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Rublo bate mínima recorde em Moscou; alta do petróleo alimenta temores de inflação

O rublo russo atingiu mínimas recordes nesta quarta-feira, quando as fortes sanções ocidentais em consequência da invasão da Ucrânia por Moscou derrubaram o sistema financeiro da Rússia, enquanto a alta dos preços do petróleo exacerbou preocupações com a inflação na economia global.

O rublo (RUBUTSTN=MCX) atingiu a mínima histórica de 110 por dólar nas negociações em Moscou, e estava em 104,99 na taxa interbancária USDRUB_SPT. O ETF VanEck Russia (RSX.P) caía 13%, além de perder cerca de 73% este ano e bater mínimas recordes.

As moedas dos mercados emergentes cediam mais amplamente. O forint húngaro EURHUF bateu a mínima histórica de 382,26 em relação ao euro, enquanto o zloty polonês EURPLN chegou a mínima em 13 anos. A lira turca USDTRY perdia 1%, enquanto o peso mexicano USDMXN recuava 0,2%.

As sanções aumentaram significativamente a probabilidade de a Rússia dar calote em sua dívida governamental em dólar e em outros mercados internacionais, alertou o banco de investimento JPMorgan nesta quarta-feira.

Com Moscou pronta para um avanço sobre Kiev, Washington disse estar "muito aberto" à imposição de sanções à indústria de petróleo e gás da Rússia.

Os preços do petróleo estavam bem acima de 100 dólares o barril, com os futuros de petróleo Brent BRN1! em seu maior nível desde junho de 2014.

Sanções no setor de energia podem fazer os preços da commodity dispararem ainda mais, o que resultaria em uma inflação paralisante. Bancos centrais em todo o mundo já lutam contra a inflação crescente conforme economias se recuperam do choque da pandemia de coronavírus.

O Federal Reserve e o Banco Central Europeu devem começar a apertar a política monetária este ano, enquanto vários bancos centrais de mercados emergentes já estão em um ciclo de alta das taxas de juros e um aperto adicional pode comprimir o crescimento. O chair do Fed, Jerome Powell, reiterou em comentários preparados que o banco central norte-americano ainda está a caminho de aumentar os juros este mês.

Isso pode ser mais doloroso para aqueles países que estão no final de seus ciclos de aperto monetário e outros, como a Turquia -importadora de petróleo- que se moveram na direção oposta.

"Temos visto uma escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, que afetará as economias latino-americanas", disse Wilson Ferrarezi, economista da TS Lombard.

"O principal impacto será no aumento dos preços dos combustíveis e dos preços das commodities, resultando em inflação de alimentos mais alta por mais tempo no Brasil."

Separadamente, o governo da Argentina enviará, nesta semana, para aprovação no Congresso, um acordo com o Fundo Monetário Internacional para adiar o pagamento da dívida, afirmou o presidente Alberto Fernández na terça-feira.

((Tradução Redação Brasília))

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