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Indústria cripto demitiu 3.000 em janeiro

As incertezas do cenário macroeconômico e a iminência de uma recessão continuam causando uma onda de demissões em diversas empresas de tecnologia, afetando em cheio o setor de criptomoedas. No Brasil, os coaches financeiros também demitiram funcionários.

Apesar de alguns desenvolvimentos positivos para os mercados em geral, o primeiro mês de 2023 não trouxe novidades para o setor cripto. O resultado de um dos invernos mais rigorosos do mercado financeiro mantém a tendência de demissões em todo o setor.

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Nem mesmo o pequeno rali do Bitcoin e o aumento da demanda institucional em janeiro conseguiram conter a onda de demissões.

Inverno cripto implacável

De forma geral, as empresas do setor cripto foram afetadas em cheio pelo mercado de baixa de 2022 e ampliaram seus cortes de funcionários já no primeiro mês do novo ano. Sem distinção de tamanho, empresas de pequeno, médio e grande porte reduziram sua força de trabalho em pelo menos 10%.

A Coinbase registrou a maior demissão no setor em janeiro ao demitir 950 funcionários. A Crypto.com seguiu a mesma linha e cortou sua força de trabalho em 20%, totalizando cerca de 500 a 700 funcionários. Dentre as grandes do setor, apenas a Binance, por outro lado, não anunciou cortes. A maior exchange cripto anunciou novos investimentos e contratações para 2023.

Conforme dados da empresa de análise de mercados PitchBook, outras empresas do setor cripto cortaram em um terço sua força de trabalho, com destaque para a exchange Gemini que cortou cerca de 10% de seus 1.000 funcionários. 

Blokchain.com, ConsenSys, Huobi, Genesis e Silvergate Capital compõem o restante das empresas de serviços cripto que demitiram membros de suas equipes em janeiro.

O setor de tecnologia demitiu em massa

Mas a onda de demissões não afetou apenas o setor de criptomoedas. As empresas do setor de tecnologia também foram afetadas e reduziram sua força de trabalho, causando um impacto proporcional a grandeza de cada empresa.

De acordo com o layoffs.fyi, um rastreador de demissões em tecnologia, cerca de 70.000 empregos técnicos foram cortados desde 1º de janeiro.  Fonte: Twitter

A Microsoft anunciou um corte de 10.000 funcionários. De acordo com o CEO Satya Nadella, os cortes de empregos tornaram-se necessários devido às “condições macroeconômicas e às mudanças nas prioridades dos clientes”. 

A Amazon e a Salesforce também anunciaram a intenção de cortar cerca de 18.000 e 8.000 empregos, respectivamente. Em 26 de janeiro, a SAP anunciou que estava demitindo 3.000 funcionários. IBM, Intel, Spotify e Alphabet cortaram 3.900, 544, 600 e 12.000 empregos, respectivamente.

Apesar das condições do mercado, o sócio geral da Pantera Capital, Paul Veradittakit, acredita que este é o melhor momento para iniciar uma empresa de blockchain.

Na quarta-feira (1), o presidente do Fed, Jerome Powell, confirmou o esperado pelos mercados e elevou em 25 pontos a taxa básica de juros. Seu discurso após a apresentação da ata do FOMC foi caracterizado pelos analistas como ameno, gerando um otimismo aos mercados com a possibilidade de uma pausa na elevação das taxas de juros ainda neste ano.

Empresas em reestruturação

Na semana em que relatórios sobre desemprego eram divulgados no exterior, no Brasil o destaque ficou por conta dos coaches de finanças. A “Me Poupe!”, da jornalista e influenciadora financeira, Nathalia Arcuri, demitiu metade de seus 140 funcionários.

Em nota, a empresa informou se tratar de uma reestruturação das funções já que a companhia está mudando o seu modelo de negócios.

Entretanto a ‘Me Poupe!’ não foi o primeiro grupo liderado por um influenciador a demitir funcionários. Em 2022, o Grupo Primo, de Thiago Nigro (Primo Rico) e Bruno Perini, demitiu cerca de 90 funcionários. De acordo com dados do LinkedIn, o grupo emprega atualmente 187 pessoas.

Após a redução da equipe, o Grupo Primo abandonou o projeto de maior expectativa em 2022, um canal no metaverso chamado Primoverso.

Nas redes sociais a repercussão das demissões dos experts de finanças foi permeada por críticas com muito bom humor. “Será que faltou planejamento financeiro?”, ironizou um usuário. “Não se esforçaram o suficiente”, escreveu outro, citando um famoso clichê dos adeptos da meritocracia.

Nathalia Arcuri publicou um vídeo em suas redes sociais respondendo às críticas e sustentando a nota da empresa. Em seguida, ela também revelou que a ‘Me Poupe!’ passará por um processo de modernização e integração as tecnologias da Web3 e IA:

“Nós vamos seguir daqui para frente com tecnologia, Inteligência Artificial, Web3, ChatGPT e tudo aquilo que existe de mais novo.”

Impulsionados pelo crescimento dos números de investidores da Bolsa de Valores entre 2012 e 2022, e o consequente aumento de interesse sobre finanças, os influenciadores digitais iniciaram seus negócios no YouTube falando sobre opções de investimento em renda fixa até operações complexas com ações. Hoje esses influenciadores empregam centenas de pessoas.