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Lagarde, do BCE, alerta que algumas políticas fiscais na Europa podem gerar demanda excessiva

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertou nesta sexta-feira que as políticas fiscais de alguns governos europeus podem levar a um excesso de demanda, frisando que as políticas fiscais e monetárias precisam funcionar em sincronia para um crescimento econômico equilibrado e sustentável.

"As políticas fiscais que criam excesso de demanda em uma economia com oferta restrita podem forçar a política monetária a apertar mais do que seria necessário", disse Lagarde em uma conferência organizada pelo Banco da Tailândia e pelo Banco de Compensações Internacionais em Bangcoc.

"Infelizmente, no momento, pelo menos algumas das medidas fiscais que estamos analisando de muitos dos governos europeus e particularmente da zona do euro estão apontando na direção da última categoria", disse ela, referindo-se a medidas que podem desencadear excesso de demanda.

A Comissão Europeia espera que a economia da zona do euro encolha no quarto trimestre de 2022 e nos primeiros três meses de 2023 devido ao aumento dos preços de energia e da elevação dos juros que prejudicam os gastos, o crédito e a confiança.

"Precisamos de mais investimentos e reformas estruturais para remover as restrições de oferta e garantir que a produção potencial não seja prejudicada pela mudança na economia global. E essa é uma grande questão e uma incerteza que temos", disse Lagarde.

“E em um mundo onde a demanda externa é mais incerta, também precisaremos fortalecer a oferta e a demanda doméstica por meio de maior crescimento da produtividade”, disse ela.

Com a inflação cinco vezes maior que a meta de 2%, o BCE elevou os juros em seu ritmo mais rápido já registrado neste ano e uma série de altas nos próximos meses ainda é possível, já que o crescimento dos preços levará anos para se estabilizar.

(Reportagem de Orathai Sriring em Bangcoc e Stella Qiu em Sydney)

((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))

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