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Filas de embarcações vão levar meses para serem liberadas após navio encalhar no Canal de Suez

O enorme cargueiro de contêineres encalhado no Canal de Suez criou problemas para a indústria de logística global que podem levar semanas e possivelmente meses para serem resolvidos, afirmaram grandes empresas de transporte.

O gigantesco Ever Given, com 400 metros de comprimento, ficou encalhado diagonalmente em um setor do sul do canal devido a ventos fortes na manhã da última terça-feira, interrompendo a passagem na mais curta rota de navegação entre Europa e Ásia.

Nesta segunda-feira, o tráfego de embarcações pelo canal foi retomado após o desencalhe da embarcação. .

"Mesmo que o canal reabra, os efeitos de onda sobre a capacidade global e equipamentos são significativos" afirmou a maior companhia mundial de transporte de contêineres, Maersk MAERSK_A, em comunicado a clientes enviado nesta segunda-feira.

A Maersk tem três navios presos no canal e outros 29 aguardando para entrarem na passagem, afirmou a companhia, acrescentando que até agora conseguiu remanejar as rotas de 15 navios para passarem pelo sul da África.

"Avaliando a atual fila de embarcações, pode levar seis dias ou mais para que todos passem pelo canal", acrescentou a companhia.

Na semana passada, a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, Suzano SUZB3, afirmou que está enfrentando dificuldades para transporte de suas cargas por causa da falta de contêineres e que o problema pode se estender até o terceiro trimestre.

Cerca de 30% do volume mundial de transporte de contêineres, usados para tudo desde produtos eletrônicos, eletrodomésticos e mesmo matérias-primas como celulose, é transportado diariamente pelo canal de 193 quilômetros. Contêineres vazios, que as fábricas na Ásia precisam para carregar produtos aos clientes, também estão com problemas de movimentação.

A MSC, segunda maior companhia mundial de cruzeiros, afirmou no sábado que a situação "vai criar uma das maiores interrupções ao comércio global dos últimos anos".

"Infelizmente, quando o canal reabrir para a passagem da enorme fila de navios isso vai levar a um salto nas chegadas para atracação em alguns portos e poderemos ter novos problemas de congestionamento", disse Caroline Becquart, vice-presidente sênior da MSC, em comunicado.

"Prevemos que o segundo trimestre vai ser mais problemático que os três primeiros meses e talvez mais desafiador do que foi no final do ano passado."

As companhias de transporte de contêineres enfrentam há meses problemas gerados pela pandemia e um salto na demanda por produtos de consumo que criou gargalos logísticos ao redor do mundo.

A Marinha do Reino Unido afirmou separadamente que navios que estão sendo desviados pelo sul da África criarão mais tráfego de embarcações em áreas que são tradicionais pontos de atuação de piratas.

"Embora a ameaça da pirataria na Somália esteja atualmente suprimida pela combinação de operações militares e aplicação de BMP 5 (medidas de proteção de navios) e presença de guardas armados, um aumento no tráfego marítimo pela área pode representar oportunidades de ataques para os grupos de piratas somalis", afirmou a Marinha britânica.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753))

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