mercado subindo, mas pode colocar em cheque a visão de pausa iminente do Fed".

Quanto mais altos os juros nos Estados Unidos, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente do redirecionamento de recursos para o extremamente seguro mercado de renda fixa norte-americano. Da mesma forma, sinais de afrouxamento da política monetária nos EUA tendem a pressionar a divisa dos EUA.

No Brasil, com a taxa Selic em 13,75% ao ano, o real continua oferecendo retornos atraentes para investidores estrangeiros, o que tem sustentado a moeda local.

Alguns operadores também apontavam dados da véspera, que mostraram crescimento bem mais forte do que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre, como outro impulso para o real, uma vez que sinais de resiliência da economia tendem a atrair recursos de fora do país.

. Dólar/Real (BRBY): -0,86%, a 4,9635 reais na venda;

. Euro/Dólar EURUSD: -0,28%, a 1,0731 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas DXY: 0,24%, a 103,790.

BOVESPA

O Ibovespa avançava cerca 2% nesta sexta-feira, acompanhando o viés positivo de praças acionárias e preços de commodities como petróleo e minério de ferro no exterior, com a pauta do dia destacando dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

Nos EUA, criação de vagas de emprego em maio superou as expectativas, mas uma moderação nos salários alimentava apostas de manutenção dos juros pelo Federal Reserve na reunião deste mês pela primeira vez em mais de um ano.

O Senado norte-americano também aprovou na quinta-feira projeto de lei que eleva o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo, evitando o que teria sido o primeiro calote da história, corroborando o clima positivo nos mercados globais.

O clima benigno nos pregões era ainda apoiado por expectativas de estímulos adicionais à economia na China. De acordo com reportagem da Bloomberg, Pequim está trabalhando em novas medidas para apoiar o mercado imobiliário.

"As principais commodities em alta, junto com o melhor ambiente global para a tomada de risco, devem testar o fôlego dos ativos domésticos hoje", afirmou a equipe da Ágora Investimentos em relatório a clientes.

Na máxima até o momento, o Ibovespa chegou a 113.069,55 pontos, nível que não atingia desde o começo de fevereiro.

Alguns agentes financeiros também avaliam que o mercado entrou na tendência de melhora e que a posição técnica dos ativos parece favorável para tal movimento.

No caso do Brasil, os ativos também tem se beneficiado de sinais de queda da inflação e avanço da nova regra fiscal no Congresso Nacional, que se refletiram principalmente no alívio da curva de juros futuros e alta de ações cíclicas locais.

DESTAQUES

- CVC BRASIL ON CVCB3 ganhava 6,61%, a 3,87 reais, após divulgar mais cedo que está estudando a realização de uma potencial oferta de ações e que está conversando com potenciais investidores "estratégicos".

- MÉLIUZ ON CASH3 avançava 3,78%, a 9,34 reais, após anunciar nesta sexta-feira que assinou na véspera acordo definitivo para venda da fintech Bankly para o banco BV por 210 milhões de reais.

- VALE ON VALE3 subia 3,74%, a 67,6 reais, em meio a uma nova alta dos futuros do minério de ferro na China, com o contrato mais negociado em Dalian encerrando as negociações com alta de 2,9%.

- PETROBRAS PN PETR3 valorizava-se 1%, a 27,23 reais, acompanhando o avanço dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent BRN1! mostrando acréscimo de 2,11%, a 75,85 dólares.

- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB3 ganhava 1,12%, a 27 reais, enquanto BRADESCO PN BBDC3 avançava 1,5%, a 16 reais, acompanhando o clima comprador na bolsa paulista.

- VIA ON (VIIA3.SA) perdia 4,78%, a 2,39 reais, após corte na recomendação dos papéis para "underweight" pelo JPMorgan, que também reduziu Magalu. MAGAZINE LUIZA ON MGLU3 recuava 3,2%.

- TOTVS ON TOTS3 caía 3,29%, a 29,1 reais, entre as poucas quedas do Ibovespa no dia. O UBS BB cortou a recomendação da ações para "neutra" e reduziu o preço-alvo de 36 para 34 reais.

. Ibovespa IBOV: +1,81%, a 112.570,97 pontos;

. Volume financeiro: R$10 bi

. Índice dos principais ADRs brasileiros (.BR20): +3,06%, a 17.449,72 pontos.

BOLSAS DOS EUA

Os principais índices de Wall Street abriram em alta nesta sexta-feira, depois que dados mostraram uma moderação no crescimento salarial nos EUA em maio, aumentando as apostas de que o Federal Reserve deixará os juros inalterados neste mês, enquanto investidores comemoravam a aprovação no Congresso de um acordo para suspender o teto da dívida dos Estados Unidos.

. Dow Jones DJI: +1,38%, a 33.518,48 pontos;

. Standard & Poor's 500 SPX: 1,07%, a 4.266,11 pontos;

. Nasdaq IXIC: +0,57%, a 13.176,05 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 SXXP tinha alta de 1,34%, a 461,35 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times UK100 avançava 1,40%, a 7.594,76 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX DAX subia 1,03%, a 16.017,43 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 PX1 ganhava 1,73%, a 7.260,71 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib FTSEMIB tinha valorização de 1,57%, a 26.992,36 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 IBC registrava alta de 1,37%, a 9.292,70 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 PPSI20 valorizava-se 1,34%, a 5.880,05 pontos.

JUROS

Mês

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JUL/23

(DIJN23)

13,642

13,642

0

AGO/23

(DIJQ23)

13,632

13,633

-0,001

OUT/23

(DIJV23)

13,52

13,525

-0,005

JAN/24

(DIJF24)

13,19

13,195

-0,005

JAN/25

(DIJF25)

11,45

11,455

-0,005

JAN/26

(DIJF26)

10,795

10,836

-0,041

JAN/27

(DIJF27)

10,795

10,874

-0,079

JAN/28

(DIJF28)

10,93

11,025

-0,095

JAN/29

(DIJF29)

11,11

11,214

-0,104

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10Y: rendimento em alta a 3,662%, ante 3,608% no pregão anterior;

PETRÓLEO

. Nymex - CL1!: 1,95%, a 71,47 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent BRN1!: 2,02%, a 75,78 dólares por barril.

Entrar ou criar uma conta gratuita para ler essa notícia