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Blockchain do Bitcoin será integrada com o Pix no Brasil

A blockchain do Bitcoin será integrada com o Pix no Brasil por meio de uma parceria entre a Jan3, de Samson Mow com a Truther do empresário Rocelo Lopes. Segundo Mow a proposta é permitir que as pessoas possam operar com Bitcoin e USDT usando layers 2 do BTC e fazer cash in e cash out diretamente 'on-chain' com reais.

Mow revelou ao Cointelegraph durante a Plan B Conference, organizada em El Salvador pela Bitfinex, com apoio da SmartPay e da Truther, que embora acredite que o fim de todas as moedas fiduciárias será a extinção, é preciso criar uma ponte de transição entre o sistema fiat falido e a nova era das criptomoedas e por isso, a integração com o Pix.

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"Devido à volatilidade do Bitcoin no momento, ainda vamos precisar de stablecoins por alguns anos e por isso vamos chegar no Brasil com uma integração com o Swapix, integrando o Pix com a nova economia e você poderá pagar com reais usando a blockchain do Bitcoin via layer 2, com um custo de operação de US$ 0,03 centavos. As pessoas no Brasil estão usando o Pix então, se elas querem uma moeda estável brasileira nesse momento, vamos dar a ela essa opção", disse.

Segundo Mow, os bancos centrais já estão percebendo que é necessário adotar o Bitcoin para construir uma nova economia, inclusive há conversas em andamento com o Banco Central de Singapura sobre as possibilidades de integração do Bitcoin.

"Eles estão curiosos. Antes quem procurar o Banco Central eramos nós, agora são eles que nos procuram para falar. Isso mudou. Os bancos centrais querem conversar conosco, com o mercado cripto para entender como entrar na nova economia", disse.

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Para o executivo da Jan3, embora esse movimento seja positivo, ele já está atrasado e adoção em massa do Bitcoin não vai começar 'daqui alguns anos', mas já em 2025.

"Não há muito tempo. Todo mundo gosta de pensar em anos, mas, na verdade não sobra muito tempo. Existem apenas 21 milhões de Bitcoin. Somente os ETFs dos EUA possuem 1,3 milhão de Bitcoins. A MicroStrategy está chegando perto de 500.000 Bitcoins e então você tem um monte de outros grandes detentores. Então, de onde você vai conseguir Bitcoin se você não entrar agora", disse.

Governos precisam do Bitcoin

Mow defende que não é o Bitcoin que precisa da adoção dos governos para crescer, mas os governos que precisam do Bitcoin para poderem sobreviver no futuro.

"Se querem ser soberanos e querem ter ativos para usar no futuro, precisam do Bitcoin, mas acho que muitos governos perderão a oportunidade de acumular Bitcoin, porque estão todos esperando por outra pessoa, outro governo fazer isso primeiro e com isso estão perdendo oportunidades", disse.

Questionado sobre se essa adoção governamental pode causar um choque de oferta e impedir que a população tenha acesso ao Bitcoin, Mow foi direto e disse que enquanto as pessoas aguardam serem abençoadas pelo governo, elas também podem oportunidades.

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"As pessoas também podem comprar Bitcoin agora. Não há nada que impeça as pessoas de comprar Bitcoin. Mas acho que a compra do Bitcoin pelo governo é um sinal para as pessoas de que o Bitcoin é um ativo legítimo. Como El Salvador.

Seis milhões de salvadorenhos poderiam ter comprado Bitcoin antes de Burkele promulgar a lei do Bitcoin. Mas eles não o fizeram. Talvez alguns tenham feito isso. Mas depois que o fizeram, foi como se fosse uma bênção. O governo abençoou. E muitas pessoas no mundo estão esperando que o governo abençoe as coisas. Há um forte desejo de ter permissão em vez de perdão", revelou.

Mow também defende que os governos devem adotar uma regulamentação focada na educação para o mercado cripto e não em uma regulamentação dizendo o que pode ou não ser feito, pois é impossível atribuir isso ao mercado cripto atual no qual milhares de criptomoedas são criadas diariamente.

"Acho que o caminho a seguir é criar leis de valores mobiliários digitais, como El Salvador criou sua estrutura de valores mobiliários digitais e você pode regular isso porque deseja proteção aos investidores se eles estiverem comprando um título Bitcoin ou uma ação tokenizada. Mas para o resto do mercado, é impossível fazer isso

Você precisará de um departamento de 100.000 pessoas para avaliar quais memecoins são fraudes. E são todos fraudes. Então, o que você vai regular? Portanto, a melhor coisa que você pode fazer é educar as pessoas e dizer-lhes que existe o Bitcoin, que existem moedas estáveis ​​e que existe todo o resto", apontou.

Para ele os modelos de regulamentação atuais, como a MiCa são portas abertas para a corrupção, pois os projetos cripto devem subornar reguladores para que eles digam que seu projeto é legitimo e com isso enganar a população.

CBDCs são apenas o controle do Banco Central

O executivo também afirmou que as CBDCs são ruins e que a ordem executivo de Trump proibindo seu desenvolvimento nos EUA é um exemplo que deve ser seguido pelo mundo.

"Sim, isso envia uma mensagem porque um CBDC é apenas o sistema fiduciário com esteróides. É apenas o controle total do Banco Central. De qualquer forma, eles já controlam a maior parte dos decretos, mas isso está piorando as coisas. Portanto, acho que a mensagem que Trump está enviando para proibir os CBDCs começará a fazer efeito e muitos países vão desistir da ideia que não precisa ter blockchain, afinal é apenas dinheiro centralizado", afirmou.

Ainda segundo Mow, não só as CBDCs vão acabar mas também as próprias stablecoins, como o USDT, pois o Bitcoin será a alternativa final que todas as economias terão que adotar.

"Todos irão para o Bitcoin. Então, mesmo o Tether, como conversei com o Paolo, ele não acha que o USDT existirá para sempre, porque o dólar não existirá para sempre. Todos estes são sistemas temporários. Todos irão para o Bitcoin", finalizou.


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