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Cortes de impostos no Reino Unido derrubam ações; dólar dispara e títulos caem

As ações atingiam mínimas de dois anos nesta sexta-feira, o dólar bateu o maior nível em duas décadas e os títulos caíam conforme investidores temem o impacto do aperto monetário global sobre a atividade, enquanto ativos do Reino Unido despencavam após o anúncio de enormes cortes de impostos financiados por dívidas.

Os ativos do Reino Unido já estavam mais fracos, mas estendiam sua queda depois que o novo ministro das Finanças britânico divulgou uma agenda histórica de corte de impostos que aumentará o endividamento público. Os rendimentos dos títulos do Reino Unido caminhavam para o maior aumento diário em décadas, e os mercados monetários previam que a taxa de juros do Banco da Inglaterra deve chegar a 5% em maio do próximo ano.

O clima nos mercados foi azedo durante toda a semana, com os principais bancos centrais entregando mais aumentos de juros para combater a inflação, o Japão intervindo para sustentar o iene e dados sombrios do índice de gerentes de compras (PMI) nesta sexta-feira apontando para uma desaceleração mais profunda na Europa.

Os juros foram elevados nos Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Suíça e Noruega, entre outros lugares, mas foi o sinal do Federal Reserve de que espera que a taxa dos Estados Unidos se mantenha alta até 2023 que gerou a mais recente onda de vendas.

O índice de ações mundiais da MSCI EURONEXT:IACWI caía para o menor nível desde meados de 2020 nesta sexta-feira, tendo perdido cerca de 12% no mês desde que o chair do Fed, Jerome Powell, deixou claro que reduzir a inflação trará prejuízos.

O euro caía pelo quarto dia consecutivo depois que dados mostraram que a desaceleração da economia alemã piorou em setembro, com consumidores e empresas enfrentando uma crise de energia sem precedentes e uma inflação em espiral.

Às 9:24 (de Brasília), o índice S&P 500 SPX operava estável, a 0,00 pontos, enquanto o Dow Jones DJI caía 0,35%, a 30.076,68 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite IXIC operava estável, a 0,00 pontos.

O índice pan-europeu STOXX 600 SXXP caía 2,27%, a 390,68 pontos.

No mercado de câmbio, o índice do dólar DXY --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,80%, a 112,110.

O euro EURUSD tinha queda de 0,75%, a 0,9762 dólar, que ao mesmo tempo avançava 0,35%, a 142,85 ienes USDJPY.

A libra GBPUSD devolvia 1,73%, a 1,1062 dólar, que por sua vez ganhava 0,20%, a 0,9787 franco suíço USDCHF.

O dólar australiano AUDUSD, muitas vezes tido como uma "proxy" de demanda por risco, desvalorizava-se 0,95%, a 0,6580 dólar norte-americano.

Na renda fixa, o rendimento do Treasury de dez anos US10Y --referência global para decisões de investimento-- subia 4,50 pontos-base, a 3,7525%.

A taxa do título de cinco anos (US5YT=RR) avançava 6,30 pontos-base, a 3,9897%.

O yield do Treasury de dois anos (US2YT=RR) --que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha alta de 7,40 pontos-base, a 4,2011%.

O retorno do papel de 30 anos (US30YT=RR) mostrava acréscimo de 2,00 pontos-base, a 3,6582%.

A diferença entre os rendimentos dos Treasuries de dez e dois anos (US2US10=RR) --vista como um indicador de expectativas econômicas-- caía 3,85 pontos-base, a -45,06 pontos-base.

O spread entre as taxas dos títulos de 30 e cinco anos (US5US30=RR) recuava 4,18 pontos-base, a -33,43 pontos-base.

Já entre as commodities, o petróleo Brent recuava 2,70 dólares, ou 2,98%, a 87,76 dólares por barril , às 9:24 (de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos (WTI) caía 2,76 dólares, ou 3,31%, a 80,73 dólares por barril .

O ouro à vista GOLD perdia 1,31%, a 1.648,69 dólares a onça troy.

No universo das criptomoedas, o bitcoin BTCUSD tinha queda de 2,36%, a 18.946,00 dólares. O ether ETHUSD recuava 1,81%, a 1.302,20 dólares.

(Reportagem adicional de Tom Westbrook em Sydney)

((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))

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