Brasil não é para esperar; é para se mover!Você já deve ter ouvido que “no longo prazo, tudo dá certo”. Nos Estados Unidos, pode até funcionar assim para quem aposta no S&P 500. No Brasil, porém, “longo prazo” pode se transformar numa armadilha silenciosa.
Com base nos dados dos últimos 30 anos de comportamento de tendências — alta, baixa e lateral — fica ainda mais claro que os jogos são diferentes. Vamos à comparação.
Os números que incomodam:
* *Ibovespa (em reais):* 48,78% em alta, 25,93% em baixa e 25,28% lateral.
* *Ibovespa dolarizado:* 43,67% em alta, 30,98% em baixa e 25,33% lateral.
* *Ibovespa ajustado pela inflação:* 43,14% em alta, 30,78% em baixa e 26,07% lateral.
* *S\&P 500:* 58,98% em alta, 18,77% em baixa e 22,24% lateral.
* *S\&P 500 ajustado pela inflação (CPI):* 55,61% em alta, 22,05% em baixa e 22,33% lateral.
Analisando o histórico de tendências nos dois mercados:
*Levamos em consideração que tendencia de alta é caracterizada quando preço está acima das médias aritméticas de 50 e 200 períodos. Tendencia de baixa quando o preço está abaixo das médias e lateral quando está entre as médias. Dados analisados 14/08/1995 a 13/08/2025
Os dados falam por si:
O S&P 500 está em tendência de alta mais da metade do tempo, seja no valor nominal ou ajustado pela inflação.
O Ibovespa, quando avaliado em reais, tem tendência de alta menos de 50 % do tempo — e cai forte quando convertido em dólar ou corrigido pela inflação.
Ao contrário do S&P 500, o Ibovespa passa mais tempo patinando entre quedas e lateralidade do que em tendência de alta, deixando claro que o longo prazo não garante valorização consistente.
Qual a estratégia mais adequada ao Brasil?
Identificar quando o mercado brasileiro entra numa fase de alta e surfar esse período ao máximo, saindo antes que a maré mude. E isso não significa que o investidor esteja condenado a perder. O mercado brasileiro oferece instrumentos para ganhar mesmo quando os preços não sobem: é possível operar vendido, aproveitando ciclos de queda, e também trabalhar com opções, estruturando estratégias em momentos de lateralidade para gerar renda ou proteção.
Se na terra do tio San “esperar” costuma dar retorno sustentável, nas terras tupiniquins “esperar demais” pode custar caro.
Ciclosdelmercado
CICLOS HISTÓRICOS IBOVUma média nada mais é do que um conceito matemático de valores de forte representatividade.
A Média Móvel de 20 períodos (neste gráfico representada pela cor amarela), tem grande importância na memória dos traders e investidores, por ser um período amplamente utilizado na análise técnica.
O número 20 não é simplesmente algo místico, mas é um arredondamento de um valor de grande utilidade: 21 dias úteis por mês, 21 é uma sequência de Fibonacci, as empresas divulgam balanços a cada 24 semanas, 24 meses é um período importante na análise do desempenho de fundos de investimentos.
No estudo acima, com gráfico mensal do IBOV, é possível perceber que o rompimento abrupto da média de 20 meses resulta em um efeito semelhante a um elástico ou a um imã, ao redor dela.
Novamente, isso não deve-se a questões mágicas, mas sim ao impacto emocional ocasionado por perdas, ganhos, incerteza, euforia, pânico e arrependimento de negócios realizados ao redor desses preços de forte representatividade na memória dos operadores do mercado.
Neste momento, o gráfico mensal do IBOV está em um momento decisivo, bem próximo à média móvel de 20 meses.



