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Dólar ronda estabilidade com PIB dos EUA em foco; Ibovespa recua

O dólar era negociado próximo da estabilidade ante o real nesta quinta-feira, alternando ganhos e perdas leves, conforme investidores digeriam dados acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, enquanto o Ibovespa caía, rondando o patamar dos 114 mil pontos.

O PIB norte-americano cresceu a uma taxa anualizada de 2,9% no último trimestre, disse o Departamento de Comércio em sua primeira estimativa nesta quinta-feira, contra projeção de economistas de expansão de 2,6%, segundo pesquisa da Reuters. Já os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA vieram menores do que o esperado.

Os números impulsionaram as ações em Wall Street mais cedo, com redução dos temores de recessão econômica, mas alguns dos principais índices já passaram a cair. Investidores projetavam os impactos dos novos dados na política monetária do Federal Reserve (Fed), que se reúne semana que vem. O dólar DXY avançava ante uma cesta de moedas fortes e os rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiam.

Com a cena local mais esvaziada no panorama macroeconômico e político, as empresas ganhavam destaque, com o início da temporada de balanços com a divulgação do resultado da Cielo à noite. A Petrobras também estava em foco após Jean Paul Prates tomar posse como seu novo presidente.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 12h45 desta quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar era negociado perto da estabilidade à medida que investidores analisavam dados econômicos dos Estados Unidos, em especial o Produto Interno Bruto (PIB), em busca de pistas sobre os próximos passos do banco central norte-americano.

No exterior, o dólar DXY também avançava ante uma cesta de moedas fortes. Frente aos principais pares emergentes do real, a moeda norte-americana exibia ganhos discretos.

A economia dos EUA manteve um forte ritmo de crescimento no quarto trimestre uma vez que os consumidores aumentaram os gastos com bens, mas o impulso parece ter desacelerado consideravelmente no final do ano, com as taxas de juros mais altas corroendo a demanda.

O PIB dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 2,9% no último trimestre, disse o Departamento de Comércio em sua primeira estimativa nesta quinta-feira, contra expansão de 3,2% no terceiro trimestre. Economistas consultados pela Reuters projetavam expansão do PIB a uma taxa de 2,6%.

Também nesta manhã, o Departamento do Trabalho divulgou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 6.000, para 186.000, na semana encerrada em 21 de janeiro, abaixo do esperado por economistas em pesquisa da Reuters.

Os indicadores antecedem a reunião de política monetária do Federal Reserve na semana que vem, com aposta majoritária no mercado de elevação da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, o que marcaria uma nova redução no ritmo de aperto monetário.

A perspectiva de potencial interrupção nas alta de juros nos EUA nos próximos meses, aliada a outros fatores externos como a reabertura da China, deu suporte para a entrada de recursos no Brasil nos últimos dias, segundo agentes financeiros, o que impulsionou a divisa local.

Na véspera, o dólar à vista caiu 1,21%, a 5,0807 reais na venda, menor nível de fechamento desde 4 de novembro do ano passado (5,0524).

"Seguem ingressando recursos no país, 'reforçando' a elevada liquidez dos mercados e o bom diferencial de juros interno e externo", escreveu a equipe da Mirae Asset em comentário a clientes nesta quinta-feira.

Na cena política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou visita internacional por Argentina e Uruguai e retoma seus trabalhos de Brasília, tendo em sua agenda reuniões ministeriais e com congressistas.

. Dólar/Real (BRBY): +0,14%, a 5,0877 reais na venda;

. Euro/Dólar EURUSD: -0,52%, a 1,0858 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas DXY: 0,59%, a 102,150.

BOVESPA

O Ibovespa buscava continuar acima dos 114 mil pontos nesta quinta-feira, renovando máxima intradia no ano, com Vale entre os principais suportes, enquanto Suzano e Klabin figuravam na ponta negativa em meio a perspectivas de queda do preço da celulose.

Investidores também analisam dados mostrando que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anualizada de 2,9% no último trimestre, desacelerando frente ao terceiro trimestre, mas acima das projeções.

De acordo com o superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, o Ibovespa continua sendo amparado pela entrada de capital externo. "Não há argumento contra fluxo", afirmou.

Os dados mais recentes da B3 mostram que as compras de estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro superam as vendas em 8,1 bilhões de reais neste ano até o dia 24.

Nesta quinta-feira, também começa a temporada de resultados de empresas listadas, com os números da Cielo CIEL3 após o fechamento do mercado. Mas o calendário deve ganhar fôlego mesmo no começo de fevereiro.

Em Wall Street, o S&P 500 SPX avançava 0,7%, uma vez que o PIB mostrou que a economia dos Estados Unidos manteve um forte ritmo de crescimento no quarto trimestre, enquanto outra divulgação apontou queda nos pedidos de auxílio-desemprego.

DESTAQUES

- VALE ON VALE3 subia 1,24%, a 97,39 reais, com siderúrgicas também na ponta positiva. CSN ON CSNA3 valorizava-se 2,04%, USIMINAS PNA USIM3 ganhava 2,05% e GERDAU PN GGBR3 mostrava aumento de 1,49%.

- BANCO DO BRASIL ON BBAS3 tinha elevação de 0,98%, a 0,98 reais, mais uma vez como destaque positivo do setor, com analistas colocando o papel como um dos preferidos entre os grandes bancos. BRADESCO PN (BBDC.SA) subia 0,07%, mas ITAÚ UNIBANCO PN ITUB3 caía 0,27%. BTG PACTUAL UNIT BPAC11M registrava variação positiva de 0,09%, a 21,58 reais, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manter bloqueados no banco 1,2 bilhão de reais que a Americanas tentava acessar.

- EZTEC ON EZTC3 avançava 4,26%, a 14,92 reais, em sessão positiva para ações de empresas de construção, com MRV ON MRVE3 em alta de 1,01%, a 7,01 reais. O índice do setor imobiliário B3SA3 da B3, que também inclui ações de empresas de shopping center, tinha elevação de 0,33%. Analistas do Citi também elevaram a recomendação dos papéis da Eztec para "neutra", com preço-alvo de 15 reais.

- PETROBRAS PN PETR3 cedia 2,45%, a 26,28 reais, após confirmar que Jean Paul Prates tomou posse como conselheiro e presidente da petroleira nesta quinta-feira. Indicado para o comando da Petrobras, Prates apresentou na véspera sua renúncia ao mandato de senador. No setor de petróleo, 3R PETROLEUM ON RRRP3 subia 2% e PRIO ON PRIO3 avançava 1,5%, em dia de alta dos do petróleo no exterior.

- SUZANO ON (SUZB3.S) recuava 2,69%, a 45,51 reais, e KLABIN UNIT KLBN11M perdia 1,8%, a 19,07 reais, na ponta de baixa do Ibovespa. Analistas do JPMorgan cortaram a recomendação das ações da Suzano e das units da Klabin para "neutra", bem como reduziram os preços-alvo para 56 e 24 reais, respectivamente, de 70 e 36 reais, anteriormente, uma vez que cortaram previsão para o preço da celulose de fibra curta (BHK) na China em 2023. "É difícil argumentar a favor das ações de celulose quando o preço da commodity cai", afirmaram Rodolfo Angele e Lucas Yang.

- MAGAZINE LUIZA ON MGLU3 cedia 0,46%, a 4,33 reais, em meio a movimentos de realização de lucros. Desde o anúncio dos problemas contábeis da Americanas, os papéis da Magalu se valorizaram mais de 40% considerando o fechamento da véspera. No setor, VIA ON (VIIA3.SA) subia 2,44%. AMERICANAS ON AMER3, que não está mais no Ibovespa, valorizava-se 10,64%, a 1,04 real. A companhia divulgou mais cedo que o STJ manteve bloqueados no BTG Pactual 1,2 bilhão de reais.

- WEG ON WEGE3 caía 2,01%, a 37,94 reais, devolvendo parte da alta da véspera, quando fechou com elevação de 4%.

. Ibovespa IBOV: -0,22%, a 114.017,47 pontos;

. Volume financeiro: 8,1 bilhões de reais;

. Índice dos principais ADRs brasileiros (.BR20): -0,3%, a 17.991,34 pontos.

BOLSAS DOS EUA

Os principais índices de Wall Street abriram em alta nesta quinta-feira, mas já operavam sem uma única direção, apesar de dados mostrarem um mercado de trabalho resiliente e crescimento econômico melhor do que o esperado nos Estados Unidos no último trimestre de 2022.

. Dow Jones DJI: -0,29%, a 33.647,18 pontos;

. Standard & Poor's 500 SPX: 0,00%, a 4.016,31 pontos;

. Nasdaq IXIC: +0,36%, a 11.353,81 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 SXXP tinha alta de 0,44%, a 454,04 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times UK100 avançava 0,20%, a 7.760,52 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX DAX subia 0,32%, a 15.130,02 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 PX1 ganhava 0,79%, a 7.099,73 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib FTSEMIB tinha valorização de 1,07%, a 26.152,73 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 IBC registrava alta de 0,79%, a 9.027,90 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 PPSI20 valorizava-se 0,75%, a 5.942,75 pontos.

JUROS

Mês

Ticker

Taxa

(% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JUL/23

(DIJN23)

13,695

13,695

0

AGO/23

(DIJQ23)

13,71

13,708

0,002

OUT/23

(DIJV23)

13,64

13,635

0,005

JAN/24

(DIJF24)

13,5

13,482

0,018

JAN/25

(DIJF25)

12,695

12,646

0,049

JAN/26

(DIJF26)

12,63

12,572

0,058

JAN/27

(DIJF27)

12,7

12,642

0,058

JAN/28

(DIJF28)

12,785

12,733

0,052

JAN/29

(DIJF29)

12,93

12,852

0,078

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10Y: rendimento em alta a 3,4873%, ante 3,462% no pregão anterior;

PETRÓLEO

. Nymex - CL1!: 1,21%, a 81,12 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent BRN1!: 1,36%, a 87,29 dólares por barril.

((Redação São Paulo, 55 11 56447723))

AR

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