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Prates fora da Petrobras (PETR4): O que pensa Magda Chambriard, indicada para presidir a estatal

A Petrobras (PETR4) confirmou, na noite desta terça-feira (14), que Magda Chambriard foi indicada pelo governo para presidir a companhia, substituindo o atual CEO, Jean-Paul Prates, demitido hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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No ofício encaminhado à empresa, o Ministério de Minas e Energia manifestou “sua intenção de posteriormente renunciar ao cargo de membro do Conselho de Administração da companhia, indica a Sra. Magda Maria de Regina Chambriard para, então, exercer os cargos de Presidente da companhia e de membro do Conselho de Administração da Petrobras.”

Chambriard comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo) entre 2012 e 2016. Atualmente, ela se apresenta como consulta do setor de óleo e gás, e mantém uma rotina de se manifestar em publicações especializadas, seja por meio de artigos, quanto em entrevistas.

“Petrobras (PETR4) deve retribuir esforço da sociedade”

Em artigo publicado na revista Brasil Energia em novembro de 2023, Magda Cambriard defende que a Petrobras gere retornos sociais para o Brasil e os Estados produtores de petróleo. Traçando um histórico do setor petrolífero desde a descoberta do pré-sal, ela se concentra nas expectativas frustradas de que a riqueza gerada por essas jazidas promoveriam o desenvolvimento econômico e social.

Segundo ela, dez anos depois do pré-sal, a pobreza voltou a crescer, enquanto “as obrigações das petroleiras de investimento no Brasil foram desfeitas e os investimentos da estatal muito reduzidos.”

No mesmo artigo da Brasil Energia, Chambriard cobrou abertamente que a Petrobras utilize o plano de investimentos para fomentar o desenvolvimento da indústria nacional. A certa altura, a provável nova CEO da estatal critica o fato de que, no plano quinquenal 2024-2028, está prevista a construção de 14 plataformas, mas sem nenhuma indicação de que parte delas seja encomendada a estaleiros brasileiros.

A ex-diretora da ANP acrescenta que o mesmo plano prevê a construção de 40 barcos de apoio no período, mas também sem indicações de que parte seja encomendada para a indústria nacional. Segundo ela, a construção de uma plataforma geraria cerca de 2 mil empregos diretos, enquanto a de um navio de apoio empregaria cerca de 1 mil pessoas diretamente.

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No mesmo texto, Magda Chambriard sublinha que “o estado do Rio de Janeiro e o Brasil contam com a Petrobras, assim como a estatal conta com o Brasil e com o Rio de Janeiro.” Ela acrescenta que “a estatal não poderia ter a dimensão atual sem a mão forte de um governo que a fez crescer de tamanho abruptamente, ao capitalizá-la e capacitá-la para enfrentar o desfio do pré-sal.”

Chambriard defende que o Rio de Janeiro e demais Estados brasileiros recebam parte dos investimentos da companhia. “Aguarda-se pelos estaleiros lotados, conforme promessa da empresa, veiculada por diversos veículos da mídia especializada, em agosto de 2023”, escreveu.

Por fim, Magda ressalta que “geração de empregos e redução de desigualdades são parte das ações inerentes ao compromisso do Brasil com seu desenvolvimento sustentável, além de promessa de campanha do governo atual.”

As posições da provável CEO da petrolífera soam como música para Lula. Como se sabe, o presidente bateu de frente com Prates, ao cobrar que sua gestão transformasse a estatal numa indutora de crescimento, usando seu grande poder de fogo dos investimentos para contratar equipamentos e serviços no mercado interno.

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Veja o comunicado da Petrobras (PETR4) confirmando a indicação de Magda Chambriard para o cargo de CEO, no lugar de Jean-Paul Prates, demitido hoje por Lula: