Ibovespa saltou +17,9% nos últimos dois dias, e hoje já acumula alta de mais 4%, registrando certo otimismo por parte do mercado. O mercado estava bastante apreensivo devido a tensões do COVID-19 e suas consequências. O otimismo vem do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro em relação a economia voltar ao normal, devendo isolar apenas o grupo de risco; e também tivemos anúncio do FED de injeção de liquidez na economia norte americana (U2T), o que levou otimismo ao mercado internacional.
A população brasileira vive um dilema em relação a economia e ao grupo de risco, neste exato momento (COVID-19): - Por um lado, o governo e a população assalariada PRECISAM que as pessoas voltem a consumir e a trabalhar. Mais de 70% dos empregos no Brasil são gerados por Pequenas e Médias empresas. Se a economia não voltar a rodar, os pequenos e médios vão QUEBRAR. Deixando de faturar e trabalhar durante 1~3 meses, veremos um desemprego em massa nos próximos meses/anos. Aí voltaremos aos velhos indicadores que já conhecemos (Renda Fixa e taxa de juros Aumentam, Inflação em Alta, Custo de dívida Alto), sem falar na taxa altíssima de desemprego que gera violência, depressão e mortes. Nos Estados Unidos os pedidos de seguro-desemprego já saltam de 282mil para 3,28 milhões em meio a crise. O maior número de pedido de seguro desemprego da história foi em 1982: 695mil. Ou seja, já estão ocorrendo demissões em massa, batendo recordes. Imagine em 1/2 meses o caos em que os países se encontrarão.
- Por outro lado, a ciência e os médicos dizem que a calamidade é pública e mundial. Se as pessoas saírem as ruas, a pandemia irá se espalhar fortemente, colapsando o sistema de saúde brasileiro e possivelmente gerando mais mortes relacionadas ao grupo de risco. Será que o isolamento apenas do grupo de risco é possível? Será que não teremos um colapso no sistema de saúde brasileiro? Há quem diga que sim, há quem diga que não. Se o brasileiro que está fora do grupo de risco não sobrecarregar o sistema de saúde e ficar em casa, caso seja contaminado.. Dizem que para estes, será apenas uma gripe normal e passageira. Os hospitais deveriam ser apenas para o grupo de risco; e pessoas que estão com a saúde comprometida. O pânico gera o caos.
A verdade é que não sabemos o real impacto de qualquer medida. Não sabemos, de fato, se ficaremos 2 ou 3 meses parados. Não sabemos se os casos seguirão aumentando. Portanto, temos diversos fatores que ditam qual caminho podemos tomar. De ambos os lados, veremos mortes.
Estamos em um debate, no qual médicos dizem: "Escolha a economia e estará matando seus avós". E alguns economistas, empreendedores e assalariados dizem: "Ou eu morro do vírus, ou eu morro de fome".
A verdade é que seja qual decisão tomarmos, ninguém saberá o real resultado da outra. Sofreremos de qualquer maneira. Sendo assim, os que sofrerem daqui pra frente, provavelmente irão julgar o governo atual, principalmente o centro-esquerda, se prevalecendo do contexto atual e da crise que está se instalando no país.
Não queremos escolher entre nossos velhinhos e o nosso sustento. Não queremos escolher entre a saúde e o alimento. Mas a verdade é que talvez sejamos obrigados a tomar uma decisão. Tudo depende do crescimento da epidemia nos próximos dias e se, de fato, conseguiremos voltar a trabalhar. Só sei que neste momento, eu não queria estar na pele de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro. Que Deus ajude o Brasil.
Gráfico: Perdemos a forte Linha de Tendência de baixa no Ibovespa, sinalizando possível reversão ou lateralização. Estamos recuperando da forte queda dos últimos dias.
Os alvos de recuperação de mercado são as retrações de Fibonacci.
Alvo 1: Retração de 38,2% - 83.000 pts. Alvo 2: Retração de 50% - 90.000 pts. Alvo 3: Retração de 61,8% - 96.700 pts.
Caso percamos mínima, devemos estender Fibo até o próximo fundo, projetando qual será o alvo da sua Retração. Se você estudar Fibonacci e utilizá-lo para análises, verá a sua grande precisão. Muitas vezes os alvos de retração de Fibo são Pullbacks (Correção), ou reversões.
Falaremos melhor sobre Fibonacci em um próximo post.
As informações e publicações não devem ser e não constituem conselhos ou recomendações financeiras, de investimento, de negociação ou de qualquer outro tipo, fornecidas ou endossadas pela TradingView. Leia mais em Termos de uso.