Força do dólar em meio a aversão a risco pesa sobre moedas de emergentes
As moedas de mercados emergentes aprofundavam perdas nesta segunda-feira, com o dólar ganhando força, em sessão em que o real marcava a sexta sessão consecutiva de queda, enquanto o shekel de Israel também caía apesar de um aumento da taxa de juros pelo banco central local.
A aversão a risco em meio a temores de inflação e recessão aumentou nesta segunda-feira após o anúncio da Rússia de uma interrupção de três dias no fornecimento de gás europeu através do gasoduto Nord Stream 1 no final deste mês, bem como pedidos de aperto mais rápido da política monetária por membros do Federal Reserve.
"Uma combinação de demanda global mais fraca, inflação elevada e aumento das taxas de juros deve pesar nas perspectivas dos mercados emergentes nos próximos meses", disse a Capital Economics em nota.
Investidores vão acompanhar a posição do banco central dos EUA depois que ele aumentou as taxas em 225 pontos base desde março. O dólar avançava, com o enfraquecimento do euro auxiliando seus ganhos.
O shekel USDILS de Israel caiu 0,6%, para o menor patamar em quase duas semanas, depois que o banco central aumentou sua taxa básica em 75 pontos-base, para 2%, para conter a inflação que superou 5%.
O peso mexicano USDMXN operava estável, enquanto o real (BRBY) rondava a estabilidade.
O peso USDCOP da Colômbia, exportador de petróleo bruto, caía 0,4%, acompanhando queda de 4% dos preços do petróleo.
A Colômbia reduziu sua projeção de crescimento econômico para o próximo ano para 2,2%, abaixo dos 3,2% anteriores, disse o ministro das Finanças, José Antonio Ocampo, na sexta-feira, acrescentando que não acredita que o país recupere seu grau de investimento em breve.
O peso argentino USDARS caía 0,4% apesar dos controles rígidos. O governo da Argentina nomeou no domingo um conhecido economista e crítico vocal das políticas de Cristina Fernández de Kirchner, a atual vice-presidente, para ser o número 2 no comando do ministério da Economia.