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Parlamentares buscarão revogar diesel coprocessado em mistura de biodiesel

Parlamentares representantes do setor de biodiesel também vão buscar a revogação da permissão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para a inclusão de novos tipos de combustíveis --como o diesel RX, um produto coprocessado com óleo vegetal-- no mandato de biodiesel.

A medida será tomada em conjunto com a que visará à reversão da manutenção da mistura de 10% de biodiesel no diesel, decisão tomada pelo conselho na segunda-feira, que enfureceu o setor, que queria um teor maior do biocombustível.

A reação de parlamentares e também do setor tem o potencial de atrapalhar os planos de comercialização do diesel R5 da Petrobras PETR3, que deixa a refinaria com 95% de diesel mineral e 5% de diesel renovável.

O combustível já vem sendo comercializado pela Vibra VBBR3.SA pontualmente, por meio de autorizações específicas da reguladora ANP, a quem ainda cabe a regulamentação para a total liberação comercial no país.

Julio Cesar Minelli, diretor superintendente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) diz que o setor não tem "nada contra" as novas rotas de diesel, mas que o governo não pode incluir um produto que não é renovável no mandato.

"É um diesel fóssil melhorado, que não ajuda em nada com o país", disse Minelli à Reuters.

Ele participa de uma audiência em Brasília promovida pela Frente Parlamentar Mista do Biodiesel.

Para o diretor de Relações Institucionais do Grupo Oleoplan Leonardo Zilio, a decisão do CNPE "premia" o setor de óleo e gás, indústria que figura entre as principais emissoras de gases de efeito estufa.

"Está se perdoando uma indústria que emitiu uma quantidade enorme de gases de efeito estufa, concedendo que essa mesma indústria, por um processo que não é de energia verde e renovável, participe de um mercado de descarbonização", disse Zilio.

Em nota divulgada nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) afirmou que a inclusão de novas rotas tecnológicas para a produção de biodiesel no país traz mais competitividade ao setor, além de contribuir para a descarbonizaçaõ.

"A inclusão de produtos renováveis oriundos de novas rotas tecnológicas --adotadas com sucesso em diversos países-- está em linha com os princípios do Renovabio e atende às demandas da sociedade em direção a uma economia de baixo carbono, incentivando a inovação e atraindo investimentos para o setor de biocombustíveis no país", disse o instituto, na nota.

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