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BC mantém juros em 13,75% e ressalta custo de desinflação em meio a incertezas fiscais

O Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano nesta quarta-feira, como esperado, e ressaltou em comunicado que a incerteza fiscal e a deterioração nas expectativas do mercado para a inflação elevam o custo para que a autoridade monetária atinja suas metas. O BC elevou as suas projeções para a inflação e afirmou que está avaliando a possibilidade de manter a taxa por período mais prolongado do que o previsto pelo mercado.

JOSÉ MÁRCIO CAMARGO, ECONOMISTA-CHEFE DA GENIAL

"A nossa avaliação é que o comunicado foi bastante incisivo no sentido de chamar a atenção para a questão da desancoragem das expectativas, e ao mesmo tempo foi bastante indicativo do fato de que a manutenção da taxa Selic nos níveis atuais vai fazer com que a taxa de inflação se descole do centro da meta e também do teto da meta nos próximos anos."

PATRÍCIA PEREIRA, ESTRATEGISTA-CHEFE DA MAG INVESTIMENTOS

"O Comitê foi firme em desqualificar um cenário de queda de juros em 2023, ao mostrar projeções de inflação acima das metas usando a Selic de mercado. Já no cenário alternativo, em que a taxa de juros se mantém estável por todo o horizonte relevante, as projeções ficam mais próximas às metas. Na nossa opinião, esse exercício teve a finalidade de diluir as quedas de juros embutidas na curva."

GUSTAVO BERTOTTI, ECONOMISTA-CHEFE DA MESSEM:

"Não vemos mais a possibilidade de os juros começarem a cair no segundo trimestre. Acreditamos que uma redução poderá ocorrer somente no segundo semestre, mas tudo vai depender o balanço de riscos, que inclui a questão fiscal, fatores políticos e o cenário internacional."

LEONARDO COSTA, ECONOMISTA DA ASA INVESTMENTS

"O que teve de mais importante no comunicado foi principalmente uma piora no sentimento em relação ao fiscal. Se antes tinha a opção de manter uma serenidade no tocante a esse risco, passou para uma coisa mais séria. Além disso, a gente tem uma piora na projeção de inflação do Banco Central para a inflação. O que a gente tira é essa nota um pouco pior em relação ao fiscal e a indicação da manutenção da taxa de juros em um patamar elevado por mais tempo."

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