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BC britânico volta a elevar juros e prevê queda da inflação

O Banco central britânico elevou a taxa de juros em mais 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira e disse que espera que o aumento da inflação esfrie mais rápido do que antes, apesar de um salto surpreendente dos preços anunciado na quarta-feira.

Soando mais otimistas sobre as perspectivas para o ritmo lento de crescimento econômico do país, os nove membros do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra votaram por 7 a 2 a favor de um aumento de 25 pontos-base nos juros, para 4,25%.

Esse foi o 11º aumento consecutivo nos custos de empréstimos, que começaram em dezembro de 2021, embora tenha sido o menor desde junho do ano passado.

Os membros do comitê Swati Dhingra e Silvana Tenreyro votaram pela manutenção dos juros, enquanto Catherine Mann, que tem sido a mais forte defensora e aumento da taxa em passos maiores, apoiou o relativamente pequeno aumento de 25 pontos-base.

O Banco da Inglaterra - que está tentando conciliar uma perspectiva econômica fraca e a ansiedade sobre os bancos globais com a inflação alta - manteve a mensagem de que o comitê vê menos urgência em manter a rápida sequência de aumentos de juros.

"O comitê continuará monitorando de perto as indicações de pressões inflacionárias persistentes, incluindo o aperto das condições do mercado de trabalho e o comportamento do crescimento salarial e da inflação de serviços", disse o banco central.

"Se houver evidências de pressões mais persistentes, será necessário um maior aperto da política monetária", acrescentou.

O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, e seus colegas abandonaram no mês passado a linguagem que dizia que estavam prontos para agir com força se as perspectivas sugerissem pressões inflacionárias persistentes.

No comunicado desta quinta-feira, o Banco da Inglaterra disse que o crescimento dos preços continua a caminho de cair acentuadamente no período de abril a junho deste ano, apesar do salto surpreendente da inflação para 10,4% em fevereiro.

A inflação no segundo trimestre será menor do que a previsão do banco no mês passado, depois que o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, anunciou na semana passada uma extensão dos subsídios estatais para reduzir as contas de serviços públicos das famílias, e os preços internacionais da energia caíram, disse.

Ainda na terça-feira - antes dos últimos dados de inflação - os investidores estavam divididos sobre se o banco central deixaria a taxa de juros inalterada pela primeira vez desde novembro de 2021, após o resgate do Credit Suisse e o colapso do Silicon Valley Bank.

O Banco da Inglaterra observou na quinta-feira "movimentos grandes e voláteis" nos mercados financeiros em todo o mundo causados pela turbulência bancária, mas disse que seu Comitê de Política Financeira julgou que o sistema bancário no Reino Unido permanece resiliente.

"O Comitê de Política Monetária continuará monitorando de perto qualquer efeito nas condições de crédito enfrentadas por famílias e empresas e, portanto, o impacto nas perspectivas macroeconômicas e de inflação", afirmou.

O Banco Central Europeu manteve seus planos na semana passada e elevou os juros em 50 pontos-base, apesar da turbulência do Credit Suisse, um movimento repetido pelo Banco Nacional Suíço na quinta-feira, alertando que mais aumentos não podem ser descartados.

Na quarta-feira, o Federal Reserve elevou sua taxa de juros de referência em 0,25 ponto percentual e indicou que está prestes a interromper os aumentos.

O Bando da Inglaterra projetou que as medidas incluídas no orçamento de Hunt acelerarão a lenta economia do Reino Unido e aumentará o nível do Produto Interno Bruto em cerca de 0,3% nos próximos anos.

Ele disse esperar ligeiro crescimento do PIB no segundo trimestre de 2023, elevando sua previsão pré-orçamento feitas em fevereiro de que a economia estava a caminho de encolher 0,4% durante o período de abril a junho.

(Reportagem de William Schomberg e David Milliken)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5047 2984))

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