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Enersugar fixa açúcar dosando com as incertezas sobre o etanol com novo governo

A Enersugar Bioenergia vai fixando açúcar para 23/24 enquanto Nova York oferece suporte perto dos 20 centavos de dólar por libra-peso. No entanto, não é um cenário confortável. A usina gostaria de fechar a atual safra com melhor previsibilidade em relação ao mix futuro – leia-se as condições do etanol.

A commodity nesses patamares remunera os custos da pequena unidade de Ibirarema, no Sudoeste paulista, mas os acionistas têm que se acautelar porque, afinal, uma virada positiva nos preços do biocombustível pode fazer com que eles deixem de faturar mais.

Essa incerteza, comungada pelo setor com um todo, deixa Sylvio Ribeiro do Valle Jr., os irmãos Finotti e os sócios americanos do Amerra Fund aguardando alguma definição do novo governo.

A cobrança do ICMS para os combustíveis, de acordo com cada estado, não volta mais. Fica nos 18%, já que foi aprovada pelo Congresso a partir do Projeto de Lei do presidente Jair Bolsonaro. Porém, como parte desse mesmo pacote para baratear o preço da energia, há o PIS/Cofins.

Os impostos federais foram zerados até dezembro, mas fica a dúvida se o novo governo vai reeditar a Medida Provisória (MP), apesar de que Valle Jr. pensa que o presidente eleito Lula não vai abrir mão desse recurso.

Nos dois casos, a gasolina foi a mais beneficiada, tirando a competividade do etanol hidratado.

A maior dúvida, no entanto, é em relação à Petrobras (PETR4). Lula já disse várias vezes que influirá na política de paridade dos derivados com o petróleo, ou seja, dosará os aumentos, como passou a fazer a atual gestão desde que foi conduzida pelo atual presidente da República.

Só que o CEO Caio Paes de Andrade já deu sinais de que pretende ficar na gestão até abril e só sairia se o governo conseguisse alterar a composição do Conselho, o que é praticamente impossível em tão pouco tempo. Porém, daí para frente, a história é outra e a movimentação do governo Lula até lá já deixa o mercado inquieto.

“Mexe absurdamente com nosso planejamento”, diz o sócio da antiga e falimentar Usina Pau D’Alho.

De todo modo, a Enersugar vai monitorando o cenário e já chegou em torno de 30% de açúcar negociado externamente, o que seria em torno de 30 mil toneladas se a próxima safra ficasse dentro da atual, quando se estima 100 mil/t.

O volume de cana projetado para ser moída a partir de abril é de 1,3 milhão de toneladas, sendo 350 mil/t dos sócios brasileiros.

Sylvio Ribeiro do Valle Jr. pontua que no ciclo atual vai ofertar em torno de 40 milhões de litros de etanol, numa proporção do mix de 25% aproximadamente.

A virada de chave, para uma temporada que se mostrava mais alcooleira, também foi favorecida porque a Enersugar não está no topo de sua capacidade de operação. Valle Jr., que já foi presidente da associação dos plantadores de cana da região de Assis, diz que a companhia vai moer 1,035 milhão de toneladas.

É segunda safra completa da usina, cuja capacidade é de 2 milhões de toneladas de cana.

E vai trabalhar até quase final de dezembro, depois de um atraso por causa das chuvas, afirma o empresário.

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