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Abiove mantém números de safra, processamento e exportação de soja do Brasil em 2023

A safra de soja do Brasil, cuja colheita está em andamento, foi estimada em recorde de 152,6 milhões de toneladas para este ano, informou nesta quinta-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), mantendo a mesma perspectiva divulgada no mês anterior.

A entidade que representa as processadoras e tradings da oleaginosa também manteve as projeções para esmagamento em 52,5 milhões de toneladas e de exportação em 92 milhões de toneladas.

A colheita do Brasil, maior produtor e exportador global de soja, caminha para ter incremento de 18,7% ante a temporada passada, segundo os dados da Abiove, na esteira de avanços em área plantada e ganhos de produtividade, com o bom desempenho em várias regiões compensando perdas por seca no Rio Grande do Sul, também um grande produtor.

"É importante mencionar que as projeções da Abiove para a atual safra consideram a retomada do cronograma de mistura de biodiesel ao diesel comercial em 15% (o chamado B15), a partir de março, conforme previsto em lei", afirmou em nota.

Os números de produção de farelo e o óleo de soja seguem inalterados, apontando recordes de 40,2 milhões e 10,7 milhões de toneladas, respectivamente.

A projeção de exportações de farelo de soja permaneceu em 20 milhões de toneladas, enquanto a de óleo ficou em 1,75 milhão, queda de 32,7%, considerando maior demanda interna de óleo como matéria-prima para produção de biodiesel, conforme dados da Abiove.

Nesta semana, a consultoria StoneX alertou para a possibilidade de mudança no cenário de demanda externa pelos subprodutos da soja em função da quebra de safra na Argentina, que tende a incrementar a busca dos importadores por outras origens de farelo e óleo, podendo incentivar o esmagamento no Brasil.

Ainda de acordo com a Abiove, houve um leve ajuste positivo na previsão para a safra velha de soja do Brasil, colhida no ano passado, para 128,6 milhões de toneladas, contra 128,5 milhões no levantamento anterior.

O ajuste desencadeou um aumento de 100 mil toneladas na estimativa para os estoques finais de 2022, a 1,742 milhão de toneladas.

O volume de reservas é bem inferior aos estoques finais de 2021, que atingiram 5,23 milhões de toneladas, o que reduziu a capacidade de exportação neste início do ano, enquanto a colheita da safra 2022/23 ainda caminha com lentidão.

Na véspera, dados do governo federal mostraram que o Brasil embarcou 851,88 mil de toneladas do grão no mês passado, versus 2,45 milhões em janeiro de 2022.

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