Dólar crava máxima em 20 anos, mas é superado por euro com juro no foco

O dólar atingiu uma nova máxima em 20 anos nesta segunda-feira, impulsionado por comentários rígidos do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, mas a moeda sucumbiu a uma recuperação do euro, apoiado por crescentes expectativas de aumentos dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE).

Powell disse, na conferência de bancos centrais de Jackson Hole, em Wyoming, na sexta-feira, que o Fed elevará os juros o quanto for necessário para restringir o crescimento e os manterá em patamares mais altos "por algum tempo" para reduzir a inflação que está em mais de três vezes a meta de 2% do banco central.

Na Europa, a integrante do conselho do BCE Isabel Schnabel alertou no sábado que os bancos centrais correm o risco de perder a confiança do público e devem agir com força para conter a inflação, mesmo que isso arraste suas economias para uma recessão.

Segundo Derek Holt, chefe de economia para mercado de capitais do Scotiabank, a alta do euro era ditada por "comentários e rumores do BCE, incluindo a contemplação de uma alta de juros de 75 pontos-base na reunião do BCE de 8 de setembro".

Às 12:37 (de Brasília), o índice do dólar DXY --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,39%, a 108,760. Mais cedo, alcançou 109,48, pico em 20 anos.

O euro EURUSD tinha alta de 0,37%, a 0,9998 dólar, que ao mesmo tempo avançava 0,85%, a 138,69 ienes USDJPY.

A libra GBPUSD devolvia 0,31%, a 1,1710 dólar, que por sua vez ganhava 0,23%, a 0,9685 franco suíço USDCHF.

O dólar australiano AUDUSD, muitas vezes tido como uma "proxy" de demanda por risco, valorizava-se 0,20%, a 0,6904 dólar norte-americano.

No universo das criptomoedas, o bitcoin BTCUSD subia 3,71%, a 20.282,00 dólares. O ether ETHUSD avançava 7,26%, a 1.529,20 dólares.

(Reportagem de John McCrank em Nova York e Dhara Ranasinghe em Londres)

((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))