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Petrobras quer alavancar indústria nacional e reabilitar companhias, diz CEO

Com promessa de alavancar a indústria nacional, a Petrobras PETR3 está mapeando oportunidades na cadeia produtiva brasileira e reabilitando companhias que foram impedidas de negociar com a empresa, após passarem um período de punição e adequação por casos de casos de corrupção.

As mensagens foram transmitidas pelo CEO, Jean Paul Prates, em uma reunião na véspera com representantes de outras petroleiras, dos estaleiros, da subsidiária de transporte e logística Transpetro e da Abespetro, segundo nota publicada pela Petrobras nesta sexta-feira.

A petroleira destacou que o objetivo com essas ações é impulsionar a economia brasileira, aumentando a geração de empregos e de renda, com o alicerce de uma política de Estado.

"Estamos saindo de duas fases diametralmente opostas que traumatizaram o setor de petróleo e gás. Aprendidas as lições, precisamos levantar a cabeça e seguir adiante, reabilitar empresas brasileiras experientes, reestruturar nossos estaleiros e voltar a induzir investimentos na indústria nacional", disse Prates, na nota.

"A Petrobras está gradualmente reabilitando as empresas que cumpriram seus períodos de quarentena punitiva e têm apresentado condições de voltar ao mercado", completou ele.

Diversos estaleiros e empresas foram incluídos em uma lista de companhias embargadas pela Petrobras nos últimos anos, impedidas de fechar novos contratos com a estatal, após o escândalo de corrupção apurado pela operação Lava Jato no passado.

Em sua fala, Prates enfatizou uma "interdependência entre a Petrobras e a indústria e a necessidade de caminharem juntas para garantir o futuro do setor".

"Ao diagnosticar e propor a situação da indústria atual, já vamos tentar vaticinar como a gente deve atuar e projetar 40 anos para a frente. Dada a nossa interdependência, se a gente não tiver fornecedor daqui a 30, 40 anos, a gente simplesmente para de produzir", adicionou.

As falas de Prates estão em linha com declarações do presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, em sua primeira coletiva de imprensa após tomar posse em maio, onde destacou que a subsidiária retomaria a construção de navios próprios em estaleiros brasileiros.

Bacci havia comunicado a criação de um grupo de estudos para trabalhar por cerca de dois meses no levantamento de informações para a elaboração de um amplo e novo programa com essa finalidade, incluindo dados sobre demandas necessárias de navios, os estaleiros que podem atuar e os custos necessários.

DESCOMISSIONAMENTOS

Também presente no evento da véspera, o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, apresentou um panorama sobre as oportunidades geradas pelo processo de descomissionamento de plataformas operadas pela Petrobras, informou a Petrobras.

"O descomissionamento gera oportunidades para alocação de mão de obra nos estaleiros nacionais e é uma atividade que pode convergir com a construção naval", disse Travassos, na nota.

O diretor afirmou que 26 unidades serão descomissionadas até 2027. E de 2028 a 2029, a previsão é descomissionar outros 27 sistemas. "Em paralelo, serão mais de 650 mil toneladas de aço destinadas à reciclagem, reforçando o conceito de economia circular", disse Travassos.

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