Bolsas caem na realApós alguns meses de alta em Indice de ações americanas (Azul) e Treasuries americanos (Vermelho), as bolsas voltam a cair na real e caem mais expressivamente.
Historicamente, quando os EUA passa por um periodo de alta inflação e o FED começa a subir juros para conter a economia e assim conter a inflação através do impacto de juros altos sobre o consumo da população americana, a correlação entrem Treasuries (em especial o T-10) e o indice S&P 500 é negativa, ou seja, uma vez que os juros sobem eles acabam reduzindo o "preço" das ações, feito por modelos.
No grafico podemos ver que desde os meados de Maio desse ano o S&P e T-10 subiram juntos. Porem, desde Agosto, as ações começaram a entrar em modo de realização com um trigger inicial do rebaixamento da dívida americana de sua classificação mais alta (AAA) para (AA+). Desde entao, o indice de ações americanas fechou hj com queda de 8,5%.
Junto com as continua alta expressiva dos Treasuries americanos, onde o T-10 bateu hj 4,88% e o 30 anos chegou a tocar os 5%, tivemos a ultima reunião do FOMC e Powell e outros membros do FED vieram com uma impressão mais Hawkish através do Dot Plot. Os membros demonstraram mais interesse em manter os juros altos por mais tempo, subindo a regua dos cortes esperados para ano que vem e cortando qualquer possibilidade de corte esse ano.
Um trigger final, tambem durante a entrevista do Powell, ele comenta pela primeira vez que possivelmente a taxas de juros neutra americana está mais alta. O que pode gerar mudanças significativas no calculo dos modelos de precificação das ações.
Desde a ultima reunião do FOMC os mercados praticamente só cairam, chegando a -6,3% no fechamento de ontem.
Hoje os mercados realizaram um pouco os movimentos recentes. Treasuries voltaram a cair (-1,30%) e S&P fechando no campo positivo (+0,77%). Os treasuries vao voltar a ceder e as bolsas voltar a subir? Vamos, ficar de olho, dados importantes essa semana.
Juroreal
A luta contra a inflaçãoAmanha teremos mais um Copom e mais uma elevação na Taxa de Juros, algo bem visto no mercado e também por mim no momento. Esse é o gráfico do Juro Real, onde eu faço um spread entre a taxa de juros e a inflação, códigos BCB/432 e BCB/13522.
Nós temos um cenário de alta na inflação por pressão do mercado externo mas não podemos deixar de citar a política cambial frouxa, desde o início a ideia do super Ministro era manter o câmbio flutuante, voilá. Em janeiro desse ano quando a inflação passou a disparar o BC veio subindo os juros de forma agressiva porém sempre atrás do índice de preços, mantendo o juro real negativo desde então.
Perdendo a corrida.
Mas a cabeça do Ministro mudou, na última semana em meio polêmicas da Weiver Week, o Minitro cobrou o presidente do Banco Central a aumentar a taxa de juros em linha comentando que a taxa não deve ficar atrás da inflação.
Um dos benefícios do Juro Real positivo é a entrada de capital estrangeiro no país para o Carry Trading, consequentemente empurrando o dólar para baixo. No cenário atual temos dinheiro estrangeiro saindo do risco (Brasil).
Um dos pontos negativos é para o desenvolvimento econômico com o juros de empréstimos para negócios ficando cada vez mais caro (aumento de juros = encarecimento da moeda).
A minha humilde opinião é que o Brasil é um país emergente e precisa de capital estrangeiro entrando e investindo no país, não pode ter uma taxa de juros tão baixa e deve criar programas de assistência as pequenas empresas que são prejudicadas com uma alta expressiva nos juros.
As apostas do mercado eram de uma subida de 1bps com após exacerbadas em 1,25bps. Mas após o puxão de orelha do Guedes, as apostas subiram para mínimo de 1,25bps e apostas exacerbadas em 1,50bps.