Índice Bovespa
Viés de baixa

IBOV SEMANAL – CORREÇÕES – E A PERDA DOS 100 MIL PONTOS

Tudo começou quando tentei interpretar as máximas registradas pelo Índice Bovespa. São as três máximas que considero:
­ 1º máxima (pré-pandemia) = 119.593,10 pontos;
­ 2º máxima (pós-pandemia) = 125.323,53 pontos;
­ 3º máxima (histórica) = 131.190,30 pontos.

O meu primeiro erro se concentra na interpretação que dei às duas últimas máximas. Interpretei-as como sendo dois toques do padrão gráfico “Topo Duplo”, tendo como ponto de baixa no meio delas a mínima dos 107.319,15 pontos. E, com estes dados, então, fiz a projeção para 89.314,77 pontos.

Todo este conjunto de altas históricas podem muito bem ser interpretados de uma forma mais encadeada, conectando as duas últimas máximas com a mínima entre elas de forma mais detalhada e assertiva. Assim, se desenha um padrão gráfico que melhor justifique todo este movimento – e o seguinte – tendo em vista que a sua configuração melhor explica toda a cinesia. Este padrão gráfico nada mais é do que a “Cunha Ascendente como padrão de Reversão de Baixa”.

Veja o gráfico abaixo:

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As duas máximas anteriores devidamente conectadas pela linha superior da cunha, bem como a mínima entre elas, os 107.319,15 pontos, ligando a mínima dos 110.926,74 pontos, tendo como terceiro ponto de confirmação em 117.630,62, desenhando a linha inferior da cunha, para, enfim, conectar-se, em ápice, com a linha superior, formando em definitivo a Cunha Ascendente.

E este padrão é de reversão de baixa, pois houve o rompimento da linha inferior da cunha no início do mês de julho de 2021, tendo a média móvel simples como indicador de confirmação, sendo rompida para baixo. Mesma confirmação de reversão da tendência se vê no IFR (Índice de Força Relativa).

Com o desenho gráfico devidamente montado – e confirmado pelos indicadores técnicos –, pode-se fazer a projeção em 95.684,67 pontos. E, por este padrão gráfico, entende-se todo o movimento de baixa que se deu em seguida, até registrar a mínima dos 100.074,61 pontos.


Portanto, considero meu primeiro erro devidamente corrigido pelos comentários que fiz até aqui.


Em seguida, eis a parte mais difícil de se explicar, que é a região entre os 100 mil e os 107 mil pontos. Mais particularmente para o que houve no meio do mês de outubro de 2021 até o meio do mês de janeiro de 2022. Considero que é uma região que se mostrou ser suporte significativo, haja vista ela ter sido “testada” várias vezes e, também, por várias vezes, retorna para a região acima dela.

Essa foi realmente uma época em que se mostrou ser uma reversão da “reversão” da tendência, pois veja:

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O desenho gráfico “Cunha Ascendente como padrão de Reversão de Baixa” nos mostrou que haveria uma correção de baixa e o Índice se afastaria das máximas, o que efetivamente ocorreu, ao registrar a mínima de 100 mil pontos; no entanto, a mínima se mostrou ser um importante suporte em que os acontecimentos entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, me levaram a crer ser um movimento altista, amparado no padrão gráfico “Fundo Duplo”, mais fácil de ser visto no gráfico diário.

Este desenho gráfico efetivamente aconteceu, tendo sua projeção atingida na semana do dia 28 de março, em que fiz uma nova projeção, também altista, baseado no padrão “Ombro-Cabeça-Ombro Invertido”: os “ombros” amparados na região dos 107 mil pontos e a “cabeça”, sendo a mínima dos 100 mil pontos, projetando-se para 129.779,09 pontos.

Porém, o máximo que o Ibovespa registrou em seguida foi 121.628,22 pontos, como se vê no gráfico abaixo:

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Desde então, tem-se registrado mínimas e máximas cada vez menores. Porém, eu acreditava ser movimentos de incerteza em que pude vislumbrar o padrão gráfico “Triângulo Simétrico”, ou seja, uma indecisão sobre qual caminho tomar no longo prazo, em que só se sabe qual será seu real movimento (alta ou baixa) quando houver o efetivo rompimento das linhas – superior ou inferior – do triângulo.

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Acontece que o IBOV já tem “testado” a linha inferior do triângulo na semana do dia 09 de maio e ele efetivamente rompeu a linha inferior nesta última semana.

Como configuração técnica do “Triângulo Simétrico”, a ocorrência do efetivo rompimento da linha do triângulo (superior ou inferior) acontece quando estiver a uma distância do ápice de 1/4 a 1/5 do tamanho total do triângulo. Acontece que o Índice atualmente se encontra, ainda, muito longe dessa região, que é de suma importância para o desenvolvimento desse padrão gráfico.

Ou seja, como o IBOV “rompeu” muito cedo a linha inferior do triângulo, acredito que minha análise esteja errada, ao classificar os movimentos atuais como dentro de um “Triângulo Simétrico”. Portanto, eis aqui meu segundo erro de análise ao qual tento consertar. E como faço para corrigir? Simplesmente desconsiderando-a e retirando-a do meu gráfico, mantendo apenas a projeção que fiz do desenho gráfico “Cunha Ascendente como padrão de Reversão de Baixa”. E faço isso justamente por perceber que este padrão gráfico não se encaixa naquilo que o gráfico está nos apresentando.


Por fim, não menos importante: ao fazer essas devidas correções para dar continuidade à análise semanal deste gráfico, acredito que estamos diante de outro padrão gráfico que encadeia todas as máximas registradas pelo Ibovespa desde o período pré-pandemia.

O padrão gráfico ao qual chamo atenção é o “Ombro Cabeça Ombro”, na qual os “ombros” estão acima da máxima dos 119.593,10 pontos, registrados em janeiro de 2021 e março/abril de 2022, respectivamente. Destaque ainda que ambos os “ombros” fizeram o movimento parecido de “Pinça de baixa”. E a “cabeça” é o topo histórico dos 131.190,30 pontos. A linha de pescoço é a região dos 107.319,15 pontos, em que foi efetivamente rompida na semana do dia 02 de maio.

A projeção deste padrão gráfico vai de acordo com o padrão “Cunha Ascendente de Baixa” (padrão de reversão anteriormente apresentado), pois sua projeção também é baixista, que se fixa em 83.448,00 pontos.

Após o efetivo rompimento, houve um pullback na qual se respeitou a LTA (Linha de Tendência de Alta), agora servindo de resistência, para o Índice voltar ao seu movimento de baixa conforme esperado.



Em conclusão, por todo o exposto, espera-se que haja um movimento de baixa no gráfico do Índice Bovespa, nos termos das projeções apresentadas. E para uma melhor análise acrescentarei outro indicador técnico: Média Móvel 200, além da Média Móvel Simples que já estava no gráfico desde o começo.



O Ibovespa fechou esta semana em baixa de 5,36%, a 99.824,94 pontos.

Com a queda desta última semana, finalmente houve o rompimento da linha de suporte dos 100.074,61 pontos, indo de acordo com as projeções fixadas em 95.684,67 pontos (projeção do padrão gráfico “Cunha Ascendente de Baixa”), bem como em 83.448,00 pontos (projeção do padrão gráfico “Ombro-Cabeça-Ombro”).

E espera que haja continuidade do movimento de baixa, tendo esta ideia amparada não só nos padrões gráficos e suas projeções, como também nos indicadores técnicos utilizados: Médias Móveis Simples, Média Móvel 200 e Índice de Força Relativa (IFR).

Destaque para o rompimento, também, da Média Móvel 200 pelo candle desta última semana, em que antes servia como significativo suporte na região dos 100 mil pontos, justamente no mesmo candle em que se registrou esta mínima na semana do dia 29 de novembro de 2021, e a aproximação da Média Móvel Simples, sendo um indicativo importância de continuação da tendência de baixa.

Veremos o que o mercado nos reserva na semana que vem!
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