Não seja tolo(a) e analise o passado. Boa noite. Espero que esteja suficientemente sóbrio(a) para ler este texto-análise. Afinal, hoje é Sexta Feira. Existem aqueles que preferem beber uma ou mais taças de vinho no conforto de sua casa enquanto outros acreditam que Jack Daniel's é um ''ótimo'' uísque com ou sem gelo, com uma ou duas gotas de água para deixar a textura da bebida mais leve e com notas de sabor menos intensas no paladar e, por fim, uma bebida adequada para se beber em algum bar ou restaurante sozinho(a) ou com alguém. Além disso, muitas pessoas costumam beber para apaziguar os pensamentos em relação aos acontecimentos do passado. Grosso modo, até ESQUECER o passado. Se assim é, parece que no mercado financeiro estamos recheados de apreciadores de bebidas alcoólicas.
Para começar, olhar o passado só serve para nos ensinar que certos comportamentos humanos são tão previsíveis que chegam a ser cíclicos. Alguns dizem que a economia e negócios são cíclicos, mas na verdade o que torna a economia e os negócios cíclicos são as pessoas que atuam nestes. O Ser Humano, em relação a dinheiro (porque é o item que nos interessa abordar aqui) tem uma tendência a ser variável em seu comportamento durante o dia, semana, mês e ano. Filtrando mais este postulado para chegarmos a um ponto mais útil para os pontos seguintes da análise, no tocante a dinheiro, o Ser Humano consegue expressar consideravelmente bem a mudança de comportamento quando tem mais ou menos dinheiro. Se, por exemplo, este descobre uma nova forma de aumentar o seu dinheiro em termos percentuais e em menos tempo do que está acostumado a conseguir fazer dinheiro, ele logo se interessa em alocar mais recursos para aquilo que está lhe dando mais dinheiro em menos tempo e mais rápido do que o habitual, pois, vai pensar que ''compensa''. Anexados nesta linha de pensamento, milhões de reais começaram a ser aplicados na bolsa de valores brasileira a partir de 2017-18, incentivados pelas diversas propagandas de que ''assessor de investimentos é o trabalho do futuro'' e ''o Brasil ainda tem muito a crescer no setor de investimentos'', juros baixos à época que tornaram os rendimentos em renda fixa pouco atraentes, e também, como é de conhecimento para quem é mais envolvido(a) em investimentos, pela mudança de poder na política brasileira de um governo que expos uma bandeira liberal no sentido econômico (e liberais adoram falar de crescimento e expansão). Assim, vimos o ''BULL MARKET'' sendo contemplado no Brasil. Acontece que, em períodos de BULL MARKET, qualquer coisa parece ser BOA para comprar e parece ser mais fácil um corretor fechar um negócio com um cliente para comprar lotes de ações porque o cliente ficou sabendo que ''o amigo investiu em X ação e ela subiu em pouco tempo 2,5,6%'' e ele queria, óbvio, surfar na onda e pensar em ''longo prazo'' - mesmo que longo prazo signifique daqui a alguns dias o preço das ações caírem alguns percentuais e ele pensar ''Ixi, ta começando a me dar prejuízo''.
QUALIDADE x QUANTIDADE
Nesses momentos de grandes fluxos de dinheiro entrando nos caixas das empresas, uma vez mais, o sentimento eufórico do Ser Humano em ver mais dinheiro em menos tempo do que o de costume o leva a tomar decisões que envolvam alocar mais dinheiro, atenção, esforço e tempo naquilo que está dando mais dinheiro. Foi o que pessoas em corretoras e bancos fizeram lançando ''fundos de investimentos'' em dólar, ouro, bitcoin e até traders que não tinham muito interesse em aparecer em público começaram a surgir oferecendo mentorias e cursos para formalizar novos traders para o mercado (não tenho nada contra isso, inclusive, apoio qualquer instrução que leve a pessoa a ter resultados objetivos). Esta euforia de ''novos CPF's cadastrados na B3'' acabou inflando os preços das ações, índice Ibovespa e também de outros ativos de risco. Acontece que se negligenciou a QUALIDADE devido a tanto foco na QUANTIDADE. Uma coisa que me incomoda ouvir em uma conversa de negócios ou investimentos é sobre QUANTIDADE DE DINHEIRO. Não me importo se vão investir R$1 milhão, R$20 milhões, R$8 milhões ou o que seja. O que me interessa, no final das contas, é a QUALIDADE das pessoas envolvidas no processo de rentabilização do capital. Neste período de BULL MARKET muitos ignoraram a QUALIDADE dos investidores que estavam entrando no mercado, e a prova disso, é a própria área educacional nos investimentos ganhando mais espaço devido a quantidade de erros que ''o pessoal'' (como falam muitos educadores) cometem nos investimentos. Esses erros significam, a rigor, que qualquer variação negativa que se estenda por dias ou semanas pode fazer com que esses novos CPF's cadastrados simplesmente sejam classificados como ''CPF's que realizaram SAQUES'', e consequentemente, o tema ''investimento em bolsa de valores'' deixa de ser um assunto sobre obter recursos para a incrementação de capital em projetos em desenvolvimento no solo brasileiro para um cenário de especulativo onde as pessoas colocam dinheiro ''pra ver no que vai dar''. Isso já torna a QUALIDADE da ALTA vista no Bull Market não muito interessante.
AUXILIOS EMERGENCIAIS:
Durante a pandemia, o Governo tomou medidas emergências para ajudar as empresas e a população. Acontece que muitas empresas fizeram projeções de resultado vindouros levando em consideração o auxílio financeiro que receberam do Governo naquele tempo, e além disso, vimos pessoas usando o auxílio emergencial como um meio de aplicar mais e mais dinheiro na bolsa de valores - assim como aconteceu nos Estados Unidos. Com isso, vimos a bolsa de valores contabilizando entradas de capital do dinheiro que pessoas receberam do auxílio emergencial e até relatórios divulgados pelas empresas tendo uma significativa influência do dinheiro distribuído pelo Governo. Por que estou falando disso? Porque eu considerei como ''CRÉDITO'' esta injeção de capital de fora entrando na conta bancária das pessoas e das empresas para que pudessem, em seguida, continuar a praticar suas atividades econômicas. A partir do momento que o ''crédito'' acaba, qualquer pessoa com um cartão de crédito pessoal ou corporativo sabe o que acontece com a realidade do orçamento e como se faz necessário replanejar os rumos que os seus futuros gastos e investimentos terão. Assim, percebendo que não só S&P 500 estava sendo publicando na mídia como a bolsa que estava batendo ''recordes atrás de recordes'' enquanto o FED cedia este ''crédito emergencial'' e como vi investidores populares no BRASIL que durante a crise estavam registrando os seus maiores ''GANHOS'' por estar comprando ações de empresas valiosas muito descontadas e também pelo governo estar ajudando as mesmas em seu sustento, passei a considerar qualquer relatório divulgado de empresas ou até mesmo indicadores de setores da economia como ''não entrosados a realidade''. O que quero dizer com ''não entrosados a realidade'' é o fato da minha visão estar calibrada para os números que as empresas e países iriam apresentar SEM O CRÉDITO EMERGERCIAL (que todos nós sabíamos que iria acabar um dia) e VERDADEIROS números que as empresas iriam apresentar Neste trecho da análise, o que quero ressaltar é, mais uma vez, o mercado olhando APENAS para a entrada de capital e negligenciando a QUALIDADE dos processos. Para qualquer pessoa entendida em CICLOS, já deve ter entendido até aqui que basicamente descrevi elementos das primeiras etapas de um período de ALTA E EUFORIA antes de chegar na parte de QUEDAS, NEGAÇÃO, MEDO etc.
ALTA DE JUROS E IMPOSTOS:
Para concluir. os juros continuam altos e há pouco os Estados Unidos e outros países anunciaram novas altas em suas taxas de juros. Isso, por si só, já demonstra o quanto isso vai impactar nas finanças dos negócios. Principalmente, o setor imobiliário, onde construtoras recorrem constantemente aos bancos para conseguir financiamento para seus grandes empreendimentos. Os juros altos podem diminuir o ritmo de construção de novos imóveis, diminuir o número de licenças aprovadas para construção, diminuir o número de vendas de novas casas (que constantemente são compradas com o uso de financiamentos e empréstimos por muitas pessoas), e, saindo do setor de construção, podendo impactar em cheio as contas das empresas que estavam endividadas em crédito para manter o negócio girando do jeito que estava. Desta forma, as empresas terão de tomar decisões difíceis para se manter no mercado. O que significa perceber que as dívidas estão mais caras do que o dinheiro que entra devido a inflação alta, priorização dos gastos das famílias no consumo básico de casa (alimentação, saúde etc) num momento de preços altos, quedas nas receitas de trimestre a trimestre, e infelizmente, começar rodadas de demissões dos funcionários que rendem menos para deixar que rendem mais - se elas tiverem condições de manter os que rendem mais.
Naturalmente, este cenário poderá assustar os ''milhões de novos CPF's cadastrados na bolsa'' e percebemos notícias relatando o aumento gradual no número de saques daqueles mesmos ''milhões de CPF's'' que entraram na bolsa. Isso seria, de certa forma, a ''correção'' deste ciclo de alta em ''novas contas'' e ''novos depósitos'' registrados em bolsa para que até mesmo o próprio mercado possa ter a oportunidade de filtrar melhor os tipos de investidores que se mantêm no mercado mesmo em momentos de quedas. Investidor que é investidor se mantém no mercado porque sabe muito bem o que está negociando e também da exposição do seu capital a variações negativas. Mas, os milhões de novos investidores ainda podem não ter entendido que investir também significa deixar o capital flutuar em variações negativas ao invés de apenas ficar no ''verdinho''. De qualquer maneira, esses SAQUES da bolsa podem fazer com que o preço das ações comecem a cair, e naturalmente, esta queda conjunta será contabilizada e demonstrada no índice IBOVESPA.
Agora, saindo dos juros e indo para os impostos, o novo governo brasileiro parece estar disposto a propor uma série de novos impostos. Um desses novos impostos já foi anunciando na MP que aborda como o governo pretende compensar a diminuição na arrecadação devido a mudança no TETO de isenção de imposto de renda. O plano do governo é tributar entre 0 e 22,5% os rendimentos sobre investimentos feitos no exterior. Além do imposto que você já paga para o país no qual você investiu e do IOF, você terá mais um imposto a pagar sobre seus rendimentos. Mais impostos, se você entender um pouco dos efeitos que decisões políticas tem sobre a bolsa de valores e também um pouco sobre ciclos econômicos, é uma forma do governo desestimular o crescimento econômico. Se você for muito frio(a) e calculista verá que, por um lado, essa conta do aumento de imposto terá de ser paga tanto pelos ricos quanto pelos pobres (de um jeito ou de outro), mas ao mesmo tempo desanima tanto o dono(a) do capital que faz com que pense melhor em gastar ou investir seu dinheiro em quantidades maiores na economia, o que significa desacelerar o ritmo de gastos e investimentos no Brasil, e portanto, de alguma forma, ajudar no ritmo na desaceleração da inflação, que por sua vez, fez o Banco Central ter de subir o Juros até 13,75% A.A para que pudesse ser controlada. Pelo menos, aumentar os impostos para contribuir para o controle da inflação é uma das táticas que governos tem usado ao longo dos anos por saberem o quão isso desanima diversas pessoas e empresas a gastarem mais dinheiro na economia e até a investir. Com isso, seria ingênuo não considerar que veremos milhões (talvez bilhões) sendo retirados do Brasil (e da bolsa brasileira) devido a JURO ALTO e AUMENTO DE IMPOSTOS, e muitos empresários(as) vão ressaltar que está ''impossível fazer negócio'' no Brasil com um Juro tão alto e ainda com aumento de impostos. Terá aquele que dirá: ''Mas se está pagando imposto é porque esta ganhando dinheiro'', mas terá o outro que dirá: ''Eu preciso economizar o máximo que eu puder para que a relação CUSTO e RECEITA não seja muito discrepante''. Neste momento, o postulado de ''ECONOMIZAR'' está se manifestando e ganhando cada vez mais e mais força nos mercados. E ainda, devo lembrar que quando o Ser Humano percebe que vai ''perder dinheiro'', qual é o comportamento natural? Tirar ou reduzir a quantidade de dinheiro de onde ele poderá perder mais ou deixar de ganhar mais.
Assim, inicio o encerramento desta análise sugerindo e ressaltando que o passado só é útil para que você possa identificar os padrões de comportamento do Ser Humano em relação a investimentos. Até mesmo para analisar o que está acontecendo AGORA você precisa ter um histórico de eventos que aconteceram no passado. O mercado financeiro é como a mesma história sendo contada vez após vez. Está história é valiosa de conhecer porque permite ao Ser Humano fazer algo que ele adora: PADRONIZAR. Quando ele percebe que consegue padronizar coisas, ele monta estratégias, cria métodos de estudo para ter lucros no mercado educacional por ''JÁ SABER O QUE VAI ACONTECER enquanto o outro não sabe'' e, se você, leitor(a), fizer uma observação meticulosa de relatórios e comportamento de bolsas, moedas e etc, verá que os bancos e corretoras se comportam de forma muito parecida a como se comportaram em momentos anteriores. Então, o mercado financeiro só é difícil para aquele que tem preguiça em apenas OLHAR para como ele se move ao longo do tempo.
Por fim, e para encerrar, depois de analisar alguns elementos fundamentais, acredito que veremos nos próximos 12 a 14 meses a Bolsa de Valores brasileira corrigindo o seu movimento de alta até próximo dos 80-50 mil pontos, os preços das ações vão ficar mais ''justos'' e não muito mais esticados devido a alta anterior. Depois disso, postulo que os agentes de mercado vão tentar impulsionar os preços para cima para voltar aos 100 mil pontos e até mais.
Ativos
Plano Estratégico 21-22 - Viver 7 lançamentos 10 aquisiçõesVivr3Viver prevê 7 lançamentos no curto prazo – Assiste o vídeo das obras recentemente entregues ou prestes a serem concretizas.
Informações extraídas do RI da Viver Incorporadora.
Plano estratégico biênio 2021 / 2022
Atuação em São Paulo, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina, com uma estrutura de 98 funcionários amplamente preparados.
Foco na restruturação, redução de passivos, destinação apropriada de ativos e na retomada de suas atividades enquanto incorporadora.
Viver
O plano estratégico do biênio 2021 – 2022 prevê?
Lançamentos de 2 empreendimentos no ano de 2021;
Lançamentos de 5 empreendimentos no ano de 2022.
SOLV
Subsidiária da Viver que foi criada inicialmente como um empresa destinada a solucionar os ativos estressados da própria Incorporadora Viver.
- Maior relevância no corpo da Companhia. Devido ao sucesso do Case Viver;
- Preparando para fazer investimentos em ativos estressados do mercado imobiliário;
- A expertise da SOLV é atuar de forma a destravar ativos imobiliários que estejam em stress.
- Plano estratégico do biênio 2021 – 2022 prevê:
Aquisição de 5 ativos estressados em 2021;
Aquisição de 5 ativos estressados em 2022.
Agora, assista os últimos empreendimentos entregues ou nas vias de serem entregues pela VIVER. (youTUBA)