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Ibovespa fecha em alta de 2% com PIB acima do previsto e exterior favorável

O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, após dados mostrando que a economia brasileira cresceu mais do que o esperado no primeiro trimestre, em pregão endossado pelo clima favorável a ativos de risco no exterior, com ganhos em Wall Street e avanço de commodities como petróleo e minério de ferro.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa IBOV subiu 2,06%, a 110.564,66 pontos, quebrando a série de três quedas. O volume financeiro somou 30 bilhões de reais.

O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, mostrou o IBGE mais cedo, acima da expectativa de um avanço de 1,3%.Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, houve expansão de 4,0%, ante expectativa de alta de 3,0%.

Economistas destacaram o fato de o PIB ter crescido impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, enquanto vários, entre eles os do Itaú Unibanco, esperam desaceleração da atividade econômica ao longo dos próximos trimestres, com crescimento ligeiramente positivo.

Em razão de o dado ter ficado acima do esperado, bem como de revisões na série, muitos prometeram aumentar ou já elevaram suas projeções para 2023. Entre eles, o chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America, David Beker, disse que agora espera uma expansão de 2,3%.

O movimento contido na curva de juros, apesar do PIB, corroborou as compras, principalmente de ações de empresas sensíveis à economia doméstica, que já vinham ganhando fôlego em maio após dados de inflação recentes e o avanço do arcabouço fiscal alimentarem expectativas de queda mais cedo da Selic.

"O mercado está cada vez mais precificando que uma queda é factível no segundo semestre", afirmou o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti. Por ora, prevalecem as apostas de que a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, comece a cair em setembro. Alguns, mais otimistas, já consideram agosto.

Bertotti ressaltou que fatores domésticos, notadamente o comportamento dos preços e as perspectivas de inflação, bem como o andamento do arcabouço fiscal, fizeram bastante preço na bolsa paulista em maio e esse movimento deve continuar em junho, enquanto o cenário externo ainda inspira cautela.

Nesta sessão, porém, ele ressaltou que o ambiente global corroborou o viés ascendente no mercado brasileiro, com alta de commodities, dado o peso de papéis como Vale e Petrobras no Ibovespa, além de um alívio com notícias dos Estados Unidos e mesmo dados melhores sobre a China.

Nos EUA, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei para suspender o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares na noite de quarta-feira, com o Senado sinalizando que busca uma aprovação rápida da proposta, que precisa ser sancionada até 5 de junho a fim de evitar um calote catastrófico.

Além disso, números da indústria norte-americana, bem como do mercado de trabalho dos EUA, alimentaram expectativas de que o Federal Reserve pode adotar uma pausa no ciclo de aperto monetário. Na sexta-feira, as atenções estarão voltadas para novos números de emprego, que ajudarão a calibrar as apostas.

DESTAQUES

- B3 ON IBOV fechou em alta de 7,36%, a 14,3 reais. Analistas do Citi estimaram que a operadora da bolsa paulista encerrou maio com um volume financeiro médio diário de 26,7 bilhões de reais no mercado de ações à vista, o que representa uma alta de 8% ante abril e deve ter sido o maior do ano, assim como o giro de mercado, que eles estimaram que subiu para 164%.

- VALE ON VALE3 avançou 2,12 %, a 65,16 reais, endossada pelo alta dos contratos futuros do minério de ferro na China, com o vencimento mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrando as negociações diurnas com elevação de 5,77%. A Vale também anunciou, juntamente com a BHP BHP, acordo para uma reestruturação de dívida da Samarco (SAMNE.UL).

- PETROBRAS PN PETR3 subiu 3,22 %, a 26,96 reais, favorecida pelo avanço dos preços do petróleo no exterior, com o contrato Brent BRN1! fechando em alta de 2,31%, a 74,28 dólares o barril. A companhia também disse que decidiu que aportará em projetos de baixo carbono entre 6% e 15% do investimento total de seu Plano Estratégico 2024-2028, que está em elaboração e será publicado no fim deste ano.

- ITAÚ UNIBANCO ON ITUB3 avançou 1,46 %, a 26,7 reais, enquanto BRADESCO PN BBDC3 subiu 1,74 %, a 15,78 reais, também acompanhando a onda compradora.

- LOCAWEB ON LWSA3 saltou 11,88%, a 8,57 reais, retomando o viés de alta que marcou maio, após três quedas seguidas, com um PIB mais forte do que o esperado, enquanto a curva de juros ficou "comportada" no dia.

- AZUL PN AZUL e GOL PN GOLL3 avançaram 5,93%, a 17,85 reais, e 5,77%, a 8,8 reais, respectivamente, se beneficiando das perspectivas mais favoráveis para a economia, além de redução nos preços do querosene de aviação. No setor de viagens, CVC BRASIL ON CVCB3 encerrou com elevação de 7,4%.

- MRV ON MRVE3 valorizou-se 6,15 %, a 10,7 reais, em dia positivo para construtoras. O índice do setor imobiliário B3SA3, que também inclui papéis de shopping centers, subiu 1,66 %. ALIANSCE ON (ALSO3.SA) avançou 3,74 %, com o JPMorgan colocando o papel como sua "top pick" do setor.

- ENERGISA UNIT ENGI11M caiu 3,27 %, a 42,6 reais, em sessão negativa para empresas de energia elétrica, com CPFL ENERGIA ON CPFE3 perdendo 1,32 % e EQUATORIAL ON EQTL3 recuando 0,71 %, enquanto ELETROBRAS ON ELET3 reverteu as perdas para fechar em alta de 0,85 %. O índice do setor B3SA3 encerrou com variação positiva de 0,08 %.

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