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Investidores em mercados emergentes se preocupam com crescimento econômico, mostra pesquisa do HSBC

Os investidores em mercados emergentes estão cada vez mais preocupados com as perspectivas de crescimento econômico dos países em desenvolvimento e estão se apegando a altos níveis de caixa, com planos escassos de aplicar fundos nos próximos meses, revelou uma pesquisa do HSBC nesta quinta-feira

A pesquisa trimestral mostrou que 60% dos entrevistados esperam que a atividade econômica nos países em desenvolvimento melhore nos próximos 12 meses, uma queda acentuada em relação às taxas de 73% em abril e 89% na virada do ano.

Essas visões refletem as crescentes preocupações sobre a trajetória de crescimento das economias emergentes. Na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou sua previsão de crescimento em 2021 para as economias emergentes em 0,4 ponto percentual, a 6,3%, citando o lento progresso da vacinação contra a Covid-19, enquanto seus pares desenvolvidos desfrutaram de uma melhora nas projeções.

Ainda assim, os entrevistados esperam que os bancos centrais de muitos mercados emergentes continuem a aumentar suas taxas de juros.

"O sentimento entre os investidores é de que, embora a perspectiva de crescimento seja mais fraca e a inflação menos preocupante do que no início do ano, os países emergentes continuarão a aumentar os juros, porque estão tentando se adiantar em relação ao aperto do Fed e evitar uma repetição do 'taper tatrum' que vimos em 2013-2014 ", disse Murat Ulgen, chefe global de pesquisa de mercados emergentes no HSBC.

Os bancos centrais do Brasil, Rússia, Hungria e México, entre outros, já aumentaram os custos dos empréstimos este ano para conter as pressões inflacionárias e a desvalorização cambial.

Os consultados citaram o aumento dos juros norte-americanos e a redução da compra de títulos do Federal Reserve como o maior risco para os mercados emergentes, superando a Covid ou a inflação mais alta do que o esperado.

O HSBC conduziu a pesquisa entre 8 de junho e 23 de julho, questionando 124 investidores de 119 instituições, que representam 506 bilhões de dólares em ativos de mercados emergentes sob gestão.

(Por Krisztian Sandor)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447723))

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