A presidência de Trump causará problemas para as ações da Boeing?
A Boeing Co. BA resolveu recentemente com os maquinistas, encerrando uma greve de sete semanas depois que os trabalhadores aceitaram um novo contrato.
No entanto, a gigante aeroespacial pode enfrentar desafios contínuos no futuro, principalmente se Donald Trump for reeleito como presidente dos Estados Unidos.
De acordo com Michael Kantrowitz, estrategista-chefe de investimentos da Piper Sandler, as implicações de uma presidência de Trump podem levar a novas quedas nas ações da Boeing, que já caíram aproximadamente 40% enquanto os americanos vão às urnas hoje.
Impacto da presidência de Trump na Boeing
Trump propôs nomear Elon Musk para liderar uma comissão de eficiência governamental com o objetivo de cortar custos do governo em até US$ 3 trilhões.
Essa medida pode afetar negativamente empresas que dependem de contratos governamentais, como a Boeing, que obtém cerca de 37% de sua receita total de contratos federais.
Se Musk implementar cortes de gastos com sucesso, a Boeing corre o risco de perder uma parcela significativa dessa receita, o que provavelmente exerceria pressão descendente sobre o preço de suas ações.
A redução prevista nos gastos do governo ocorre em um momento desafiador para a Boeing, que está enfrentando vários problemas.
Recentemente, a empresa anunciou uma venda de ações para levantar até US$ 22 bilhões para reforçar seu balanço e suspendeu o pagamento de dividendos para manter a atratividade para investidores de renda.
Apesar desses desafios, Wall Street atualmente mantém uma classificação consensual de “overweight” para a Boeing, com analistas prevendo uma meta de alta de US$ 179, sugerindo um ganho potencial de cerca de 20%.
Desafios contínuos para as ações da Boeing
Embora a recente resolução da greve, que custou à Boeing cerca de US$ 5,5 bilhões em lucros perdidos, possa aliviar um pouco a pressão, os termos do novo acordo podem levar a custos significativamente mais altos nos próximos anos.
A empresa se comprometeu a aumentar em 38% os salários de seus funcionários nos próximos quatro anos, o que prejudicará ainda mais suas finanças.
A Boeing, com sede no Condado de Arlington, Virgínia, também está implementando planos para reduzir sua força de trabalho global em 10%, o que significa aproximadamente 17.000 demissões.
Com mais de US$ 50 bilhões em dívidas e perdas trimestrais consistentes, esses fatores podem impedir os investidores de entrarem nas ações da Boeing.
Além disso, outras empresas de defesa, como a Lockheed Martin, também podem enfrentar desafios se Trump retornar à Casa Branca.
Kantrowitz prevê que empresas de saúde, como Humana e UnitedHealth, podem sofrer reveses devido à redução dos gastos federais com saúde sob o governo Trump.
Em resumo, a intersecção entre política governamental, saúde financeira e acordos trabalhistas apresenta um cenário complexo para a Boeing.
Os investidores precisarão monitorar de perto o clima político e seu potencial impacto no desempenho das ações da gigante aeroespacial.