Moedas da América Latina resistem a tensão geopolítica; mercados russos despencam
O real voltou a ser destaque positivo na América Latina e no mundo nesta segunda-feira, beneficiado por fluxos de investidores assustados com o risco geopolítico que derrubou o rublo russo nesta sessão para perto de mínimas em 16 meses.
O dólar saltava 3,3% ante o rublo USDRUB no fim da tarde, com a moeda russa em seu pior dia desde março de 2020. Um índice de ações da Rússia lastreado na moeda local
IMOEX despencou 10,5%, maior tombo em oito anos, na esteira de manchetes relacionadas a elevadas tensões Moscou, Kiev e o Ocidente.
O índice MSCI de ações da Europa Oriental (.MIME00000PUS) chegou a mergulhar 13,4% --declínio visto pela última vez durante a grande crise financeira em 2008.
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira um decreto reconhecendo duas regiões separatistas no leste da Ucrânia como independentes, intensificando uma crise que o Ocidente teme que possa resultar em uma guerra.
Os mercados financeiros globais têm sido chacoalhados pela escalada das tensões geopolíticas. O Ocidente acusa a Rússia de planejar invadir o país vizinho, que controlava até o colapso da União Soviética em 1991, mas Moscou nega planos de qualquer ataque.
Os mercados latino-americanos por oram têm se mostrado mais insulados da crise eurasiática. O real (BRBY) subiu 0,70% nesta sessão, para máximas em quase sete meses, e o peso chileno USDCLP chegou ao fim da tarde em alta de 0,3%.
Peso mexicano USDMXN e peso colombiano
USDCOP até recuavam 0,1% cada no fim da tarde, mas em movimento bastante discreto comparado à magnitude da desvalorização de ativos do leste da Europa, centro da crise geopolítica atual.
"Apesar da incerteza fiscal e eleitoral, investidores estrangeiros continuam buscando melhores rendimentos no Brasil e em outros países na região, como Peru, Chile e Colômbia", disse Mauricio Une, estrategista sênior do Rabobank.
((Tradução Redação Brasília))