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Companhia aérea SAS pede proteção contra falência nos EUA após cancelamento de voos e greve

A companhia aérea escandinava SAS SAS entrou com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos em medida que visa auxiliar o corte de dívidas, disse a empresa nesta terça-feira, acrescentando que uma greve de pilotos aprofundou sua crise financeira.

As negociações salariais entre a SAS e os pilotos travaram na segunda-feira, desencadeando uma greve que aumentou o caos no setor de viagens na Europa. O cenário acelerou a decisão da companhia aérea de pedir proteção contra falência, disse o presidente-executivo da empresa, Anko van der Werff.

"A SAS visa chegar a acordos com os principais interessados, reestruturar as obrigações de dívida, reconfigurar sua frota de aeronaves e emergir com uma injeção de capital significativa”, afirmou a empresa.

A SAS disse no documento enviado ao tribunal que a greve custaria de 10 milhões a 13 milhões de dólares por dia. Um analista do Sydbank estimou que, no pior cenário, o movimento dos trabalhadores poderia diminuir pela metade o fluxo de caixa da companhia apenas nas primeiras quatro a cinco semanas.

A SAS disse que as discussões com os bancos sobre outros 700 milhões de dólares em financiamento estão "bem avançadas".

A empresa afirmou que continuará a atender os clientes durante todo o processo de recuperação judicial, embora a greve afete cerca de metade dos voos da companhia aérea, impactando cerca de 30 mil passageiros por dia.

A aérea, cujos maiores proprietários são os governos da Suécia e da Dinamarca, disse que o pedido de proteção contra falência visa acelerar um plano de reestruturação anunciado em fevereiro.

A SAS espera concluir o processo em nove a 12 meses, acrescentou. As ações da companhia, que podem ser negociadas normalmente durante o processo, caíam 12% às 10h50 (no horário de Brasília).

Em termos de dívida, a SAS tinha três títulos pendentes com um valor nominal total de 5,4 bilhões de coroas suecas (519 milhões de dólares). Os títulos negociam em níveis profundamente depreciados de cerca de um terço do valor de face.

A companhia aérea projetou que seu saldo de caixa de 7,8 bilhões de coroas suecas é suficiente para cumprir as obrigações comerciais de curto prazo.

A SAS acrescentou, no entanto, que a greve "tem um impacto negativo na liquidez e na posição financeira da empresa e, se prolongada, esse impacto pode tornar-se material".

O governo da Suécia disse não a uma injeção de mais capital na aérea, enquanto a Dinarmarca afirmou que pode fazê-lo se a SAS for capaz de atrair novos investidores.

(Reportagem adicional de Johan Ahlander, em Estocolmo; Essi Lehto, em Helsinque; Victoria Klesty, em Oslo; Agata Rybska, em Gdansk; Jamie Freed, em Sidney; e Karin Strohecker, em Londres)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447500))

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