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Desemprego no Brasil cai a 8,3% em outubro, melhor dado para o período em 8 anos

A taxa de desemprego no Brasil caiu a 8,3% nos três meses até outubro, a mais baixa para o período desde 2014, com o aquecimento sazonal do mercado de trabalho na temporada de fim de ano reforçando tendência positiva criada pela abertura da economia após a pandemia da Covid-19, mostraram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

A taxa de desemprego veio 0,8 ponto percentual menor do que a registrada no trimestre terminado em julho e 3,8 pontos abaixo do dado do mesmo período de 2021.

A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa de desemprego ficaria em 8,5% no período. O dado efetivo foi o mais baixo desde maio de 2015 quando considerados todos os trimestres móveis, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. (BRPNAD=ECI)

“Este momento de crescimento de ocupação já vem em curso desde o segundo semestre de 2021. Com a aproximação dos últimos meses do ano, período em que historicamente há aumento de geração de emprego, a tendência se mantém”, afirma Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad.

A população desocupada caiu ao menor nível desde o trimestre terminado em julho de 2015, com 9 milhões de pessoas, enquanto a população ocupada, de 99,7 milhões, foi recorde da série iniciada em 2012.

Beringuy destacou que, apesar do dado recorde para a população ocupada, o país ainda tem 65 milhões de pessoas fora da força de trabalho.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na semana passada que a avaliação da autoridade monetária é que o país está em um ponto em que as surpresas positivas no mercado de trabalho devem chegar ao fim, conforme a economia começa a sentir com mais intensidade o impacto do agressivo ciclo de alta de juros.

Na mesma linha, o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs, disse nesta quarta-feira esperar uma desaceleração da tendência de melhora do mercado de trabalho no país.

"A taxa de desemprego também pode ser impactada se o número ainda considerável de trabalhadores desalentados (4,2 milhões; 3,8% da força de trabalho ativa) começar a procurar emprego e retornar à força de trabalho ativa", afirmou em relatório.

FORMAL E INFORMAL

No trimestre até outubro, o número de trabalhadores com carteira assinada aumentou 2,3% sobre o trimestre anterior, mesmo desempenho registrado no número de empregados sem carteira no setor privado.

A taxa de informalidade ainda é elevada, em 39,1%, mas recuou frente ao trimestre móvel terminado em julho (39,8%) e sobre o mesmo trimestre de 2021 (40,7%).

Já o número de trabalhadores por conta própria caiu 1,8%.

No trimestre, o rendimento real habitual cresceu 2,9% sobre o trimestre anterior e 4,7% na comparação anual, para 2.754 reais.

“A alta do rendimento tem a ver com o crescimento da formalidade, (mercado) onde as pessoas ganham mais, e tem também o efeito da inflação menor", disse Beringuy.

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