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Serviços de emergência e empresas pressionam UE a proteger redes contra cortes de energia

As principais operadoras de telecomunicações da Europa e um lobby de serviços de emergência pressionaram Bruxelas nesta segunda-feira a proteger redes móveis e fixas de cortes de energia, mostrou uma carta analisada pela Reuters, à medida que crescem as preocupações com a perda de redes de telecomunicações durante blecautes generalizados.

A carta conjunta enviada na segunda-feira é o primeiro passo formal dos Operadores Europeus de Redes de Telecomunicações (ETNO) e da Associação Europeia de Números de Emergência (EENA) para pressionar o órgão executivo da União Europeia a intervir.

A ETNO representa ex-monopólios de telefonia como a alemã Deutsche Telekom DTE, a espanhola Telefónica TEF e a Telecom Italia TIT, enquanto a EENA representa mais de 1.500 representantes de serviços de emergência em 80 países.

"Caso as redes de telecomunicações sejam sujeitas a interrupções planejadas, os cidadãos correm o risco de não ter acesso aos serviços de comunicações durante a interrupção, incluindo comunicações de emergência", disse a carta assinada pelos responsáveis da EENA e ETNO.

Se houver algum racionamento durante o inverno, certos serviços, como hospitais, serviços policiais e instalações de produção de alimentos, serão priorizados nos planos atuais para garantir o menor impacto possível caso ocorram apagões.

A maioria dos pontos de atendimento de segurança pública (PSAPs) - call centers que conectam chamadas de emergência - já são designados como infraestrutura essencial, disse a carta, mas os serviços de emergência e as operadoras de telecomunicações estão preocupados que a infraestrutura de rede, que depende da conexão com a rede elétrica para operar, não seja marcada como essencial em alguns países.

"Estamos preocupados que as redes de telecomunicações possam não ter sido colocadas em listas de setores prioritários", afirmou, pedindo à Comissão da União que trabalhe com os estados membros para garantir que o fornecimento de energia seja mantido nas redes se ocorrer racionamento de energia para conceder aos cidadãos acesso a serviços de emergência.

A carta foi enviada a Ditte Juul Jorgensen, diretora-geral do departamento de energia da Comissão Europeia, e ao diretor-geral do departamento de redes de comunicações, Roberto Viola.

A Comissão não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Na carta, a EENA e a ETNO também enfatizaram que qualquer solução de backup era cara e frágil. "Em nossa experiência, baterias e geradores a diesel colocados em estações base móveis são um alvo fácil para vandalismo e roubo, e os custos de manutenção são altos", disse a carta.

"Estender o atual suprimento limitado de energia de backup das redes de telecomunicações não é uma opção, pois não seria apenas extremamente caro, mas também levaria anos", afirmou.

((Tradução Redação São Paulo))

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