Receios de crise de gás atingem euro, fazem apreciar dólar e franco suíço

A perspectiva de outro corte no fornecimento de gás russo fez cair o euro esta terça-feira, enquanto os ganhos do dólar foram moderados pela crescente incerteza sobre o caminho de aperto da política da Reserva Federal dos EUA após o esperado aumento da taxa de juro esta semana.

Os países da UE estavam a preparar-se para aprovar uma proposta de emergencia para conter a procura de gás, cuja perspectiva fez com que a moeda única e os rendimentos dos títulos alemães caíssem e afectassem as acções alemãs.

"Está a tornar-se uma visão mais comum que o preço a pagar por apoiar a Ucrânia contra a Rússia será o racionamento de gás", disse a estratega sénior do Rabobank, Lyn Graham-Taylor.

"Tudo isso contribui para a história de recessão e inflação".

A Rússia disse na segunda-feira que cortaria os fluxos de gás para a Alemanha através do gasoduto Nord Stream 1 para 33 milhões de metros cúbicos por dia (bpd) a partir de quarta-feira. Isso é metade do fluxo actual, que já é apenas 40% da capacidade normal.

O euro permanece acima da paridade em relação ao dólar, atingido no início deste mês, mas o estratega do ING Bank, Francesco Pesole, alertou que os ´traders' podem começar a reprecificar as expectativas de aumento das taxas do Banco Central Europeu.

Os mercados monetários agora veem uma alta de 39 bps na taxa do BCE em setembro, contra 50 bps na semana passada (ECBWATCH) e ver cerca de 100 bps até o final do ano, o que Pesole diz ser muito hawkish.

"A história do gás russo é o risco do cisne negro, uma ameaça constante", disse ele.

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